Faz hoje 85 anos que o meu saudoso pai nasceu em Lisboa, na freguesia de Santa Isabel, a 23 de Dezembro de 1924.
Foi apelidado de "Fadista Gingão" porque começou a dar às suas interpretações uma coreografia , inédita no Fado, o que lhe valeu muitas críticas, mas ainda hoje há muitos que o imitam, quer no gingar, quer usando o lenço, ou boné.
Por fim chamaram-lhe o "Fadista Bailarino" uns gostavam, outros não, mas meu pai marcou um estilo muito seu, e tem por mérito próprio um lugar na História do Fado, embora no Museu do Fado, onde até cantou na inauguração, não tem lugar naquele vasto painel de fotos. Não seria lógico estar ao lado de seu pai? Será porque eu sou "persona no grata"? ...adiante como dizia meu avô.
Na época do Natal, cantava sempre o Fado "Aí Vem o Natal" cuja letra é da autoria de Carlos Conde, afirmando que era o seu cartão de Boas Festas, para todos os amigos e admiradores.
Natal: Deus queira que ele venha este ano com bandeirinhas brancas para todos, como diz o Grande Alfredo Duarte Junior. Bonita homenagem esta prestada não só a um pai, como também a um grande nome do fado. Parabéns por esta homenagem, com os meus votos de Boas Festas para o Vitor Duarte.
Tive a honra de conhecer pessoalmente o Alfredo Duarte Junior, na casa de fados, Adega Machado. Tive o prazer de privar da sua companhia, de o ouvir falar sobre o fado, a sua história. De o acompanhar fora de horas, as tascas onde se ouvia e cantava fado vadio, depois de encerrada a casa de fados. Um Senhor, como hoje quase não existe. Uma saudade imensa.