QUE SAUDADES....
ALFREDO DUARTE JUNIOR
Faria hoje 92 anos de idade, se o meu saudoso pai estivesse entre nós, nasceu em Lisboa, na freguesia de Santa Isabel, a 23 de Dezembro de 1924.
Foi apelidado de "Fadista Gingão" porque começou a dar às suas interpretações uma coreografia , inédita no Fado, o que lhe valeu muitas críticas, mas ainda hoje é relembrado e há muitos fadistas que o imitam, e com admiração, quer no gingar, quer usando o lenço, ou boné.
Por fim chamaram-lhe o "Fadista Bailarino" uns gostavam, outros não, mas meu pai marcou um estilo muito seu, e tem por mérito próprio um lugar na História do Fado, embora no Museu do Fado, onde até cantou na inauguração, não tem lugar naquele vasto painel de fotos. Não seria lógico estar ao lado de seu pai? Será porque eu ser "persona no grata"? É legítimo que eu questione, será que as "Três Gerações de Fado" - Avô, filho e neto, quer se goste ou não, não são um facto histórico do Fado?
Alfredo Duarte Júnior nos anos sessenta foi Rei da Rádio num concurso que era na época organizado pela revista "Plateia" da Agência Portuguesa de Revisras.
Ainda na memória dos verdadeiros amantes do Fado, como «Castiço e/ou fadista bailarino» Alfredo Duarte Junior, sempre fez por honrar o nome do seu pai, Alfredo Marceneiro.
Cantou em muitas casas de Fados, mas destaca-se a A Severa, na Viela, a Adega Machado, etc.
Faleceu a 6 de Junho de 1999, na casa onde viveu cerca de 30 anos na Rua do Cura à Madragoa.
A carreira de Alfredo Duarte Junior, meu pai merece, e terá decerto, um interessante e importante capítulo para o recordar, na história do Fado.
Na época do Natal, cantava sempre o Fado "Aí Vem o Natal" cuja letra é da autoria de Carlos Conde, afirmando que era o seu cartão de Boas Festas, para todos os amigos e admiradores.
Aí Vem o Natal