Nasceu em Coimbra a 16 de Fevereiro de 1925
Em 1931 com 6 anos de idade a sua família muda-se para Lisboa.
Carlos Paredes foi desde muito jovem, inspirado musicalmente pelo pai o avô e o tio, aliás o pai, Artur Paredes, foi um grande mestre da guitarra de Coimbra.
A partir de 1935 frequenta as aulas de violino na Academia de Amadores de Música, em 1937 abandona as aulas de violino, e passa a iniciar com seu pai uma aprendizagem sistemática de guitarra portuguesa.
Começa cedo a mostrar as suas aptidões e a ser apreciado, em 1939 passa a ter um programa próprio na Emissora Nacional, que dura vários anos.
Em 1943 inscreve-se nas aulas de canto na Juventude Musical Portuguesa.
Em 1957 grava o seu primeiro EP para a Alvorada.
Entra para a função pública, por ser um militante anti-regime, é preso pela PIDE (1958 – 1960), e vem a ser expulso por esse motivo.
Compõe várias músicas para sonorização de filmes de curta-metragem.
Em 1963 novamente para a Alvorada “Verdes Anos”, com os temas compôs para várias curtas-metragens e variações.
1963 é convidado a compor a banda sonora para o filme Fado Corrido, de Jorge Brum do Canto. Ainda neste ano compõe música para o teatro, O Render dos Heróis, de José Cardoso Pires, Bodas de Sangue, de Carlos Avilez, A Casa de Bernarda Alba, de Garcia Lorca.
1965 compõe para o realizador Manoel de Oliveira, alguns temas para a curta metragem, As Pinturas do meu Irmão Júlio.
Em 1966 composição da banda sonora para o filme, Mudar de Vida, de Paulo Rocha, Crónica de Esforço Perdido, do Artqº António Macedo e ainda a música para a peça António Marinheiro, de Bernardo Santareno.
1967 a convite de Amália Rodrigues vai a Paris para actuar no "Olímpia", ainda neste ano grava o seu primeiro LP, Guitarra Portuguesa para a Casa Valentim de Carvalho.
Actua na ópera de Sidney, na Austrália, faz várias digressões pela América Latina, com destaque para Cuba em que a convite do Conselho Nacional de Cultura de Cuba é convidadode honra no III Festival da Canção da Cidade de Varadero.
Tem ainda actuações nos Estados Unidos e no Canadá, onde obtém grande êxito.
Grava e compõe dezenas de temas até praticamente ao fim dos seus dias, recebendo homenagens e prémios diversos.
Em 1974 é-lhe feita justiça, e é readmitido, nas suas funções na função pública.
Faleceu em Lisboa a 23 de Julho de 2004.
Carlos Paredes um dia afirmou: Os Portugueses já me ouvem tocar há tanto tempo que devem estar fartos de mim.
"Quando eu morrer, morre a guitarra também.
O meu pai dizia que, quando morresse, queria que lhe partissem a guitarra e a enterrassem com ele.
Eu desejaria fazer o mesmo. Se eu tiver de morrer.”
Tive o prazer de estar várias vezes com Carlos Paredes pois fiz parte de equipas que o filmaram, era uma figura apaixonante. Recordo que na primeira vez que estivemos juntos e lhe fui apresentado, obviamente que se falou de meu avô, fiquei embevecido ao ouvi-lo, a forma com que se exprimiu sobre a figura de Marceneiro, o elogio aos seus dotes musicais, à sua forma de exprimir os poemas que dizia a cantar, tendo arrematado com uma frase que nunca mais esquecerei:
Gostaria de ter tocado para Marceneiro, tal não aconteceu... e nem poderia ter acontecido, pois sei que não estava à altura!
OS PORTUGUESES NÃO ESTÃO, NEM NUNCA ESTIVERAM FARTOS DE CARLOS PAREDES, A VASTA OBRA QUE NOS DEIXOU, É UM LEGADO QUE NUNCA PODEREMOS OLVIDAR.