Nasceu em Olhão, no Algarve em 1944.
Desde muito miúda que tinha a paixão de dançar e cantar, fazendo sempre parte das festas da escola, onde sobressaía.
Aos 7 anos é a vocalista dum conjunto de animação de bailes, onde se mantém até aos 14. Cidália tem uma apetência pelo flamengo, mas nunca enjeitou o Fado, que cantava nas patuscadas onde o pai a costumava levar, e onde havia sempre alguém que tocava guitarra e viola, aliás seu pai era primo direito do Miguel e seu irmão Casimiro Ramos.
Em 1973 vem para Lisboa e a sua estreia no Fado profissional é na Viela, na Rua das Taipas cujo proprietário era o fadista Sérgio, integrando o elenco dessa altura, Beatriz Ferreira, Beatriz da Conceição e Berta Cardoso.
Cidália tem uma forma de cantar, com garra e estilo envolvente, dando muitas vezes nos seus gestos uma coreografia aciganada, que aliada à sua bonita figura, muito morena e com um cabelo negro muito comprido, levou a que a apelidassem muitas vezes de “A Cigana do Fado”.
Em 1979 Cidália Moreira numa digressão à Alemanha, obteve um dos seus maiores êxitos cantando num castelo romântico perto de Hamburgo, na festa internacional de uma empresa vinícola alemã.
Grava vários discos EP e LP. É convidada para cantar para as comunidades portuguesas em quase todo o mundo, França, Alemanha, Espanha, África do Sul, Canadá e Estados Unidos, tendo tido no Brasil tal êxito que a levou a ficar por lá cerca 4 anos.
É convidada para o teatro de revista como atracção, destacando-se as revistas, “Cá Vamos Cantando e Rindo”, “Ora Bolas P´ró Pagode”, “Força, Força Camarada Zé”. Numa das revistas em que entra no ABC canta “Lisboa meu Amor” que teve um êxito enorme, mas infelizmente não está gravado em disco.
A sua última revista foi no Teatro Maria Vitória “Odisseia no Parque 2005”.
Cidália Moreira tem actualmente um “show de Fado e Flamenco”, a que deu o título de “Tablao” que integra para além dos músicos um corpo de baile.
© Vítor Duarte Marceneiro
Cidália Moreira canta:
O Meu Primeiro Amor (20 anos)
Letra de Nelson de Barros
Música de Frederico Valério
O Meu Primeiro Amor
Letra de Nelson de Barros - Música de Frederico Valério
Ai quem me dera
Ter outra vez vinte anos
Ai como eu era
Como te amei, santo Deus!
Meus olhos
Pareciam dois franciscanos
À espera
Do sol que vinha dos teus
Beijos que eu dava
Ai como quem morde rosas
Quanto te esperava
Na viva que então vivi
Podiam acabar os horizontes
Podiam secar as fontes
Mas não vivia sem ti
Ai como é triste
De o dizer não me envergonho
Saber que existe
Um ser tão mau, tão ruim,
Tu que eras
Um ombro para o meu sonho
Traíste o melhor que havia em mim
Ai como o tempo
Pôs neve nos teus cabelos
Ai como tempo
As nossas vidas desfez
Quem me dera
Ter outra vez desenganos
Ter outra vez vinte anos
Para te amar outra vez!