Francisco José Galopim de Carvalho, nasceu em Évora a 16 de Agosto de 1924, mais conhecido como Francisco José, foi um afamado cantor português, com muitos êxito quer em Portugal quer no Brasil, onde viveu alguns anos.
Desde muito jovem que gostava e tinha muito jeito para cantar, pois tinha uma bonita voz.
Iniciou sua carreira ainda andava a estudar ao apresentar-se, no Teatro Garcia de Resende em Évora, teve tal aceitação que nunca mais parou e acabou por profissionalizar-se aos 24 anos de idade, o que o levou a interromper o curso de engenharia quando já frequentava o terceiro ano. Em Lisboa fez a sua estreia na rádio pelas mãos de Igrejas Caeiro. Em 1951 teve seus maiores na canção romântica "Olhos Castanhos", e mais tarde em 1973 com "Guitarra Toca Baixinho".
A coragem e oportunidade de Francisco José, que ao actuar em directo num programa, na RTP antes do 25 de Abril, denunciou a falta de apoio dado aos artistas portugueses quer na Rádio, quer na Televisão. As suas palavras caíram que nem uma "bomba" nos poderes de então, de tal forma, que a partir da aquele incidente, os programas em directo na RTP, foram proibidos, e Francisco José foi considerado "persona non grata" quer na RTP quer na Emissora Nacional, O panorama hoje está na mesma, ou ainda pior, excepção feita a dois ou três eleitos (do lobbie). Há alguns que sofreram censuras e hoje são censores!!
Francisco José, aleceu em Lisboa a 31 de Julho de 1988.
Aqui fica uma cronica sobre Francisco José, pela pena do saudoso Artur Agostinho.
....Acompanhei grande parte do «percurso artístico» do Chico Zé que, um dia, teve a coragem de trocar as «engenharias» pelas cantigas que eram, afinal, a sua grande paixão. Testemunhei, inclusivamente, os seus primeiros passos com o Prof. Mota Pereira, no Centro de Preparação de Artistas da Rádio, onde despontaram algumas das grandes «estrelas» do microfone que principiaram a brilhar por volta dos anos 50.
O Chico Zé impôs-se, rapidamente, como uma das vozes mais bonitas e mais românticas da Rádio que, na época, era o meio de comunicação por excelência, em Portugal. As jovens sonhadoras e apaixonadas desse tempo suspiravam extasiadas ao ouvirem aquela voz bem timbrada (a que não faltava sequer um ligeiro «toque» alentejano) e acorriam, frenéticas, às salas de espectáculo onde o seu ídolo se apresentava.
O saudoso poeta e homem da Rádio, José Castelo, um dos responsáveis do popular «Comboio das seis e meia» que animava os fins de tarde no Politeama e no Capitólio, começou um dia a chamar-lhe «o coração que canta» e o «slogan» ficou. Com a chegada da Televisão a Portugal, o sucesso do Chico Zé ganhou uma nova dimensão e um dia surgiu a hipótese de viajar até ao Brasil. Atraído pelo sabor da aventura, o Chico Zé lá foi e o sucesso foi estrondoso, não sem que, antes, tivesse de travar uma sucessão de duras «batalhas» que sempre conseguiu superar. Creio que para lá do seu estilo romântico, servido por uma voz invulgarmente agradável e bem timbrada, o seu triunfo no Brasil ficou a dever-se a uma perfeita dicção que permitia entender tudo aquilo que ele cantava. Um amigo meu, jornalista do grande país irmão, disse-me uma vez a propósito do sucesso do nosso artista em terras brasileiras: «Você sabe que nós nem sempre entendemos, com facilidade, tudo o que um português está falando mas com o Francisco José a coisa é diferente – não perdemos uma só palavra do que ele canta e isso é muito importante, em especial se os versos são gostosos de se ouvirem...»