João Baptista-Lopes, nasceu em Ourém no distrito de Santarém em 23 Julho de 1945, mas ainda muito jovem foi morar para Lisboa,.
Cedo se sentiu atraído pelo Fado, o que o levou a frequentar os retiros fadistas amadores e não só.
Numa noite na Restaurante Típico da Márcia Condessa que ficava na Praça da Alegria, local que frequentava com frequência, numa noite, foi incentivado pelos amigos e pela proprietária a cantar, agradou, tomou-lhe o jeito, e a partir desse dia, nunca mais parou.
Cantou no Galito no Estoril, em Cascais, no Picadeiro no Arreda e no Kopus-Bar, em Lisboa no Senhor Vinho, no Ardinita, Pátio das Cantigas, Tia Ló, Embuçado, etc, assim como no Porto, passou pela Candeia e no Mal-Cozinhado, um pouco por todo o país e até no estrangeiro, estas andanças no meio fadista levou a conviver e a cantar ao lado de figuras como Alfredo Marceneiro, Manuel de Almeida, Rodrigo, Carlos Zel, Vasco Rafael, António Melo Correia, Natália dos Anjos, Ada de Castro etc.
Cumpriu o serviço militar na Guiné, tendo sempre colaborado nos eventos musicais ali organizados.
Em 1973, o empresário Carlos Lacerda, locutor no Rádio Clube Português e também produtor na etiqueta Alvorada, convida-o a gravar um EP, no qual cantou cantou poemas dos escritores Mário Cláudio e João Barge.
João Baptista-Lopes, escreve poemas para Fado, alguns deles já gravado por si e por outros fadistas, assim como há bem pouco tempo editou um livro com o título "Ourém a preto e branco - Anos 50 em Sextilhas", trata-se de um livro em que relata as suas memórias na terra que o viu nascer, sendo que o mesmo é escrito (versejado) em sextilhas, e tudo levar a crer, que não fica por aqui, já está outro livro em projecto.
Radicou-se na Suíça, onde ainda vive há mais de 20 anos, e onde, sempre que pode canta e enaltece o Fado, organizando também, espectáculos de Fado em que convida fadistas e músicos de Portugal.
Recentemente gravou um CD a que deu o título "40 Anos de Fado", com 14 poemas inéditos de sua autoria para músicas de fados tradicionais.
Poema de João Batista-Lopes a homenagear Alfredo Marceneiro:
Simplesmente « VERSÍCULO »
Há frases que nos ficam na memória,
mesmo que cem anos nós vivamos !
Delas fazemos, às vezes, nossa história,
com elas, revivemos, recordamos !
Cada poesia tem sempre o seu segredo,
para que os versos não sejam todos maus…
Como me disse um dia o Ti Alfredo:
- Fazer versos, não é fritar carapaus !
Ele, que dos “reis”, foi Rei, foi Ás,
o “trono” partilhou humildemente,
sem nada nem ninguém, deixar p’ra trás,
ensinou o seu fado a toda à gente !
Recordar o seu discurso, é um regalo !
É prolongar esses serões pela vida além…
- O poeta escreveu : “calou-se o galo”
e a gente, rico filho, cala-se também…
Contigo,Ti Alfredo, eu aprendi,
(Mesmo se por minha culpa pouco sei…)
Mas sei que é meu este “versículo” que escrevi,
P’ro TEU “VERSICULO” qu’em minha alma cantarei !
©João Baptista-Lopes
Nota: Somos amigos há muitos anos, já estive a seu convite a cantar na Suiça na cidade onde mora. Estive no seu casamento em Ourém e fiz um filme de recordação.
Tivemos nos anos 70 de século XX na Rinchoa - Vira do Minho, uma noite de Fados, com uma grande cena de "porrada" que nunca mais esqueço, um dia irei aqui contar.
João Baptista-Lopes, hoje faz 69 anos, um abraço João.