Natural de Lisboa, foi esposa do cantador Júlio Duarte e cunhada de Alfredo Duarte “Marceneiro”
Dotada duma excelente voz, dava tal sentimento nos versos que cantava, aliada a uma excepcional dicção, que em bem pouco tempo impôs o seu nome do cantadeira de Fado. Estreou-se a cantar o Fado no posto emissor de Abílio Nunes dos Santos, agradou de tal modo, que foi imediatamente contratada para gravar em disco os seguintes fados: «Os pequeninos., «A Pastora», «Fado Aida», «0 teu olhar», «Desgarrada de Amor» (com o cunhado Alfredo Duarte “Marceneiro” e «A morte da Pastora».
Foi autora da música do Fado Os Pequeninos, que teve um grande sucesso. Cantou várias vezes, por especial deferência no Solar da Alegria com o marido Júlio Duarte, (quando da gerência de Alberto Costa), em festas de beneficência, tendo tomado parte também em diversos espectáculos, quase sempre na companhia do marido ou do cunhado.
Da sua curta mas brilhante carreira como cantadeira de Fados, a noite que mais a emocionou foi a da sua despedida, em 20 de Agosto de 1932, que coincidiu com a na festa artística de seu marido, no Café dos Anjos, em que o público lhe tributou uma calorosa e prolongada ovação que muito a sensibilizou.
Leonor Duarte abandonou a sua carreira para se dedicar exclusivamente á educação de suas filhas, Júlia e Aida.
"Os Pequeninos”
Letra de Fernando Teles
Música de Leonor Duarte
Descalços, quase nus, por trágicos caminhos,
Soluçantes de dor, ao sol, à chuva, ao vento,
Os pequeninos vão, como as aves sem ninhos,
Seguindo uma odisseia, atroz de sofrimento.
Em vasos de alabastro, as rosas mais os lírios
Trajam de fina gala e pompas bem vistosas,
E há criancinhas, céus! Que bárbaros martírios,
Na mísera nudez, descalças, andrajosas.
Como bênçãos de paz, há músicas de luz,
Noites lindas d'amor, noites calmas e belas,
Caminham tiritando os pobres seminus.
Sob os beijos de luz. das pálidas estrelas
Disco de Massa 78 rpm
Etiqueta Odeon
refª A 187230 a
Leonor Duarte canta
FADO AIDA
Letra de Carlos Conde
Música de Alfredo Duarte
e
O TEU OLHAR
Letra de Henrique Rego
Música de António Machado
Foi acompanhada por
Guitarra: José Marques
Viola: Georgino