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Associação Cultural de Fado

"O Patriarca do Fado"
Quarta-feira, 15 de Outubro de 2008

A ÁRVORE - Uma árvore pode acompanhar uma vida.

A reedição desta página é dedicado aos resposáveis do HOSPITAL DA COVILHà

 

"UMA ÁRVORE PODE ACOMPANHAR UMAS VIDA"

 Leiam com atenção a notícia que saiu no jornal Díario de Notícias do dia 13 deste mês, É uma notícia da Lusa e foi colocada na página 14 ao fundo do lado direito,sem qualquer destaque.

 

 

 

ÁRVORES

O meu filho Alfredo, que tem oito anos, em virtude de na escola terem feito uma série de trabalhos sobre a á rvore, veio-me propor para eu fazer um aviso às pessoas para não fazerem mal às á rvores, na "nossa internet"

Aqui est á a seu pedido uma homenagem á árvore, que ali á s o Fado e os Fadistas não olvidam.

ORAÇÃO DA ÁRVORE

 

Tu que passas e ergues para mim o teu braço,
Antes que me faças mal, olha-me bem.
Eu sou o calor do teu lar nas noites frias de Inverno;
Eu sou a sombra amiga que tu encontras
Quando caminhas sob o sol de Agosto;
E os meus frutos são a frescura apetitosa
Que te sacia a sede nos caminhos.
Eu sou a trave amiga da tua casa,
A t á bua  da tua mesa, a cama em que tu descansas
E o lenho do teu barco.
Eu sou o cabo da tua enxada, a porta da tua morada,
A madeira do teu berço, o aconchego do teu caixão.
Eu sou o pão da bondade e a flor da Beleza.
TU QUE PASSAS, OLHA-ME E NÃO ME FAÇAS MAL.

     

 

 

Poema de Veiga Simões, Arganil, Maio de 1914

VideoClipe: Realização Vítor Duarte Marceneiro

Figurantes: Alfredo Duarte e Beatriz Duarte (4ª Geração de Marceneiro)

Ideia recolha de fotos na net: Alfredo Duarte

Palavras ditas por: Vitor Duarte Marceneiro

Música: Fado Ana Maria de Alfredo Marceneiro

Interprete: Arménio de Melo à Guitarra. Viola Jaime Santos, Viola Baixo José Elmiro


"LARANJEIRA FLORIDA"

 

Letra de Julio César Valente

Música: Fado Alexandrino de Alfredo Marceneiro

Repertório de: Alfredo Marceneiro

 

           Em tenra a laranjeira

           Ainda pequenina

           Onde poisava o melro

          Ao declinar do dia

          Depois de te beijar

          A boca purpurina

          Um nome ali gravei

          O teu nome Maria

 

 

Em volta um coração

também com arte e geito

Ao circundar teu nome

A minha mão gravou

Esculpi-lhe uma data

E o trabalho feito

Como sêlo de amor

No tronco l á ficou

 

                                 Mas no rugoso tronco

                                 Eu vejo com saudade

                                 O símbolo do amor

                                 Que em tempos nos uníu

                                  Cadeia de ilusões

                                  Da nossa mocidade

                                  Que o tempo enferrujou

                                  E que depois partiu

 

E à linda laranjeira

Altar pregão d´amor

Que tem a cor da esperança

A cor das esmeraldas

Vão as noivas colher

As simbólicas flores

Para tecer num sonho

As virginais grinaldas


OS PINHEIROS

Letra: Carlos Conde

Música: Fado do Porto

Repertório de: Alfredo Duarte Jr.

 

Num grande país do norte

Muito distante do nosso

Todo cercado por mar

Andei em busca da sorte

Tinha saúde era moço

Pedi para trabalhar

 

Deram-me um machado novo

E apontaram-me distante

Um pinhal junto da serra

Transpus um povo, outro povo

Que davam a todo o instante

Ideia da minha terra

 

Cheguei lá ergui os braços

E dois pinheiros convulsos

Cairam mortos no chão

Fi-los depois em pedaços

Eu tinha alugado os pulsos

Para ganhar o meu pão

 

  Quando a luz já era menos

  Fui fazer a minha cama

  E detive-me com espanto

  Vendos os pequenos pinheiros

  Deixando cair da rama

  Gotas amargas de pranto

 

 

Acordei entrestecido

Revi todos os meus trilhos

E quase insultei os céus

A vida toda ela é um crime

Para sustentar os meus!


É justo relembrar El Rei D. Dinis, O Lavrador, que no meu tempo da primária. tinhamos que saber, que entre vários feitos, mandou plantar o pinhal de Leiria, parece que hoje não é importante, mas esta ideia do meu filho Alfredo, serviu também para eu  lhe falar deste nosso rei, porque na escola ainda não falaram "destas coisas"!

 El Rei D. Dinis, foi um dos mais marcantes vultos do Portugal medieval. Protector da agricultura, mandou plantar  o pinhal de Leiria e povoou o litoral. Criou a Universidade e abriu horizontes culturais à Nação. O rei “Trovador”, famoso pelas suas românticas cantigas de amigo, foi uma espécie de inventor da elegância. Destacou-se a escrever e tornou o português na língua oficial do País. Rei poeta, cortejou as artes.

  

Pinhal de Leiria

 


Recebi após a publicaçâo desta página, um comentário do meu querido amigo e já habitual comentador Domingos Mesias, cujas notas com que nos tem brindado dão a conhecer ser possuidor de uma cultura geral digna de registo.

Achei uma ternura o  poema dedicado à sua "filhota" Ana Sofia, sendo curioso que ambos partilhamos das mesmas ideias e valores  que transmitimos aos nossos filhos.

 

Pedi-lhe para me enviar uma foto da "filhota" e se podia dar destaque ao seu apontamente, ao que ele acedeu.

 

Querido amigo Marceneiro,
A seguinte frase pertence ao feedback que obtive ao enviar este endereço de blogue ao meu parente Manuel Teixeira que nasceu e vive nos Estados Unidos da América e que nutre connosco, em comum, esta intemporal paixão pelos assuntos do FADO:
«i love the poem written by the eight year old about protecting trees!!!».
Todos nutrimos, verifico também, a encantadora tarefa de ser-mos pais e educadores de nossa geração.
Fica, da minha autoria, escrito até antes umas semanas de vir a ser pai, em 2001:


ANA SOFIA


Sê bem vinda, rebento meu.
Herdeira de mim e do Céu
Consigas ver nossa Luz,
Nos tragas mais fé no amor
E tamanho à felicidade,
Nos proves que Quem nos conduz
Nos Quis a todos sem idade.
Vem e trás dos mais lindos sonhos,
De todos ainda por sonhar,
Que, em esta vida por viver
Que iremos poder partilhar,
Saibamos do que tem que ser
E nos saibamos ensinar
A ser livres e responsáveis,
A ser felizes e a amar.
Vem saber o que a vida pede,
Vem buscar o que a vida dá,
Vem-me conhecer, que por breve
Possamos conhecer-nos cá.
Domingos Manuel Teixeira Mesias.
Tue, 09 Oct 2007 09:36:42 GMT:


P.S. Deixo referido que por via da divulgação que o amigo produz já aprendemos, eu a a Ana Sofia, toda a parte cantada da Marcha do Centenário. Sementes de amor por Lisboa...

 

 

E DIGAM  LÁ SE ISTO NÃO É FADO....

 

 NOTA DO AUITOR: Esta página foi já publicada em 9 de Outubro de 2007, acho pernitente relembrar, será que num ano algo mudou?

Licença Creative Commons
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, assim como registo na Sociedade Portuguesa de Autores, sócio nº 125820, e Alfredo Marceneiro é registado como marca nacional no INIP, n.º 495150.
publicado por Vítor Marceneiro às 20:00
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