Quadro a óleo de Mestre Real Bordalo (1983)
Mosteiro dos Jerónimos, foi erigido perto do local onde o Infante D. Henrique, em meados do séc. XV, mandou edificar uma igreja sobre a invocação de Sta. Maria de Belém, quis o rei D. Manuel I construir um grande Mosteiro. Para perpetuar a memória do Infante, pela sua grande devoção a Nossa Senhora e crença em S. Jerónimo, D. Manuel I decidiu fundar em 1496, o Mosteiro de Sta. Maria de Belém, perto da cidade de Lisboa, junto ao rio Tejo. Doado aos monges da Ordem de S. Jerónimo, é hoje vulgarmente conhecido por Mosteiro dos Jerónimos.
O Mosteiro é um referente cultural que não escapou nem aos artistas, cronistas ou viajantes durante os seus cinco séculos de existência. Foi acolhimento e sepultura de reis, mais tarde de poetas. Hoje é admirado por cada um de nós, não apenas como uma notável peça de arquitectura mas como parte integrante da nossa cultura e identidade.
O Mosteiro dos Jerónimos foi declarado Monumento Nacional em 1907 e, em 1983, a UNESCO classificou-o como "Património Cultural de toda a Humanidade".
in:http://www.mosteirojeronimos.pt
A «PRAÇA D. PEDRO IV (Vulgo ROSSIO) pertence a duas freguesias. À freguesia de «SÃO NICOLAU» os números 1 a 14, à freguesia de «SANTA JUSTA» do número 15 a 22. Esta Praça fica entre a Rua da Betesga, Rua Augusta, Rua dos Sapateiros (também conhecida de Rua do Arco do Bandeira), Rua Áurea(Vulgo OURO), Rua Primeiro de Dezembro (Antiga Rua do Príncipe), Calçada do Carmo, Praça Dom João da Câmara (Antigo Largo Camões), Largo de São Domingos e Rua do Amparo. Por decreto de 31/10/1836 publicado no Diário do Governo 265 de 08/11/1836 a Praça do Rossio passou a denominar-se Praça de Dom Pedro e esta, por Edital de 26/03/1971, passou a designar-se PRAÇA D. PEDRO IV (1). Quem hoje passa apressadamente pelo Rossio, banal paragem de autocarro e táxis e ainda estação de metro, não se quedará a pensar no passado do espaço. Não consciencializará, por isso, que não muito antes da tomada de Lisboa aos Mouros, em 1147, ainda vinham reunir-se ali ao pé dois regatos, provenientes do sítio do «ANDALUZ» e de «ARROIOS», corriam pelos vales que são, nos nossos dias, a AVENIDA DA LIBERDADE e a RUA DA PALMA, ANJOS (e parte da) AVENIDA ALMIRANTE REIS. Uma vez juntos, acabavam, como é natural, no TEJO. Os regatos foram secando e diminuído de importância, dando lugar a terrenos alagadiços, embora susceptíveis de permitir as construções e de servir de sede às reuniões do Povo. Mas, como é sabido, passados mais de oito séculos, ainda a experiência mostra que, mal se escava um pouco, logo aparece água com fartura. Cedo ali surgiu a ermida de «NOSSA SENHORA DA ESCADA» ou da «PURIFICAÇÃO» sensivelmente no local onde hoje fazem esquina a «RUA BARROS QUEIROZ» e o «LARGO DE S.DOMINGOS». E, junto dela, foi erguido no século XIII (por volta de 1242) o «MOSTEIRO DE S.DOMINGOS» o que prova que o terreno já aguentava edificações com algum porte. O Rossio foi assim ganhando características que lhe justificavam o nome, ou seja de lugar amplo onde era possível realizar feiras e marcados, proporcionando ao mesmo tempo simples encontros de cidadãos. Vários nomes foram postos ao espaço: chamou-se «ROSSIO DE SANTA JUSTA», dada a aproximação da Igreja paroquial desse nome (já demolida), situada onde hoje temos as escadinhas que ligam a «RUA DOS FANQUEIROS» à «RUA DA MADALENA»(Edifício POLUX); «ROSSIO DE S.DOMINGOS», obviamente por estar ao lado do respectivo Mosteiro; e «ROSSIO DE VALVERDE», dada a proximidade das hortas com esse nome, hoje transformadas em «AVENIDA DA LIBERDADE».
In : Toponímia de Lisboa
Mestre Real Bordalo - Rossio - Óleo - 1979