MARIA JOÃO LUÍS e MANUELA AZEVEDO
ESTREIA:
SALA PRINCIPAL DO SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL
LISBOA
De 14 a 17 de Abril de 2011
Horários: Quinta a Sábado às 21h00 e Domingo às 17h30
SINOPSE
Chamava-se Maria Sem e já nasceu com o vazio no nome. Para além de seu pai –homem de princípios rígidos –apenas um outro homem a tratara pelo nome. O pai deixara-lhe a Lua de herança e, não fora aquele homem cujo descaminho a fascinou, teria morrido sem que alguém acreditasse que era a dona da Lua.
A peça começa no velório do pai, iniciando-se aí toda a incompreensão do mundo. Se algum contacto próximo houvera com uma relação de amor (entre pai e mãe), foi tão fugaz e ausente de sinais que até neste aspecto ela fazia justiça ao seu próprio nome: Maria Sem.
Após a desilusão da primeira paixão (a paixão inicial, a que nos abre a janela da Lua) todo o percurso de vida se destina a integrar as injustiças e as inadaptações da vida.
“No amor já fiz de conta, tomei o corpo de ponta por não querer saber de mim”. O descrédito de quem nada tem, de quem nada aspira, rapidamente se transforma num universo interior resguardado por uma muralha de convicções: “Creio na gazela tombada e numa razão maior, creio em nada, nada, nada. E creio que as labaredas do inferno se ateiam dentro de nós…”.
O TEATRO E O FADO
A palavra dita e a palavra cantada. Duas expressões de uma mesma personagem, Maria Sem.
A associação destas duas artes poderia parecer invulgar se não tivéssemos em conta que, desde o início do século XX, o Teatro, nomeadamente a Revista, convoca para os seus palcos a participação de fadistas.
Não tendo como objectivo a presunção de criar um novo conceito artístico ou sequer de indicar um possível caminho de renovação do Fado, a peça A Lua de Maria Sem tem como ponto de partida a criação de novas letras para alguns dos fados tradicionais compostos por Alfredo Marceneiro, concebendo-se, a partir daí, uma história, uma peça de teatro.
A PEÇA E O CD
À excepção de um, o Fado Menor, cujo compositor se desconhece, todos os Fados da peça foram musicados por Marceneiro e escritos por João Monge.
Neste facto, sim, reside a originalidade do projecto, pois não se conhece nenhum registo áudio ou vídeo, relacionado com o fadista-compositor, com tais características.
Este será por isso o 1º CD em que as músicas de Alfredo Marceneiro são acompanhadas pelas letras de uma mesma pessoa.
A possibilidade de conjugar diferentes poemas a uma mesma música, característica muito própria do Fado Tradicional, constitui um dos factores da sua constante renovação do Fado, desde o século XIX.
A PARTIR DE MARCENEIRO
Considerado um ícone do Fado tradicional, Alfredo Marceneiro foi um dos responsáveis pela renovação do Fado, ao introduzir novos hábitos, que chegaram ao presente, no ritual fadista, tais como cantar-se à média luz e o facto de o fadista cantar de pé.
A não inclusão propositada da guitarra portuguesa como um dos instrumentos de acompanhamento ao longo da peça pode fazer lembrar os tempos em que os fadistas podiam ser acompanhados apenas por uma viola. Mas na peça, além da guitarra clássica, os fados serão tocados também com baixo e vai-se um pouco mais longe com a introdução do clarinete como terceiro instrumento de acompanhamento.
FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA
Texto: João Monge
Música: Alfredo Marceneiro
Encenação: Maria João Luís
Música Incidental, Arranjos, Direcção Musical: José Peixoto
Cantora: Manuela Azevedo
Actriz: Maria João Luís
Guitarra: José Peixoto
Baixo: Fernando Júdice
Clarinete: Filipe Dias
Cenografia: João Calixto
Som: Carlos Jorge Vale (Cajó)
Desenho de Luz: Pedro Domingos
Maquilhagem: MAC
Fotografias: Mário Galiano
CO-PRODUÇÃO:
SLTM, Quarta Perfeita, Teatro da Terra
Os meus sinceros agradecimentos por esta grande homenagem a meu avô,
ALFREDO MARCENEIRO
e pela sensibilidade de me convidarem para a estreia