Nasceu em Lisboa (Monte Pedral), no bairro da Graça, a 14 de Junho de 1916.
Aos 14 anos, canta pela primeira vez no Grémio Instrutivo Familiar Os Trovadores, nesta sociedade recreativa do bairro da Graça, fazima-se grandes noites de Fado, por lá passaram, Leonor Duarte (cunhada de Alfredo Marceneiro) , o próprio Alfredo Marceneiro e seu irmão Júlio Duarte, Ercília Costa, Berta Cardoso e muito outros.
Adelina Ramos faz assim a sua entrada na vida artística, mantendo-se como amadora durante cerca de quatro anos (1929-1933), espaço de tempo em que é muito solicitada para actuar em clubes recreativos e festas de beneficência. Aos 17 anos, em Março de 1933, com o intuito de auxiliar nas despesas da casa e por a sua mãe se encontrar doente, Adelina Ramos tira a carteira profissional.
Adelina Ramos foi uma das verdadeiras fadistas, que o Fado conheceu.
Os Fados que ela cantava saíam-lhe da garganta onde o bairrismo alfacinha, puro e nato, tem todo o encanto pitoresco da genuína expressão fadista!
Adelina Ramos soube conservar-se humildemente, uma grande fadista!
Foi a criadora do conhecido Fado "Não Passes com ela à minha Rua".
Ao ouvi-la cantar o «menor», o «corrido», o «meia-noite», etc., afirmavam os seus admiradores:
— Sente-se o que ela canta, no modular espontâneo e natural das frases musicais, que lhe saem da garganta, como saem – isto é que é Fado, meus senhores... – ela dá-nos toda uma gama de sentimentos e emoções que no Fado procuramos e admiramos. Em noite grande, Adelina empolga, canta a garganta, cantam os olhos, cantam os gestos… E, quase sem nos apercebermo-nos, suavemente ficamos presos na magia da sua voz, que nos embala a alma, dizendo-nos coisas de amor, de saudade, de ciúme, de revolta... Sentimo-nos extasiados, fere-nos a carícia da sua voz a desvendar-nos esse mundo íntimo e profundo, que palpita em todos nós, e só o Fado consegue revelar.
Adelina Ramos, recolheu-se nos últimos tempos da sua vida na Casa do Artista, local onde faleceu a 27 de Julho de 2008, como a data foi num fim-de-semana, não houve uma divulgação eficaz da efeméride, e assim, os seus amigos e admiradores, nos quais me incluo, não puderam prestar-lhe a última e condigna homenagem.
Assisti desde muito miúdo, quando ía com o meu avô ao Bairro Alto, pois este, não deixava de passar sempre pelo restaurante típico, de que era proprietária com o marido, Batista Coelho, onde assisti a grandes noites de Fado.
A Tipoia foi um recinto por onde passaram quase todos os grandes nomes do Fado da época, assim como figuras de relevo da nossa sociedade e da cultura.
Recordo noites fantásticas em que José Carlos Ary dos Santos, lá se encontrava, e não se escusava a declamar poemas seus, que faziam o delirio dos presentes.
Adelina Ramos
versos de: Carlos Conde
Adelina Ramos. Pronto.
Não é preciso mais nada,
Nem há lugar p'ra confronto
Nesta artista consagrada.
Canta o fado à moda antiga,
E dos laivos do passado
Às rimas de uma cantiga
Tudo tem sabor a fado.
Pela expressão saudosista
Que imprime aos fados que entoa,
Há quem lhe chame a fadista
Mais fadista de Lisboa
Adelina Ramos canta:
Ouvi Cantar o Ginguinhas
ADELINA RAMOS
Adelina Ramos foi uma das verdadeiras fadistas, que o Fado conheceu.
Os Fados que ela cantava saíam-lhe da garganta onde o bairrismo alfacinha, puro e nato, tem todo o encanto pitoresco da genuína expressão fadista!
Adelina Ramos soube conservar-se humildemente, uma grande fadista!
Ao ouvi-la cantar o «menor», o «corrido», o «meia-noite», etc., afirmavam os seus admiradores:
— Sente-se o que ela canta, no modular espontâneo e natural das frases musicais, que lhe saem da garganta, como saem – isto é que é Fado, meus senhores... – ela dá-nos toda uma gama de sentimentos e emoções que no Fado procuramos e admiramos. Em noite grande, Adelina empolga, canta a garganta, cantam os olhos, cantam os gestos… E, quase sem nos apercebermo-nos, suavemente ficamos presos na magia da sua voz, que nos embala a alma, dizendo-nos coisas de amor, de saudade, de ciúme, de revolta... Sentimo-nos extasiados, fere-nos a carícia da sua voz a desvendar-nos esse mundo íntimo e profundo, que palpita em todos nós, e só o Fado consegue revelar.
Adelina Ramos foi proprietária do Restaurante Típico “A Tipóia”, recinto por onde passaram quase todos os grandes nomes da época, quer de fadistas, quer figuras de relevo da sociedade de então.
versos de: Carlos Conde
Adelina Ramos. Pronto.
Não é preciso mais nada,
Nem há lugar p'ra confronto
Nesta artista consagrada.
Canta o fado à moda antiga,
E dos laivos do passado
Às rimas de uma cantiga
Tudo tem sabor a fado.
Pela expressão saudosista
Que imprime aos fados que entoa,
Há quem lhe chame a fadista
Mais fadista de Lisboal