Foi o primeiro rei de Portugal, um dos Estados mais antigos da Europa. Definiu, através de várias conquistas, praticamente o território que é hoje Portugal. Soube sacrificar-se em nome de um sonho quando lutou contra a mãe em São Mamede e fez as pazes com Afonso VII, rei de Leão e Castela. Após a mítica batalha de Ourique, foi coroado rei. Foi um homem sem medo. Nasceu em Guimarães e morreu em Coimbra, onde está sepultado. Quando deu por terminada a obra, o território nacional estava quase delineado.
Nasceu presumivelmente em Guimarães em 1111, Governou durante 57 anos, 45 dos quais com o título de rei.
Com a morte do pai, o conde D. Henrique de Borgonha, é deixado aos cuidados de um aio, de nome Egas Moniz. A mãe, D. Teresa, filha ilegítima do rei de Leão e Castela, governaria o Condado Portucalense até que atingisse a maioridade.
Afonso Henriques cedo aprendeu a subverter. Aos 14 anos, o infante armou-se cavaleiro na catedral de Zamora, em Espanha. Ali “tomou por suas próprias mãos, do altar de São Salvador, as armas militares e ali mesmo, no altar, as vestiu e cingiu […] Vestiu-se com a cota assim como Gigas, que era de grande corpulência, e cingiu-se com as suas armas de guerra”. Nascia um mito.
De imediato, os fidalgos de Portucale fazem do infante o porta-estandarte da luta pela independência dos seus domínios face a Leão, que D. Teresa tinha iniciado. Durante a regência, D. Teresa enamorou-se de um nobre galego, Fernão Peres de Trava, e cedeu-lhe o lugar na condução dos destinos do território. O objectivo do conde de Trava era simples, desposar D. Teresa e retirar ao filho desta o poder. Deu-se início a uma luta que só teve fim em São Mamede, perto de Guimarães, no ano de 1128. Afonso saiu vitorioso, enfrentou tudo sem fragmento de temor, tinha uma fé implícita nas reservas inesgotáveis do seu corpo, e logo D. Teresa e Fernão saíram de cena.
Embuido com as quesilias com Castela, mal dá pelo ataque dos muçulmanos, que tinham tomado Leiria e Tomar e chegavam às portas de Coimbra. Para fazer-lhes frente, Afonso Henriques pede tréguas ao rei castelhano, fortifica o Sul do reino e parte para a guerra contra os muçulmanos.
É nos campos da alentejana terra de Ourique que cimenta a sua aura de “escolhido” por Deus, a batalha contra uma coligação de reis mouros deu-se no dia 25 de Julho, dia de Santiago, “o Matamouros”. No dia anterior, segundo a lenda, Jesus Cristo aparecera-lhe, homem de f´+e acreditou que venceria, apesar de o inimigo estar em superioridade numérica. No final do dia, cinco reis mouros morreram às mãos do infante, logo aclamado rei pelas tropas. “Cinco escudos azuis esclarecidos / em sinal destes cinco reis vencidos”, canta Camões em “Os Lusíadas”, explicando a origem dos cinco escudos no brasão de Portugal.
Em 1143 D. Afonso Henriques dirige-se ao Papa Inocêncio II e declara Portugal tributário da Santa Sé. No entanto, é só em 1179 que o papa Alexandre III irá confirmar a soberania portuguesa.
Já senhor dos seus domínios, D. Afonso Henriques casa com D. Mafalda de Sabóia, em 1146, e garante descendência. Dedica-se a alargar o território, reconquistando as terras tomadas pelos mouros. Em 1147 ocupa Santarém e Lisboa, cidade conquistada graças à ajuda de cruzados que seguiam para a Terra Santa. Afonso I de Portugal convencera-os de que a luta contra o infiel poderia ser feita em qualquer lado... E que o saque, sempre valioso, poderia servir de incentivo. Sucederam-se Palmela, Almada, Sintra, Beja, Évora, Moura, Serpa e Sesimbra. “Aos reis que se seguiram até D. Dinis,.
Em 1169, com 60 anos, ao tentar tomar a cidade de Badajoz, fica ferido numa perna. Viveu mais 16 anos depois deste episódio.
Faleceu em 1185.
in: Wikipédia
D. Afonso Henriques - O Conquistador
A CONQUISTA DE LISBOA
Lisboa tinham-na os Mouros
Quem havia de a conquistar
El-Rei D. Afonso Henriques
E os Cruzados a ajudar
Põem cerco em toda a volta
Pela terra e pelo mar
Atacam por todas as portas
Por uma foram entrar
Vêm os Mouros ao combate
Oh. que forte batalhar
Tantos ferros, tantos golpes
Tanto sangue a espadanar
Vencem as armas de Cristo
Há mil bocas a gritar
Arraial por D. Afonso
Que Deus o Queira guardar
Sobem todos ao castelo
De mãos erguidas a rezar
E lá na torre mais alta
Uma Cruz a assinalar
Que Lisboa é dos Cristãos
Que a souberam conquistar
Estes versos estavam no livro da 3ª classe nos meus tempos de escola, e era raro o miúdo que não os tivesse memorizado, havia um misto de orgulho e de ternura por este rei, que nos eram incutidos pelos nossos educadores, lembro-me que se contava uma lenda acerca da espada de D. Afonso Henriques... que eram preciso 7 homens para a levantar...
Também me lembro de uns versos do mesmo livro que andava de boca em boca, quer nas crianças, quer nos adultos.
A BARCA BELA
Quem quer ver a barca bela?
Que se vai deitar ao mar
Nossa Senhora, vai nela
E os anjos vão a remar.
S. Vicente, é o piloto
Jesus Cristo, o general
Que linda bandeira leva
É A BANDEIRA DE PORTUGAL
Filme realizado por José Manuel Pedrosa Moreira - Porto, tema musical, AVÉ MARIA, interpretada pelo IL DIVO
GUIMARÃRES BERÇO DA NACIONALIDADE
As origens da ocupação humana na região de Guimarães são muito antigas. Nas imediações da cidade, na Penha, encontram-se sinais de presença humana que nos remetem para os tempos remotos da Pré-História. Espalhados pelo concelho, subsistem inúmeros vestígios de antigos povoados, em especial dos períodos castrejo e romano. A ocupação do território actualmente ocupado pelo centro urbano de Guimarães remete-nos para a Idade Média.
No século X, a Condessa Mumadona Dias, tia do Rei Ramiro II de Leão e viúva do Conde Hermenegildo Gonçalves, mandou construir na sua terra de Vimaranes um mosteiro duplex (misto, acolhendo frades e freiras), à volta do qual a população se foi fixando. Para defesa do povoado que foi crescendo junto do mosteiro, Mumadona fez erguer, no início da segunda metade do século X, o Castelo, que se viria a tornar num dos monumentos mais simbólicos da nacionalidade portuguesa. Em torno desse monumento, foram-se instalando moradores, dando origem a um segundo povoado.
No final da Idade Média, a vila de Guimarães cresceu entre aqueles dois pólos, em torno dos quais se constituíram duas vilas, a Vila Alta, que se erguia à volta do Castelo, no cimo da colina do Monte Latito, e a Vila Baixa, na base da colina voltada a Sul, em torno do Mosteiro de Santa Maria, que mais tarde se elevaria à condição de Real Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira. A muralha primitiva, que rodeava o Castelo, foi acrescentada no tempo do rei D. Dinis com uma nova cerca, acompanhando o crescimento da Vila Baixa. No tempo de D. João I foi derrubado o muro que separava as duas vilas, que então se unificaram num único burgo. Após o século XV, a configuração da zona intramuros de Guimarães sofrerá poucas alterações. A instalação em Guimarães das ordens religiosas de S. Francisco e de S. Domingos, fora da cerca da muralha, proporcionará a urbanização extramuros, com a consequente expansão do espaço urbano.
Guimarães foi palco de acontecimentos marcantes para a Fundação da Nacionalidade, adquirindo a partir deles a designação de Berço da Nação e a condição simbólica de capital histórica de Portugal. Em finais do século XI, D. Henrique, nobre originário da Borgonha, casou com D. Teresa, filha natural do rei Afonso VI de Leão e Castela. Como dote de casamento, recebeu o governo do Condado Portucalense. Desta união virá a nascer, provavelmente em 1109, D. Afonso Henriques. Foi o Conde D. Henrique quem outorgou a Guimarães o seu primeiro foral, em finais do século XI. Faleceu no ano de 1112, assumindo então D. Teresa o governo do território portucalense, onde já germinavam aspirações de autonomia, que viriam a ser encabeçadas pelo seu filho, D. Afonso Henriques.
No dia 24 de Junho de 1128, naquela que viria a ser designada como “a primeira tarde portuguesa”, travou-se a Batalha de São Mamede, nas imediações do Castelo de Guimarães (“in campo Sancte Mametis quod est prope castellum de Vimaranes”). Sendo tradicionalmente apresentada como um recontro entre D. Teresa e o seu filho rebelde, Afonso Henriques, São Mamede foi, de facto, o primeiro episódio da História de Portugal. Nela se bateram os que advogavam a independência do território contra os defensores da vassalagem face ao reino de Leão. São Mamede, vencida por D. Afonso Henriques, constituiu o primeiro acto de um movimento imparável que conduziria à independência do Condado Portucalense e ao nascimento do reino de Portugal.
Ao longo dos séculos, a vila de Guimarães ganhará monumentalidade com a construção de diversos conventos, igrejas e casa senhoriais. Ao mesmo tempo, serão renovados alguns espaços públicos. Porém, no essencial, serão preservadas as características da sua traça medieval que, em grande medida, irão sobreviver às ideias urbanísticas modernizadoras introduzidas a partir da segunda metade do século XIX. Desde então, na zona intramuros de Guimarães rasgaram-se novas ruas e avenidas e abriram-se novas praças, com as alterações no Largo Martins Sarmento, na Praça de São Tiago, na Alameda de São Dâmaso, no Largo Condessa do Juncal ou na zona envolvente do Castelo. Todavia, em geral, aquelas intervenções foram suficientemente contidas a ponto de possibilitarem a preservação dos elementos essenciais do espaço edificado e vivencial do velho burgo vimaranense.
Guimarães foi elevada a cidade em 23 de Junho de 1853, pela Rainha D. Maria II.
No último quartel do século XX, o Centro Histórico de Guimarães foi objecto de uma complexa e bem sucedida operação de requalificação, que teve como corolário a sua classificação pela UNESCO como Património Mundial, em Dezembro de 2001.
in: sitio da Câmara Municipal de Guimarães
VIVAPORTUGAL