No dia 23 de Dezembro faria 89 anos, o meu saudoso pai ALFREDO DUARTE JÚNIOR, em sua memória volto a apresentar este video-clip, em que ambos cantamos ao desafio o dueto "A Lucinda Camareira" com letra de Henrique Rego e música de meu avô "Fado Bailarico" (este Fado também esteve em tribunal nos anos sessenta, pois havia um um individuo que se intitulava autor do mesmo, perdeu acção e a razão, mas outros mais virão).
Pai não fazes parte dos paineis das vaidades nem das palestras dos doutorados, mas pertençes a uma geração que ficará na história do Fado da qual fazes parte integrante, e como tal nunca serás esquecido....
Dueto " A Lucinda Camareira"
(Pai e Filho)
Alfredo Duarte Jr. & Vítor Duarte
Recebi do meu amigo Francisco Pintéus (*), esta missiva sobre meu pai, que publico com muito gosto, e deveras agradecido.
Tenho de Alfredo Duarte Júnior uma memória afectiva muito forte e que me acompanha desde a juventude.
Cedo comecei a ouvi-lo e a gostar do seu estilo: aquele marialvismo da época, mas também a ternura/paixão com que cantava a mulher.
Só mais tarde lhe compreendi a luta contra o sectarismo e a incompreensão.
Lembro-me com saudade da primeira vez que estive pessoalmente com ele: cidade da Beira (Moçambique), ano de 1973/74, eu na guerra colonial e ele cantava na Ronda do Fado (Moulin Rouge). Entrei e perguntei-lhe: "o Cadaval não lhe diz nada?", ao que ele, unindo-me num forte abraço respondeu: "É a nossa terra!"
Faria hoje anos. Mas a memória não se apaga: ele é a prova provada que o FADO, sendo só um, pode ser muitos: depende da forma de o sentir e cantar.
Filho do “Monstro” Alfredo Marceneiro, sempre o honrou e compartilhou o amor ao Fado, herança que este lhe deixou.
Alfredo Duarte Júnior cantou-O como ninguém, e sentia-o como poucos.
Um abraço do
Francisco Pinteus
(*) Francisco Pinteus, é um investigador de Fado, fã de Alfredo Marceneiro, e garnde amigo da família, é natural da terra de origens de Marceneiro, o Cadaval, e é o grande impulsionador da "ASSOCIAÇÂO ALFREDO MARCENEIRO", da qual é neste momento o Presidente da Assembleia Gera.
Faria hoje 86 anos se estivesse entre nós, o meu saudoso pai Alfredo Duarte Jr:
Mais sobre Alfredo Duarte Jr.
http://lisboanoguiness.blogs.sapo.pt/150488.html |
Ainda na memória dos verdadeiros amantes do fado, o «castiço» Alfredo Duarte Júnior sempre fez por honrar o nome de seu pai, o inesquecível Marceneiro, verdadeira legenda de oiro do Fado Tradicional. Se a história do Fado tem vindo a ser escrita, através dos tempos, acerca dos seus mais expressivos intérpretes, é inegável que a carreira de Alfredo Duarte Júnior merece vir a ocupar Interessante e importante capítulo. Este video foi filmado pela RTP1 na inauguração da Casa do Fado e da Guitarra Portuguesa, curiosamente Alfredo Duarte Júnior, não tem nenhuma referência no painel de fotos que lá existe, mas fiquem certos que ele fará parte da história do Fado, embora desconhecido de alguns "investigadores/escritores/divulgadores - cientificos" e fazedores de palestras destas coisas do Fado, (obra feita é claro), esses sim passando a glória efémera e oportunista, deles ninguém falará daqui a uns tempos.
Alfredo Duarte Júnior
canta: SER PALHAÇO
Letra de Carlos Conde Música de Alfredo Marceneiro
Reperório de Alfredo Duarte Júnior
Letra de: João Alberto
Música de Alfredo Marceneiro
Três vidas, três gerações
Que enternecem corações
Fazem lembrar o passado
Primeiro, segundo e terceiro
A família Marceneiro
Toda ela canta o fado
Com fim nobre e altruísta
Esta geração fadista
Usa o lenço por brasão
Seja virtude ou defeito
Uso o lenço por respeito
Desta nossa geração
Eu sou povo, vida e fado
E o fado tenho cantado
Num estilo muito meu
Marceneiro é a expressão
Duma longa geração
Que para o fado nasceu