Alfredo Duarte Jr. canta Um Resto de Mouraria
Letra de Carlos Conde
Música de Martinho D´Assunção
UM RESTO DE MOURARIA
Autor da Letra: Carlos Conde
Autor da Música: Martinho d'Assunção
Intérprete: Alfredo Duarte Júnior
Daquela viela antiga
De bairro mal afamado
Vinha um resto de cantiga
E um vago sabor a fado
E vi de longe, da esquina,
Uma imagem de Jesus,
Uma luz de lamparina
E uma sombra aos pés da cruz.
O fado era a saudade, era uma reza,
E a voz um precipício de tristeza.
Era a amargura a cantar,
Era a voz da nostalgia
A chorar
P’la Mouraria.
Banco de pinho a um lado,
De outro lado um canapé
E um Cristo crucificado
Iluminado p’la fé.
Meu olhar turvou de pranto,
Era tudo quanto via
Naquele velho recanto
De um resto de Mouraria.
QUE SAUDADES....
ALFREDO DUARTE JUNIOR
No dia 26 de Maio de 2009, forão transladados os seus restos mortais da campa no talhão dos artistas no Cemitério dos Prazeres, para um gavetão.
Faz dia 6 de Junho 10 anos que nos deixou,
Ainda na memória dos verdadeiros amantes do Fado, o «castiço - o fadista bailarino» Alfredo Duarte Junior, sempre fez por honrar o nome do seu pai, Alfredo Marceneiro. Já se tem feito história de alguns fadistas grandes intérpretes do Fado.
A carreira de Alfredo Duarte Junior, meu pai merece, e terá decerto, um interessante e importante capítulo para o recordar, na história do Fado.
Recebi hoje um mail, que encheu a minha alma de alegria e os meus olhos de lágrimas, foi-me enviado por um admirador de meu pai, Américo Santos Pereira, fadista de alma e coração, nasceu em Lisboa, mas radicou-se em Vila Nova de Cerveira. Comunicava-me que tinha realizado um video-clip do meu saudoso pai, e que o tinha publicado no youtube. Estou aqui a apresentá-lo, agradecendo do fundo do coração, esta sua oferta.
Vitor Marceneiro
Recebi este mail do meu amigo Acácio Monteiro, que foi para mim uma novidade, assim publico o mesmo na integra
De: nunes [gilasio@gmail.com]
Enviado: segunda-feira, 7 de Janeiro de 2008 15:12
Para: fado.em.movimento@sapo.pt
Assunto: Uma curiosidade que me parece importante destacar
Constatei que numa entrevista feita a Mariza e publicada na revista TABU em 14 de Outubro de 2006 o seguinte texto, com algumas correcções semânticas feitas por mim:
“... já canto desde os 5 anos, mas cedo, não mais tarde que as dez e meia, punha o meu xaile e nessa altura tinha um cabelo enorme... Chamavam-me 'o passarinho'.
A minha mãe não achava piada nenhuma, mas o meu pai pegava em mim e íamos muitas vezes de moto, para as associações ouvir fados e cantar. Era um bicho, um vírus. Eu levava aquilo muito a sério, e já sentia a responsabilidade.
Nunca concorri à Grande Noite, o meu pai não achava piada a esse tipo de concurso e tentou proteger-me disso. Cantava fado vadio, mas nunca tinha entrado numa casa profissional. A primeira vez que tal aconteceu, foi na Adega Machado, tinha sete anos. O meu pai era muito amigo do filho do Alfredo Marceneiro, o Alfredo Duarte Jr., e ele convidou-nos, a lá ir uma noite, depois da ceia ele pôs-me em cima do pequeno palco e cantei, sem ter muito a noção do que era uma casa de fados profissional....
Em anexo uma provável fotografia do referido evento, aonde se destaca a famosa sala da Adega Machado. Para mim esta curiosidade revela uma cumplicidade histórica digna de referência e anotação.
Com um abraço de
Acácio Monteiro
Mariza aos 7 anos na Adega Machado