Letra de : Henrique Rego
Música de Alfredo Marceneiro
" O NATAL DO MOLEIRO "
Que noite de Natal, tristonha agreste
De neve amortalhava-se o caminho
E o vento sibilada do nordeste
Por entre as frinchas da porta do moinho
Sentado na velha mó, já carcomida
Onde incidia a luz d´uma candeia
O moleiro de barba encanecida
Com a mulher comia a parca ceia
Próximo do moinho, ouviu-se em breve
Uma voz e o moleiro abrindo a porta
Viu um velhinho todo envolto em neve
Vergado ao peso d´uma esperança morta
Entrai meu peregrino da desgraça
Disse o moleiro ao pálido ancião
Aqui não há dinheiro, existe a graça
De haver carinho, piedade e pão
Vinde comer agasalhar-se ao lume
Festejar o nascer do Deus Menino
Porque a vida somente se resume
Na escravidão imposta p´lo destino
Então o velhinho com uma voz sonora
Pronunciou levando as mãos ao peito
Abençoado seja a toda a hora
Este moinho que é por Deus eleito