Joaquim Frederico de Brito (1894 – 1977), foi compositor e poeta, era conhecido no meio do Fado com o diminutivo de “Britinho e também poeta-chauffer, alcunha que lhe atribuíram porque durante muitos anos foi motorista de táxi.
Aos 8 anos, leu o livro de Avelino de Sousa, «Lira do Fado», que o levou a escrever versos que o seu irmão mais velho João de Brito cantava em festas de amadores. É facto adquirido que durante a sua vida, escreveu mais de um milhar de letras e compôs várias centenas de músicas.
Participou na opereta História do Fado, de Avelino de Sousa, com Alfredo Marceneiro e outros, cantando versos de sua autoria.
Em 1931 edita um livro de sua autoria, “Musa ao Volante”, em que compilou todos os versos que até esta altura já tinha escrito.
Para além de grande poeta, foi também compositor, é de sua autoria a letra e música do tema "Biografia do Fado", que foi uma criação de Carlos Ramos; "Fado do Cauteleiro", criação de Estêvão Amarante; "Janela Virada para o Mar", criação de Tristão da Silva; "Não Digam ao Fado..." cantado por Carlos do Carmo e Beatriz da Conceição,o tema "Canoas do Tejo" cantado por Carlos do Carmo, Max, Beatriz da Conceição, Francisco José, Tony de Matos e muitos outros, o Fado "Carmencita" na voz de Amália, também foi um dos seus grandes sucessos, tal como "Troca de Olhares", "Rapaz do Camarão", "Casinha dum Pobre" , "Fado Corridinho" , "Fado do Britinho", "Fado dos Sonhos" , o celebérrimo "Fado da Azenha", que David Mourão-Ferreira considerou uma das melhores criações da poesia popular portuguesa.
Vários compositores, entre eles Raul Ferrão, Raul Portela, Jaime Mendes e Alves Coelho (filho) escreveram músicas para letras de Frederico de Brito.
As revistas Anima-te Zé (Maria Vitória, 1934), Salsifré (Apolo, 1936), Bocage (Eden, 1937), Chuva de Mulheres (Eden, 1938), Sol-e-Dó (Variedades, 1939) e Haja Saúde!, com a qual se inaugurou o Teatro ABC integraram várias composições de sua autoria, grandes compositores de nomeada, como Ferrão, Portela e Alves Coelho, compõem para as suas letras, de cunho bem popular e fadista, que foram cantadas no teatro de revista, por fadistas e cançonetistas.
Frederico de Brito, era muito estimado nos meios fadistas, o diminutivo "Britinho" reflectia aliás, essa generalizada simpatia.
Foi um poeta popular, que manteve os padrões do Fado tradicional, sem “lamechas retrógradas”, e sem quaisquer exageros de lirismos, pseudo-intelectuais.
As composições do seu vasto espólio continuam ainda hoje a ser interpretadas por muitos artistas, com a aceitação e o agrado do grande público.
Beatriz da Conceição
Canta "Canoa" de Frederico de Brito