Estreado por Anita Guerreiro em 1969 na Revista “Peço a Palavra” no Teatro Variedades
CHEIRA A LISBOA
Letra de: César Oliveira
Música de: Carlos Dias
Lisboa já tem sol, mas cheira a lua
Quando nasce a madrugada, sorrateira
E o primeiro eléctrico da rua
Faz coro com a chinela da Ribeira
Se chove cheira a terra prometida
Procissões têm o cheiro a rosmaninho
Nas tascas das vielas mais escondida
Cheira a iscas com elas e a vinho
Estribilho
Um craveiro numa água-furtada
Cheira bem, cheira a Lisboa
Uma rosa a florir na tapada
Cheira bem, cheira a Lisboa
A fragata que se ergue na proa
A varina que teima em passar
Cheiram bem porque são de Lisboa
Lisboa tem cheiro de flores e de mar
Lisboa cheira aos cafés do Rossio
O Fado cheira sempre a solidão
Cheira a castanha assada se está frio
Cheira a fruta madura quando é Verão
Nos lábios tem o cheiro dum sorriso
Manjerico tem o cheiro de cantigas
E os rapazes perdem o juízo
Quando lhes dá o cheiro a raparigas
Estribilho