Leolina Clara Gomes Dias Simões, filha de Manuel Dias Simões e de Margarida Ferreira Soares Gomes Dias Simões, nasceu em Ovar (na Rua Padre Ferrer, n.º 1) a 4 de Novembro de 1925, e residiu, durante a sua infância, na Quinta que a sua família possuía no lugar de S. Miguel.
Depois de ter realizado estudos primários e secundários (frequentando colégios em Anadia, Aveiro e Porto), ingressou na Escola do Magistério Primário do Porto, onde chegou a frequentar o 2.º ano.
Não se sentindo minimamente atraída pela carreira de professora primária, abandonou (aos 19 anos) os estudos e foi viver para Lisboa, onde experimentou várias ocupações temporárias, até se tornar secretária/correspondente de francês e português na empresa Inter-Maritime et Fluvial et Centrados Reúnis.
A carreira de secretariado/correspondente levou-a até Paris, e da “cidade-luz” para Locarno, na suíça “italiana”, onde se empregou como correspondente de português numa grande fábrica de acessórios para relógios.
Dois anos depois, Clara Dias Simões regressaria a Portugal para uma curta estada (19 meses), residindo em Lisboa e no Porto, locais em que participou em vários programas de rádio.
O casamento com o cônsul da Suíça em Luanda (Rolland Pièrre) levou-a ao continente africano, onde permaneceu pouco mais de um ano.
De regresso à Europa, radicou-se em Paris, onde abriu um pequeno restaurante – “Le Fado: Uma Casa Portuguesa” –, por onde passaram vários profissionais da nossa canção (Rui de Mascarenhas, Maria Albertina, Madalena Iglésias…).
Na capital francesa, onde passou a ser conhecida por Clara d’Ovar, casou com Peter Oser Rockfeller e teve a ocasião de travar conhecimento com muitas pessoas ligadas ao meio cinematográfico gaulês. Foi este convívio que estimulou Peter Oser e Clara d’Ovar a proporem a Pièrre Kast a realização da película “Merci Natercia”, idealizada pelos dois e que não foi bem sucedida, não chegando a ser distribuída em França. (Apenas uma remontagem, efectuada por Clara d’Ovar, fez carreira no Brasil).
Após o malogro de “Merci Natercia”, Clara d’Ovar foi a actriz principal nos filmes “La Barque Sur l’Ocean” (1960), de Maurice Clavel, e “Cartas da Religiosa Portuguesa” (1960), de António Lopes Ribeiro.
Filmes com participação de Clara d’Ovar
Clara d'Ovar
1959 - “Merci Natercia”; “Uma Portuguesa em Paris”, de Pierre Kast.
1960 - “La Barque Sur l’Ocean”, de Maurice Clavel; “Cartas da Religiosa Portuguesa”, de António Lopes Ribeiro.
1961 - “La Morte-Saison dês Amours”, de Pierre Kast
1962 - “Je ne Suis Plus d’Ici”, de Bernard Vicki (curta-metragem filmada numa aldeia próxima de Ovar).
1963 - “Vacances Portugaises”, “Os Sorrisos do Destino”, de Pièrre Kast; “PXO”, de Pièrre Kast, Jacques Doniol-Valcroze e António Vilela; “Le Pas de Troix”, de Alain Bornet.
1964 - “O Crime da Aldeia Velha”, de Manuel Guimarães.
1965 - “Le Grain de Sable” (O Triângulo Circular), de Pierre Kast; “La Brûlure de Mille Soleils”, de Pièrre Kast.
1980 - “Le Soleil en Face”, de Pièrre Kast
Obras literárias de Clara d’Ovar
1956 - “Um Mundo Paralelo”
1957 - “Poesias da Juventude”
1958 - “As Areias Movediças”, “Poesias do Vento”
1994 - “Caminhando pela Vida”
1997 - “Miriam – Uma Tão Longa Estrada”
1998 - “Odisseia de uma Garrafa Azul – Memórias de Esquecimentos”
1999 - “D. Juan Quixote de Saia de Folhos”
2000 - “O Homem que corria atrás dos Sonhos”
2002 - “O voo das Palavras”
In; Jornal João Semana