Amigo Victor,
Muito grato te fico por teres feito o favor, à maioria dos portugueses, de publicares no teu site um dos cartazes (escrito em português) que se viram colados, durante alguns dias, nos tapumes de algumas obras de construção civil, em Paris, para anunciar aos emigrantes que Carlos do Carmo estava nos dias 11 e 12 de Outubro de 1980, em matiné (18 horas) no Olympia e não à noite, conforme ele tem dito, mentirosamente, na televisão, jornais e revistas. Para estar no Olympia à noite, ele nunca teve estatuto.
O artista que naquelas datas estava em cena no Olympia, à noite, chamou-se mundialmente Gilbert Bécaud!
Agradeço-te ainda por mostrares uma foto que ilustra a imponência com que fica a fachada desse teatro, quando tem de anunciar à França (não só aos emigrantes) que uma artista portuguesa ou de outra nacionalidade, de craveira internacional do mais alto nível está em cena naquela sala; como se verifica no caso de Nossa Senhora do Fado.
Fico feliz por saber que a tua intenção não é a de fazeres comparações porque tanto tu como os restantes fadistas e portugueses, em geral, sabem que não se compara o incomparável. Sei que o fizeste, especialmente, para que muitos portugueses possam ficar com uma noção exacta da grandiosidade e do esplendor dos "terrenos artísticos" que pisam os grandes artistas do mundo como Amália e o lamaçal, de embuste, de trafulhice, de mentira, de hipocrisia, de ganância desmedida, de ódio e, sobretudo, de estupidez e inveja onde se afoga, cada vez mais, o Sr. Carlos do Carmo que, por via disso, no mundo das artes populares portugueses é simplesmente inexistente. Nos "documentos" que publicas vê-se a abismal diferença do tratamento que existe no "showbusiness" mundial entre quem é quem e quem não é ninguém; quem é contratado por Bruno Cocatrix para actuar no Olympia 15 noites por cada contrato, durante mais de 30 anos e quem uma vez na vida, por demência, tem de alugar esse espaço, por 2 tardes, na intenção de convencer mentirosamente toda a gente de que também tem um disco "ao vivo" no Olympia, de que também é igual aos outros. Isto, é contrafacção. Isto, é o que fazem alguns vendedores de feira: vendem as camisolas do Costa ... por Lacoste! Coitado! A sua loucura é tal que não o deixa admitir a sua inexistência intelectual e artística!
Na França, como no resto do mundo civilizado, é sempre a televisão e a imprensa escrita que anunciam, mostram e divulgam ao país os grandes artistas que por lá passam para que os cidadãos saibam quem lá está e quando, onde e a que horas os podem ver. Como isto nunca aconteceu, em parte nenhuma (a esse nível) ao Sr. Carlos do Carmo, ele mandou fazer os seus cartazes, em português, mandou-os colocar estrategicamente por conta própria a alvejar os emigrantes que ele abomina e teve tanto sucesso nas suas actuações que continua de tal maneira ignorado que nem pagando, nunca mais lá voltou. Mas quem e o quê terá impedido, toda a vida, os grandes empresários estrangeiros, como Bruno Cocatrix ou a World Music, por exemplo, de contratar semelhante "vedeta"? Do disco que ele diz ter gravado no Olympia, que é outra mentira, falarei oportunamente.
Todo este desprezível comportamento (que tem sido seu apanágio) ao longo dos anos o suporte da sua "carreira - sem carreira", o arrojo, a lata, a falta de escrúpulos, a psicopatia com que tudo isto tem sido orquestrado e realizado, a sua estúpida e insaciável necessidade de vedetismo e heroicidade, mesmo falsa, tornam-se ainda mais sinistros, antipatrióticos e repugnantes quando recebem o elogio, a admiração, o apoio, a cobertura ignorante de organismos e entidades como a RTP, os Jornais, as Revistas, José Saramago, Vitorino de Almeida, Graça Moura, Rui V. Nery, Santana Lopes, Carmona Rodrigues, Academia das Artes e Ciências Cinematográficas de Espanha, SPA, CML, EGEAC, enfim... todos quantos por conivência lhe enviaram felicitações pela vigarice dos Goya!
Sabes, Victor, é a indivíduos como o Sr. Carlos do Carmo que neste país vazio de valores credíveis e exemplares, onde reina o antipatriotismo, a lusofobia, o compadrio e a corrupção, onde chamam desporto ao futebol, onde os espanhóis e os italianos nos dizem quem é o Rei ou a Rainha do Fado, neste país enlameado de Apitos Dourados, Apitos Finais, Pedofilia, GNR, Offshores, etc., que por terem gasto (em nome do Fado) o dinheiro do Povo a venderem-se ao mundo "embrulhados" em Fado-Rap, Fado-Rock e Fado-Flamenco, cantado por "fadistas brasileiros", por mutilarem assim o Fado e a Cultura Popular Portuguesa, autopromovendo-se, recebem por esta pouca vergonha os parabéns de Presidentes da República e a aceitação do Ministério da Cultura! São nomeados "embaixadores" (ninguém sabe por quem de direito) conselheiros musicais, assessores das Casa do Fado, da Guitarra, da Sinfonieta e do Contrabaixo, falam (avultadamente pagos) na RTP sobre Fado, são congressistas de Fado, recebem o "Prémio Zeco" do Zeca, os "Glóbulos Vermelhos" e alguns jornais e televisões até têm a lata de lhes chamarem portugueses e fadistas!...
Amigo Victor, hoje já não aguento mais! Vou ficar por aqui .... tenho de ir vomitar!
Fernando Zelozo
Para além deste texto e foto de Fernando Zeloso, recebi também este mail, que trancrevo e passo a responder.
-----Mensagem original-----
De: dadifrancisco@sapo.pt [mailto:dadifrancisco@sapo.pt]
Enviada: sexta-feira, 16 de Maio de 2008 19:10
Para: fado.em.movimento@sapo.pt
Assunto: Carlos do Carmo no Olimpia
Sr. Vítor Marceneiro
Tenho indicação do seguinte, Carlos do Carmo também actuou no Alter Oper de Frankfurt, e uma noite no Olímpia, penso que quererá corrigir, pois aprecio a sua verticalidade.
PF
Na realidade consta no registo da "Alter Opera de Frankfurt", o nome de Carlos do Carmo, tal como o Rodrigo, Carlos Paredes, Sérgio Godinho, Fausto, Francisco Fanhais, José Mário Branco, Janita Salomé, Zeca Afonso, etc.
Eram organizados espectáculos com artistas de todo o mundo, que actuavam, para os emigrantes dos respectivos países, e também para os alemães.
Mas contratada, com publicidade nos jornais, rádio e televisão, e ainda com cartaz entregue na compra do bilhete de ingresso, cartaz este com fotos, dados biográficos e as letras dos temas, escritos em português e alemão, só uma... AMÁLIA RODRIGUES, que esteve em palco 3 dias, tendo sido acompanhada, pelos músicos, Carlos Gonçalves na Guitarra Portuguesa, Joel Pina na Viola e Tó Moliças no Baixo.
Quanto á noite no Olympia de Paris, não há qualquer registo, nem qualquer publicidade, pelo que é quase certo que CC, nunca tenha actuado em soirées, porque se tal fosse verdade, certamente que ele teria fotos, cartazes etc.