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Associação Cultural de Fado

"O Patriarca do Fado"
Terça-feira, 29 de Setembro de 2009

DÂNA

 

Sónia Isabel Santos Mota e Albergaria, nasceu em Vila-Franca no dia 21 de Junho de 1980, tendo adoptado o nome atístico de  Dâna Albergaria, pertence à nova geração do Fado. Compositora e poetisa, ama as tradições.

Nascida no meio da cultura popular, herda do seu avô, Sebastião Mateus Arenque poeta popular, escritor e mentor da cultura tradicional na região do Ribatejo, mais precisamente em Azambuja, um gosto nato pelas tradições e cultura Portuguesa, e através dos seus pais nasceu embalada pelo fado. Mas foi apenas aos 21 anos em 2001 que, ao participar no Festival da Canção e obtendo o 3º lugar, que se entregou à música.

Lança o seu primeiro trabalho a solo em 2003 com o título “Cantar Português”, onde opta por uma fusão de música tradicional portuguesa, fado e electrónica. Foi editado no Japão, Países de Leste e Norte da Europa, e em colectarias juntamente com nomes como Deep Forest, Enigma e Air.

Aos 27 anos, Dâna decide gravar um álbum dedicado inteiramente ao Fado, nascendo assim ”Sei Finalmente”, que mostra a expressão de uma fadista em ascensão que pela voz vai colorindo poemas monocromáticos. O Fado nasce de um encontro entre a emoção e a razão, ou seja, a vida, esse mistério que acontece sem se ver apenas ouvindo e sentindo.

O seu terceiro trabalho a solo acontece em 2009 e reflecte um caminho percorrido, e é por entre muitos palcos e públicos percorridos, que finalmente se reencontra como artista e, acima de tudo, como fadista. “Fado que te amo” conta com fados tradicionais entre os quais, o fado alexandrino, o fado das horas, o fado menor, o fado cravo, entre outros e onde Dâna nos presenteia poemas da sua autoria e de Vasco Lima. É um álbum que nos mostra alma de uma fadista a nu, onde o fado se apresenta desprotegido, chorado, enjeitado, castiço e boémio.

Nota: Biografia fornecida pela própria

 

Conheci a Dâna no Museu do Fado quando da sua apresentação do último CD,  é uma jovem muito simpática e despretensiosa, ofereci-me para lhe fazer uma página neste blogue, o que aceitou (o que tem sido raro nos novos valores emergentes) e aqui estou com muito gosto apresentá-la.

 

Dâna canta: Maldição

Letra de: David Mourão Ferreira

Música:  Fado Cravo de Alfredo Marceneiro 

 

 

 Eis um texto e um poema de Dâna Albergaria:

 

Ao ver o Rio Tejo:

Meus pensamentos são inundados de Histórias passadas, de sonhos vividos, alguns esquecidos e outros por viver. A imensidão do Tejo envolve meus pensamentos num turbilhão de saudades que devagar vão sendo varridas pelo vento que passa soprando baixinho ao meu ouvido. Devagar, a minha alma vai sendo levada até ás profundezas do ser e é desperta pelo Sol que lá longe vai raiando.

Meus pensamentos flutuam sem destino ou direcção, são apanhados por sons de saudade, por sons de verdade. Ao longe, Portugal, esse Portugal tão Português que me fascina e me aquece o coração e ao mesmo tempo me faz chorar de saudades desse nosso Portugal que em tempos foi tão Português.

Vou desvendando mistérios que através dos tempos vão sendo esquecidos. Vou cantando aos sete mares e aos sete cantos do Mundo esta minha alma Lusitana que ainda chora e sonha por este País tão especial que é Portugal.

 

Ao ver o Rio Tejo ... meus pensamentos são inundados por este sonho que é Portugal.

Dâna

28 Julho 2008

 

ENCONTRO

 

 

Sinto o cheiro a saudade

Ou será de solidão

Fiquei esquecida,

Nesta vila perdida, sem me encontrar

 

                                 Caminhando sinto frio,

                                 Frio que soprado plo vento

                                 Enche meu olhar de devaneios,

                                 Faz meu coração chorar.

 

Nesta vila pequenina,

Onde um dia me deixas-te

Hei-de encontrar-me, um dia

Para de novo cantar.

 

                                Entre rua e ruelas,

                                Minha alma se preenche.

                                Tudo tem algo para contar,

                                Muros cheios de lamento.

 

Sinto cheiro a saudade,

Não és mais de solidão.

Encontrei meu coração.

Nesta vila de novo nasci.

 

 

Licença Creative Commons
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, assim como registo na Sociedade Portuguesa de Autores, sócio nº 125820, e Alfredo Marceneiro é registado como marca nacional no INIP, n.º 495150.
música: Maldição - Alfredo Marceneiro e David Mourão Ferreira
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publicado por Vítor Marceneiro às 16:25
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