Através do meu amigo, o poeta Mários Rainho, tive a triste noticia que Alice Maria faleceu.
. Estava retirada há muitos anos e actualmente estava hospedada na Casa do Artista.
Paz á sua alma.
Grande fadista, cantou muitos anos na "SEVERA", tem muitos discos gravados e muitos poemas de sua autoria.
Nasceu no fim do Século XIX em Lisboa no bairro de Alcântara (1891-1956).
Era a época do «Fado das Hortas». Lisboa divertia-se nesses sítios, com vinhos e petiscos e fados em mote e glosas. Nos Salões mais nobres, nos pátios e adegas típicas, nas esperas de gado, as cantigas à guitarra soavam em grandes despiques. Era a áurea de Júlia Mendes e Maria Vitória, das feiras de Agosto e das Touradas reais.
Pois foi nesta época que João Maria dos Anjos acompanhou o Fado, sendo um dos cantadores mais aplaudidos, fez parte dessa plêiade de genuínos a que pertenceram José Bacalhau, João Junça, Joaquim Real, João Espanta, José Peres e outros, na companhia dos quais começou a cantar o Fado nos antigos retiros do João da Ermida, Tia Iria e José dos Pacatos, e, depois, no Ferro de Engomar, Pedralvas, Charquinho, Caliça, Perna de Pau, António da Rosa e Quinta da Montanha.
Cantou também nos teatros Luís de Camões, Étoile, Trinas, Salão dos Anjos, Moderno e Coliseu da Rua da Palma, e mais tarde no Coliseu dos Recreios, S. Luiz, Eden, Apolo e Gimnásio.
Num concurso, de Fados, em que concorreram muitos fadistas de nomeada na época, ganhou a medalha de oiro.
Possuía também o dom de ser poeta, compunha versos que passou também a cantar, bem compostos e com rimas muito bem improvisadas.
Era um fadista da «Velha Guarda».
Sim, um fadista da «Velha Guarda». Nasceu nos fins do Século XIX, que foi considerado, o tempo do «Fado das Hortas. Lisboa divertia-se nesses sítios endémicos de evasão, com vinhos e petiscos e Fados em mote e glosas. Nos Salões mais nobres, nos pátios e adegas típicas, nas esperas de gado, as cantigas à guitarra soavam em grandes despiques. Era a nos tempos áureos da Júlia Mendes e Maria Vitória, das feiras de Agosto e das Touradas reais.
Pois foi por essa época que João Maria dos Anjos veio acompanhando o fado, sendo cantador dos mais distintos. Entrou num concurso, e ganhou o primeiro prémio, a medalha de oiro.
Também possuía o dom de ser poeta, compunha os versos que entoava, com aquela voz arrastada e ritmada, de que só os eleitos conseguem.
Foi no tempo do Fado no reinado de D. Carlos – quando o Hilário vinha de Coimbra a Lisboa, para saudar João de Deus!...
Fado do tempo da efervescência romântica e republicana — com Guerra Junqueiro a escrever «A Pátria», Ângela Pinto a viver «A Severa», Adelina Abranches a «Rosa Enjeitada», Malhoa a pintar «S. Martinho» e o seu «Fado»!.,.
Fado do tempo da Grande Guerra — o Soldado Desconhecido sepultado nas lajes do Mosteiro da Batalha e Estêvão Amarante a cantar o «ganga> e o «Trinta e Um».
O povo tomava conta dessas cantigas todas. Os cegos andavam de rua em rua a divulgar em panfletos estes temas.
João Maria dos Anjos passou por isto tudo, foram 65 anos de vida fadista.
Ainda hoje é com melancolia que se faz esta evocação.
Fado de outros tempos! Fado, saudoso de outras eras.
Ó fado que foste fado!
João Maria dos Anjos, e tantos outros que como ele souberam dignificar e prestigiar o verdadeiro Fado, já partiram à muito. Perderam-se essas figuras da boémia sadia dos velhos tempos, em que a camaradagem pairava acima das conveniências, enquanto o valor dominava a questão dos interesses e até a fúria da publicidade.
Pobre “Velha Guarda” Que ao menos o vosso passado, honrado e digno, pudesse servir de estímulo, de exemplo e de encorajamento, para alguns fadistas da moderna geração, desses raros fadistas que ainda não se subverteram nem vincaram na onda alta que se desfaz na espuma das vaidades, nem no brilho balofo e efémero dos triunfos passageiros.
© Vítor Duarte Marceneiro
Nasceu em Lousado, Vila Nova de Famalicão, a 9 de Dezembro de 1946. Aos 17 anos a sua sensibilidade musical de cariz popular leva-o a formar um conjunto típico com o seu nome. É assim que pela 1ª vez se apresenta em espectáculos e nas Rádios Nacionais. Desde muito cedo que começou a escrever no papel o que a sua imaginação lhe ditava Cumpre o serviço militar em Moçambique, onde fica a viver cimentando uma carreira artística que lhe valeu ser nomeado em 1972 “Rei do Fado em Moçambique”, e grava o seu primeiro disco. Na sua estadia em Moçambique, convive com muitos artistas locais e com aqueles que por lá vão fazendo tourneés. È companheiro assíduo de Alfredo Duarte Jr, que também se radicou em Moçambique, entre 1972 e 1974, Em 1975 regressa a Portugal, onde passa a trabalhar em diversos recintos com Fado, mas é em 1982 que se fixa no Restaurante Típico Sr. Vinho, de, Maria da Fé e José Luis Gordo onde se mantém até 2008. Gravou nos anos oitenta cerca de 8 discos, destacando-se um tema que obteve grande êxito, "Até o Rei ia ao Fado", com letra de Tó Moliças e música de sua autoria. Também grava os CD's "Fado", "O nosso amor está por um triz", "Desejos" e "Este meu fado". Paralelamente, exibe-se também com guitarrista, fazendo inúmeras gravações com outros artistas. Fez várias viagens pelo mundo fora, Brasil , "Canecão", Rio de Janeiro , "Palace", S. Paulo ; "Gallary", S. Paulo, Macau , "Centro Cultural de Macau", Holanda , "Teatroz", Twente Schouwbourg, Canadá , Toronto, Espanha, Bélgica, França., entre, partcipando em vários programas de televisão. Em 1998 actuou no Palco Nº1 da "Expo 98" durante uma semana. Em 1999 volta em tourneé a Macau durante um mês. Canta em Bruxelas (Bélgica) a convite da câmara de Comércio Luso-Belga. Participa em duas noites de Fado no Teatro Mailon em Strasbourg (França). Carlos Macedo para além de intérprete, autor, músico e compositor, também é construtor de guitarras. Conheço Carlos Macedo desde praticamente a sua vinda de Moçambique, é um homem de uma extrema lisura, por quem nutro grande admiração.
Vítor Marceneiro
Nasceu em Lisboa no Ato Pina, fazendo parte da geração de Tristão da Silva, também nascido neste bairro.
Aos 15 anos participou no concurso “Primavera do Fado”, que foi efectuado no antigo Luso.
Aos 18 anos estreia-se como profissional da "Nau Catrineta", tendo sido contratado em outros locais, como o “Patricio” o "Retiro Andaluz", etc.
Frequentou o curso no Centro de Preparação de Artistas da Rádio e, durante quase uma década fez parte do elenco frequente da Emissora Nacional.
Inácio de Matos teve sempre uma identidade muito própria na sua vida de fadista. Foi autor de alguns Fados para o seu próprio reportório como também para outros fadistas.
Sendo do mesmo bairro do amigo e companheiro Tristão da Silva, quis o destino que embora não o quisesse imitar, quer o seu timbre de voz, quer o estilo eram muito semelhantes, mas sempre tentou como já se disse tentar manter uma identidade artística muito sua.
Inácio de Matos
canta Quando Lisboa Adormece
Letra de António José e música de sua autoria
ALCINDO DE CARVALHO, nasceu em Lisboa, o pai era alfaiate e também aprendeu a arte.
Um dos irmãos tocava guitarra, e outro viola, e ele começou a cantar.
Estreou-se profissionalmente no “Faia”, onde esteve vários anos e mais tarde na Parreirinha de Alfama.
Tem uma dicção e tom de voz que muito se assemelham ao estilo de Carlos Ramos.
Gravou alguns discos e estreou-se na Televisão em 1974.
Lisboa Capital Mundial da Cultura em 1994, é convidado por Ricardo Pais, a participar num programa de fados no CCB, com José Pedro Gomes e Carlos Zel .
Faz parte do espectáculo “CABELO BRANCO É SAUDADE”, com Ricardo Ribeiro, Celeste Rodrigues e Argentina Santos, cuja estreia foi em 2005 no Teatro Nacional S.João no Porto,
espectáculo este, que já correu todo o país, assim como já teve vários apresentações no estrangeiro.
Alcindo de Carvalho
Canta: Tristeza Sai do meu Fado
Nota:
O Sr. Pedro Moreira, mandou-me mais alguns dados sobre a carreira de Alcindo de Carvalho, que acho ter de dar destaque.
Do blog do Teatro Municipal da Guarda, que encontra no endereço que referi acima passo a citar: "Alcindo de Carvalho é outro dos fadistas que emergiu das casas de fado e que integra o espectáculo “Cabelo branco é saudade”. Nasceu em Lisboa, no Bairro Alto, em 1932. Começou a cantar o fado com regularidade após ter sido seleccionado numa audição da ex- Emissora Nacional. Depois e a convite do guitarrista Carvalhinho, passou a cantar no restaurante Márcia Condessa. Mais tarde passaria pela casa “A Faia”, onde se apresentou ao longo de 14 anos ao lado de Lucília e Carlos do Carmo e Alfredo Maceneiro. Posteriormente transitou para “A Parreirinha de Alfama” e, mais recentemente, para o Clube de Fado. Foi homenageado em 2004 com o Prémio de Carreira, atribuído anualmente pela Casa da Imprensa".