O Fado Cravo, cuja música foi composta por Alfredo Marceneiro para um poema de Fernando Teles com o mesmo título, que infelizmente não possuo gravação pelo próprio, embora o cantasse bastante nos retiros e espectáculos, mas com maior assiduidade nas festas dos Santos Populares.
Trata-se de um Fado para versos em sextilhas. Mais tarde o Dr. Guilherme Pereira da Rosa escreve o poema "A Viela", para o repertório de Marceneiro, e este em boa hora decide cantá-lo e gravá-lo nesta música, e assim a mesma passa também a ser conhecida também pelo Fado da Viela.
Esta música é considerada por muitos musicólogos a maior obra musical de Alfredo Marceneiro.
Há pouco tempo recuperei com a ajuda do meu amigo Fernando Batista do Porto, um EP que eu gravei em 1973. para os Discos Estúdio este e outos temas, mas neste caso decedi gravar com a música da Marcha de Alfredo de Marceneiro, neste disco sou acompanhado na guitarra portuguesa por António Chaínho e na Viola José Maria Nóbrega
Vítor Duarte Marceneiro
Canta: Fado Cravo
Letra de Fernando Teles
Música de Alfredo Marceneiro
" FADO CRAVO"
Foi em noite de luar
Na noite de São João
Que eu te vi, óh! minha amada
No baile foste meu par
E dei-te o meu coração
Foste minha namorada
Andámos na roda os dois
E saltamos á fogueira
Meu peito era uma brasa
Findou o baile e depois
Foste minha companheira
Levei-te p´ra minha casa
Nessa madrugada santa
Por meu mal me deste um cravo
No lado esquerdo o guardei
Minha paixão era tanta
Fui do teu capricho escravo
Eterno amor te jurei
Foram dias decorrendo
Semanas, um ano feito
De amor eu tinha a fragrância
Mas o cravo murchecendo
Revelava que o teu peito
Não tinha a mesma constância
Numa noite, ao conhecer
Mentira no teu amor
De raiva desfiz o cravo
Não mais quis por ti sofrer
Deitei fora a murcha flor
Deixei de ser teu escravo
Música do Fado Cravo de Alfredo Marceneiro
Interpretada ao piano pelo Maestro Rui Serodio
BEM HAJAM, MULHERES DE TODO O MUNDO
E QUE TODOS OS DIAS SEJAM NOSSOS
NO AMOR E NA HARMONIA
Ser mulher
É ser esposa e companheira
Amante terna e fagueira
Que o amor sabe entender
Ser mulher
É ser mãe e conselheira
Dedicada de alma inteira
A que devota o seu ser.
Ser mulher
É ser do lar timoneira
Na doença a enfermeira
É dar mais que receber
Ser mulher
É ser fonte d’existência
Que cala a voz da ciência
A força de ser mulher...
Ser mulher não é somente
A figura e a fulgência
É muito mais transcendente
Do que essa mera aparência.
Ser mulher é ter coragem
De pôr fim à injustiça
Dessa humilhante imagem
Que outrora a fez submissa.
Ser mulher é dizer não
Ao abuso e violência
À vil discriminação
E à austera prepotência.
Ser mulher é procurar
O direito à igualdade
E sem tabus comungar
Tudo com justa equidade
Ser mulher é esse alguém
Avó, neta, irmã ou filha
Devotada esposa e mãe
Que o seu amor compartilha.
Ser mulher é sim lutar
Para ser compreendida
E sem medo conquistar
Os seus direitos na vida !...
Poema de : Euclides Cavaco
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