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Associação Cultural de Fado

"O Patriarca do Fado"
Sexta-feira, 2 de Maio de 2008

FADO VERSÍCULO - a polémica continua

Tinha decidido não continuar a dar protagonismo a certos senhores, sobre o assunto sobejamente conhecido do "roubo descarado"  da autoria do Fado Versículo, e da vergonha da atitude dos intervenientes e seus cúmplices.

Mas continuam a enviar-me mensagens como a que abaixo transcrevo, recebida a 24 de Abril às 13,47 horas.

Só não a publiquei logo, pois não quiz manchar os dias seguintes, por serem dias de alegria e de esperança,  mas também de lembrança dos tempos em que vigarisses destas,  eram cometidas, e não podiam ser denunciadas (talvez já não se lembrem algumas pessoas... havia a censura), infelizmente hoje podem ser comentados,  mas os lobbies funcionam na mesma, só que agora os que tanto sentiram no seu trabalho a mão pesada da censura, são eles próprios os censores.Na imprensa escrita só o "Novo Compositor" Carlos do Carmo teve a via aberta, pudera ele não fala para a cave vai logo ao 5º andar

 

De: noreply@blogs.sapo.pt [mailto:noreply@blogs.sapo.pt]
Enviada: quinta-feira, 24 de Abril de 2008 13:57
Para: as1016592@sapo.pt
Assunto: Lisboa no Guiness - Tem um comentário a aguardar moderação

 

Caro Lisboa no Guiness,

carlosf, deixou um comentário ao post
CARLOS DO CARMO não tem direito a nenhum prémio porque não é autor de nada às 12:57, 2008-04-24.

Comentário:
Portugal raramente vence prémios deste disto e há pessoas que estão mais interessadas nos direitos de autor do que no prémio . Este premeia o FADO e o que mais interessa é isso e não se foi x ou y. Também há quem diga que o Saramago ganhou porque era um escritor de lingua portuguesa. Mesmo que não se goste dele há que realçar que é um prémio que abrange o nosso idioma e para mim isso já é muito importante. PS Será que preferiam qe a academia espanhola anulasse o prémio porque apenas premeia inéditos musicalmente e liricamente? Era tipo Salomão: assima já ninguém ganhava. PS2: o Senhor Carlos do Carmo é um dos maiores embaixadores do fado e tem procurado que o fado ganhe mais protagonismo.


Passo pois a responder à sua questão que acabei também de publicar na página onde escrever a sua missiva.

Caro Carlos s.f.

 

Há comentários , e há provocações, e neste caso penso que a provocação ganhou ao comentário....

É que por aquilo que escreveu, eu até duvido que conheça o assunto com alguma profundidade, porque se conhecesse, não teria dito que o Goya premeia o Fado que é o que interessa, e não se foi x ou y. Francamente caro amigo !!!

Dou-lhe este exemplo, que se aplica não só ao Fado, como a tudo na vida, para realçar os principios porque que nos devemos reger: o meu amigo é autor de uma musica, e eu Vitor Duarte ganho um prémio COM A SUA MUSICA, e o meu amigo não recebe direitos de autor, e fica todo contente !!! É assim ?  Eu disse que A SUA MUSICA NÃO ERA SUA  e o meu amigo que teve o talento de a descobrir é ignorado e sou eu que vou receber os prémios e os louros. E o meu amigo continua a ficar contente !!! É assim ?

Pela ideia que pretende transmitir no que escreveu, para si acabou todo o respeito pelos autores, porque se o meu amigo for autor de alguma coisa, eu "passo-lhe as palhetas" e digo que o autor sou eu e não o meu amigo. E continua a ficar todo contente !!! É assim ?

Você pode gostar do Carlos do Carmo, está no seu direito, mas não é isso que está em causa, não é gostar ou não dele. Espero que perceba.

O meu amigo deve estar algo "baralhado" porque depois vem com José Saramago, que não tem nenhum tipo de relação com o prémio do Fado, PORQUE ELE RECEBEU O PREMIO NOBEL PELOS LIVROS QUE ELE ESCREVEU.  Acha que dá a bota com a perdigota ? Mas talvez Saramago sirva para lhe colocar outra questão : suponha que era o meu amigo que escrevia os livros, e o Saramago ia dizer que não, que quem os escrevia era ele, e portanto o prémio era ele que o recebia. Como o prémio de qualquer maneira vinha para Portugal, o meu amigo continuava a ficar contente !!! É assim ?

Também dá a entender que para si, regulamentos não são para cumprir, porque os prémios só podem ser atribuidos pelo regulamento da Academia Espanhola, a letras e musicas originais, mas para si, isto é treta.......  o Carlos do Carmo diz que uma musica de Alfredo Marceneiro registada na Soc.Port de Autores em 1936 é original e feita de propósito para o filme, e mais uma vez o meu amigo acha que está tudo bem.... É assim ?

Francamente é tudo ao contrário do que escreveu, razão porque me "cheira" a provocação, ou então o meu amigo não conhece bem o assunto, porque na verdade, o que está em causa, são os direitos de autor, por todas as razões que já referi.

A Academia Espanhola se foi enganada ( e foi ! ) é problema deles,  no País deles que façam o que quiserem, que entreguem os prémios devida ou indevidamente, a quem eles entenderem, mas em Portugal todos os autores querem que os seus direitos sejam respeitados.

Eu estou sempre receptivo a todos os comentários ( a provocações, não ! ), que queiram fazer, mas o seu, digo-lhe com toda a sinceridade, que é tão disparatado e despropositado, que até hesitei em publicá-lo, só que para que depois de reler o que escreveu, não se sentisse envergonhado....

Vítor Marceneiro

 

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Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, assim como registo na Sociedade Portuguesa de Autores, sócio nº 125820, e Alfredo Marceneiro é registado como marca nacional no INIP, n.º 495150.
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Terça-feira, 25 de Março de 2008

Congresso INTERNACIONAL do Fado

Ainda bem que a Maria da Fonte, coitadinha, reconhece que o termo "corja" veio da Malásia, onde os Portugueses chegaram em 500 e que para lá chegar tiveram de fazer algo. Os fadistas não sabem nem querem saber do algo que fizeram os Portugueses para chegar à Malásia; basta-lhes a vergonha de saber o que fizeram quando lá chegaram!!!

Todos os fadistas sabem que quando alguém se aventura num mar que desconhece totalmente (que é o caso dos pseudo-congressistas no Mar do Fado) para invadir a terra alheia, sem respeito pelas suas gentes, pelas suas raízes, costumes e tradições e leva como objectivo único, roubar, saquear e matar em nome de Cristo (Fado) do rei e de Portugal, estamos a falar, como diz e bem o Sr. Bosco, de uma corja de desprezíveis. Mas, sabe Mariazinha? Aos fadistas, basta-lhes ter lido ou ler a História de Portugal de Oliveira Martins e assim, todos sabemos ou ficamos a saber o que fizeram os Portugueses depois de chegarem à Malásia! Fizeram exactamente aquilo que os "Congressistas" querem fazer ao Fado, depois de lá chegarem, se nós, os "malaios do fado" os deixarmos desembarcar!

Sabe, D. Maria? A maioria dos portugueses quando são astrólogos, musicológos, tarólogos ou antropólogos, advinhólogos, carroceirólogos e outros passarólogos psicólogos, porque ouviram falar de flamencólogos, na sua infelicidade de não perceber porque é que são o que são, sabendo que não sabem sequer de que olho Camões era cego ou se era cego, têm agora a pretensão de serem cientificamente fadistólogos, esquecendo-se que sabem menos de fado do que de Camões. A sua astrologia, a sua musicologia, a sua tarologia, a sua antropologia, a sua advinhologia, a sua carroceirologia, a sua passarologia, a sua psicologia, a sua filosofia, nunca foram capazes de saber quando, como e porquê, nasceu e morreu Camões; não sabendo, sequer, o nome da mãe e do pai do poeta, como podem atrever-se a falar de Fado e ainda por cima, cientificamente?

Sabe, D. Maria? (não sei se é a Maria II, se a I.... Ah... é a da Fonte!) ainda hoje, essa gente, que me parece demasiado inteligente para falar de Fado e muito estúpida para falar de outra coisa qualquer, se não fossem os brasileiros, saberia quem é ou quem foi Fernando Pessoa.

Assim, estamos a falar de uma população que, para desgraça de Portugal e dos portugueses, se encontra sempre nos lugares-chave da governação ou colada, de algum modo, a quem lá está. Por isso, vegetam com a mania da grandeza arreigada no sangue, de tal maneira que ainda hoje lhe empesta o cérebro, a ponto de exactamente de como os que foram para a Malásia, em vez de terem feito por acção pessoal ou congressista a cristianização e civilização, a nível nacional, e depois partir para o estrangeiro para saciar a sua miséria na conquista de outros mundos, não senhor.... por falta de formação moral e de outras de toda a espécie, por soberba, por ambição desmedida, partiram à procura de riqueza, de protagonismo, de heroicidade falsa, de um lugar no Panteão Nacional, mesmo que para isso, tivessem de saquear, mutilar, violar, matar, incendiar, etc.

É isto, repito, que os "congressistas", convencidos que o doutoramento lhes dá licitude para tal, e esta, deixa de lhes provocar escrúpulos de consciência, culturais ou outros, na sua cegueira partem para um Congresso Internacional de Fado, sem ver que nunca fizeram um Congresso Nacional de Fado!

Os fadistas sabem que estrangeiros, no Fado, não são forçosamente indivíduos de outra nacionalidade, mas sim, pessoas que o exploram em proveito próprio, a troco de vergonhas internacionais, como a Goyabada ou o andar a dizer ao Mundo, sobre um rufar de um tambor, cantando uma música brasileira que aquilo é o Fado na sua verdadeira origem!

Tudo isto é feito pelos "embaixadores do Fado" para a UNESCO que são os "embaixadores" do Sr. Santana Lopes, que os fadistas, o Fado e a UNESCO já abominam. Senão, vejamos:

-         Como pode integrar um Congresso ou outro Movimento qualquer sobre Fado, um indivíduo que por trafulhice de sua autoria, diz ao povo português que recebeu um prémio Goya, quando ele e nós sabemos que é mentira?

-         Como pode ser ouvido a cantar ou a falar de Fado, o mesmo indivíduo que por trafulhice de sua autoria, diz ao povo português que cantou duas noites no Olympia de Paris, quando ele e nós sabemos que é mentira?

-         Como pode este fadistófobo ser autorizado a entrar numa Casa de Fados e a falar disso, se a sua única obra fadista, foi mutilar, adulterar e desfigurar o Fado misturando-o com rap, com rock, com flamenco, etc.?

-         Como pode este indivíduo falar de honestidade, se para além do já citado, teve um guitarrista que entrou no seu "Faia" a ganhar 200 escudos, por noite, e saiu de lá seis meses depois, a ganhar 100?

-         Quanto ao "livreiro" Daniel Gouveia, esteve disponível no site "Lisboa no Guiness", um texto desse senhor, onde ele manifesta toda a sua felicidade demente, por Carlos do Carmo ter enganado os espanhóis com a Goyabada, insultando "nuestros hermanos" de pacóvios, declarando ainda que: "torce o nariz aos prémios dados aos fadistas, no estrangeiro, por não reconhecer aos estrangeiros competência para tal" ... E agora, alinha com esses "estrangeiros incompetentes" num "Congresso" sobre Fado?

-         O Sr. Mário Pacheco, teve a lata de dizer há tempos, num jornal (que não dá direito à resposta) que foi o último guitarrista de Amália! Todos os guitarristas, de todas as áreas, sobretudo os que foram da Amália, sabem que isto é mentira! Esse senhor, simplesmente, nunca foi guitarrista de Nossa Senhora do Fado, quanto mais o último!!!

 

Com esta gente e gente que se alia a esta gente, que crédito merecerá esse "Congresso"? Portanto, Sra. D. Maria I ou II ou da Fonte, devo dizer-lhe que há um ditado que diz: tão ladrão é o que assalta, como o que fica à porta! Assim, tanto o Sr. Bosco como eu e toda a gente, sabemos que "os bois devem ser chamados pelos seus nomes". Há no lote das pessoas mencionadas para o "Congresso", algumas de quem ninguém duvida da sua actividade fadista em prol do fado. Mas, se derem a estas, a liberdade de elaborar uma lista secreta com os nomes de quem deverá estar nesse "Congresso", posso garantir, que nem o Sr. Pais de Brito, nem Maria do Rosário Pestana, nem Rui Vieira Nery, nem Salwa Castelo Branco, nem Vasco Graça Moura, nem a Sra. Pereira, nem Ian Biddle, nem Kim Holton, nem Maria José Artiaga, nem Maria do Rosário Pedreira, nem Nuno Júdice, nem Fernando Pinto do Amaral, seriam mencionados. Tudo isto, porque ao Fado, não fazem falta nenhuma "Salazarinhos de esquerda" que se permitem através da Mariazinha da Fonte Seca, ameaçar "democraticamente" o Sr. Bosco, dizendo-lhe: "Cuide-se"!!!

Todos os fadistas que se prezam, têm obrigação patriótica de denunciar todas as escroquisses que são feitas ou que estão para se fazer ao Fado! A esta expressão da alma portuguesa que não é mais do que um canto lusitano, simples, urbano e rústico, não fazem falta intelectuais, nem sabichões de espécie nenhuma; ao Fado, só fazem falta os fadistas que o respeitam e fazem respeitar os seus antecedentes insubstituíveis e tradicionais e os saberes ancestrais que têm vindo a ser passados de geração em geração. Como antiveneno contra esta gente que surgiu agora, em nome da modernidade e da podridão intelectual, para se apropriar daquilo que toda a vida espezinhou e que é do Povo, usando como trunfo os "académicos" e os grandes rótulos, como por exemplo, Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica, que é a mesma coisa que Academia das Artes e Ciências Cinematográficas de Espanha fabricantes de Goyabada, o grande poeta popular português Carlos Conde, deixou-nos (para além da sua incomparável e eterna obra) para combater esta fanfarronice a seguinte verdade: O Fado não deve rigorosamente nada a ninguém. Todos os fadistas, sem excepção, devem ao Fado aquilo que são! Mais do que isso... aquilo que julgam que são!

Por tudo isto, vir para o Fado com a Universidade, o "Congresso" e a intelectualidade pretensiosa e fútil é tão estúpido, quanto frequentar um curso de ginástica aplicada para jogar à sueca!

Se julgam que sabem alguma coisa, façam prova de sabedoria no Mundo da Ciência, no Mundo do Saber e deixem o Fado e os fadistas em Paz!

Palavras da Salvação!

A Bem da Nação Fadista!

 

Fernando Zeloso

CONGRESSO INTERNACIONAL DE FADO 

A COMPOSIÇÃO DOS CONGRESSISTAS E METODOLOGIA  

O fado é tema de um congresso internacional que se realizará de 18 a 21 de Junho, em Lisboa, reunindo especialistas e pessoas do meio fadista, disse hoje à Lusa fonte da organização. Segundo a mesma fonte, o congresso "procurará cruzar perspectivas académicas com o saber de compositores, intérpretes, poetas e outros agentes envolvidos na criação e divulgação daquele género musical".
Organizado pelas universidades Católica e Nova de Lisboa, bem como pelo Museu do Fado, o congresso será divido por painéis respeitantes a diferentes temáticas estando previstas quatro: "Processos históricos e práticas contemporâneas"; "Perfis artísticos, universos, artefactos e repertório"; "Discursos e processos de mediatização"; "Prática perfomativa".

Cada tema será apresentado e seguido de debate, procurando “promover uma visão crítica e transversal dos trabalhos apresentados”. A abertura do congresso caberá ao antropólogo Joaquim Pais de Brito, que foi o responsável pela exposição "Fado, vozes e sombras" apresentada no âmbito da Lisboa'94 capital Europeia da Cultura.
Além do director do Museu nacional de Etnologia estão previstas as participações de Maria Rosário Pestana, Rui Vieira Nery, Salwa Castelo-Branco, Vasco Graça Moura, Sara Pereira, Ian Biddle, Kim Holton, Maria José Artiaga, entre outros especialistas.
Além dos painéis, realizam-se três mesas redondas, uma delas, coordenada por Salwa Castelo-Branco subordinada ao tema "casas de fado", sendo participantes os fadistas Maria da Fé e Carlos do Carmo e o guitarrista e compositor Mário Pacheco. Outra mesa, intitulada "estilar e dividir: práticas performativas" é coordenada por Rui Vieira Nery, estando prevista a participação dos fadistas Julieta Estrela e António Rocha, o estudioso José Manuel Osório e do editor livreiro e poeta Daniel Gouveia
A terceira mesa, coordenada pelo escritor Vasco Graça Moura, intitula-se "letras de fados" e conta com as participações dos poetas Maria do Rosário Pedreira, Aldina Duarte que também canta, Nuno Júdice, Fernando Pinto do Amaral, cujo "Fado da Saudade" ganhou o Prémio Goya, e José Luís Gordo, distinguido em 2005 com o Prémio Amália.
Segundo a mesma fonte, "os resultados do congresso serão editados em livro". A comissão científica do congresso é constituída pelos catedráticos Salwa Castelo-Branco, Roberto Carneiro, Artur Teodoro de Matos e Rui Vieira Nery. O congresso terá lugar no Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica, na Universidade Nova e no Museu do Fado que deverá reabrir nesta ocasião com um novo percurso expositivo.

 

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