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Associação Cultural de Fado

"O Patriarca do Fado"
Sábado, 21 de Julho de 2007

FERNANDA BATISTA

 Fernanda Batista canta: Fado das Sombras

 

 FERNANDA BATISTA

                                                                                                                                                                  Fernanda Baptista nasceu em 1920. Já aos dez anos de idade,  a sua paixão  pelo teatro era bem visível,  a jovem Fernanda adorava mascarar-se e entrava já em peças infantis.

Tem a profissão de modista, que abandona, para se dedicar ao Fado.

Estreou no Café Luso, pela mão de Filipe Pinto, no início dos anos quarenta, onde logo teve um êxitto assinalável.

A sua estreia profissional no Teatro de Revista,  ocorreu em 1945, na sequência de um convite do maestro João Nobre para participar na revista "Banhos de Sol", substituindo Leónia Mendes. Foi apenas a primeira de mais de trinta revistas em que participou.

Um dos seus maiores sucessos foi em 1969 na revista “Ena Pá Já Fala” com o fado Saudades da Júlia Mendes.Teve no entanto outros grandes  êxitos como     o "O fado está-lhe nas veias", "Ai, ai, Lisboa", "Fado para esta noite", "Trapeiras de Lisboa", "Fui ao baile", "Fado das sombras", "Um fado para Stuart" e "Fado da carta", etc.

A sua gravação mais recente é de 1981, "Meus amigos, isto é fado", um êxito seu na revista "Dentadinhas na maçã" no Teatro Laura Alves, em Lisboa, em 1974.

Actuou também no Brasil, em Angola e na Argentina e, em 1968, viajou até aos Estados Unidos.

Ao longo de 56 anos de palcos, Fernanda Baptista participou em mais de 45 espectáculos de revista e opereta.

 Recentemente integou o elenco,  do musical de Filipe la Feria "A Canção de Lisboa".

Em 2003 o Presidente da República condecorou-a com a Ordem de Mérito.

 

 

SAUDADES DA JÚLIA MENDES

 

(declamado)

Eu trago a vida suspensa

Das cordas duma guitarra

Mas oiço com indiferença

Quando me vêm dizer

Aquela ideia bizarra

De eu não cantar p' ra viver

 

refrão

 

Ó Júlia

Trocas a vida pelo fado Pelo fado

Esse malandro vadio

Ó Júlia

Olha que é tarde

Toma cuidado

Leva o teu xaile traçado

Porque de noite faz frio

Ó Júlia

Andas com a noite na alma

Tem calma

Inda te perdes p' raí

Ó Júlia

Se estás no mundo vencida

Não finjas gostar da vida

Que ela não gosta de ti.

 

                                               Não fales coração

                                               Tu és um tonto sem razão

                                               Viver só por se querer

                                               Não chega a nada

                                               Aceito a decisão

                                               Que os fados trazem ao nascer

                                               Todos nós temos que viver

                                               De hora marcada

                                               Se Deus me deu voz

                                              Que hei-de eu fazer

                                               Senão cantar

                                               O fado e eu a Sós

                                               Queremos chorar

                                               Eu fujo não sei bem

                                               De quê, do mundo ou de ninguém

                                               Talvez de mim

                                               Mas oiço alguém

                                               Dizer-me assim:

 

Refrão

 

 


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música: Fado das Sombras
publicado por Vítor Marceneiro às 00:47
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