Foi minha preocupação, ao " trazer " a este blog, grandes artistas, que são uma referência da linda cidade do Porto, homenagear também, através deles, todos os amantes do fado, uma vez, que, sei o quanto o Fado é apreciado na Cidade Invicta, que nos deu vozes como a de Florencia, Toni de Matos, Beatriz da Conceição e Maria da Fé, entre tantos outros e outras artistas, que embora não sendo profissionais, em muito contribuem, para que o Fado continue bem "vivo", mantendo-se assim a tradição, que vem já de 1949, ano em que se realizou pela primeira vez o Concurso das Cantadeiras do Norte de Portugal.
Florência Martins da Cunha Vieira, nasceu no Porto em 1943.
Aos 12 anos representando a freguesia do Bonfim, triunfa no “Concurso Rainha das Cantadeiras do Norte de Portugal”, tendo logo de seguida ganho em Lisboa, no Coliseu dos Recreios o “Concurso Rainha das Cantadeiras de Portugal”.
A sua carreira é marcada por uma precocidade extraordinária, a ponto de ser considerada a menina prodígio do fado, tendo multidões a aplaudi-la nos maiores palcos nacionais, sendo noticia na comunicação social, conquistando assim o direito a ter carteira profissional.
Na voz de Florência há uma alegria contagiante, uma exuberância natural que arrebatou gerações de admiradores, mas não foi apenas a sua bonita voz que atraiu as atenções de um público atento e admirador, é que, Florência ao cantar, transmitiu sempre uma mistura de sinceridade e pureza interpretativa, cativando as audiências com grande facilidade.
A velha rivalidade Lisboa/Porto rotula Florência como a fadista do Porto, o que decerto modo é injusto, para quem adquiriu verdadeira fama nacional, o que se deveu também a nunca se ter fixado em Lisboa, como tantas outras fadistas oriundas do norte do País.
No auge de uma brilhante carreira, seus pais decidem partir para o Brasil, o que ao contrário do que se podia imaginar, lhe cria uma nova série de oportunidades, pois o seu talento não passa despercebido.
No Brasil, Florência conquista primeiramente a comunidade portuguesa aí residente e, depois, os próprios meios de comunicação de âmbito nacional.
Estreia-se a cantar fado na Casa do Porto do Rio de Janeiro, actua em diversas casas típicas, faz rádio, e na televisão, ganha o troféu “Melhores da Semana” na TV Tupi.
Foi proprietária de um restaurante típico no Rio de Janeiro, a que deu o nome de Balada de Coimbra, que teve uma série de noites de Fado memoráveis.
A cantora não se cinge apenas ao fado, fazendo seu um repertório de influência popular, sempre marcado por uma contagiante alegria em palco que é a sua imagem de marca.
Gravou umas dezenas de discos EP e LP, quer em Portugal, quer no Brasil.
Florência foi uma artista que deu sempre o seu melhor ao público, por isso tem uma carreira artística tão longa e apreciada.
Em 1968 regressa a Portugal para actuar no Casino de Espinho, ficando definitivamente a residir no Porto.
Em 1971 reforça a sua discografia assinando contrato com a Editora Orfeu.
Em 1979 participa no Festival RTP da Canção com um tema que marca toda uma fase da sua carreira, “Comboio do Tua”, de Mário Contumélias e Manuel José Soares.
A sua carreira prossegue muito ligada a digressões por todo o país e no estrangeiro, em especial junto das comunidades portuguesas.
MADRAGOA
Uma saudade o mar tem
Seu Monumento em Lisboa
Velho bairro popular
Sombrio e vulgar
Que é a Madragoa
Reza a história que foi lá
Numa noite de natal
Que veio á luz o primeiro
Herói marinheiro
Que honrou Portugal
Ò triste Madragoa
Tens a esperança e nada mais
Há tanta coisa boa
Noutros bairros teus rivais
Ò pobre Madragoa
Não tens um só painel
Um arco ou um brazão
Só tens ò Madragoa
Nos lábios doce mel
No peito um coração
A noite cai e o luar vem
Dar-lhe cor de opala
E as estrelas a brilhar
Parecem baixar
Do Céu para beijá-la
E a Madragoa a dormir tem
Como prémio ao seu labor
Lidos sonhos de princesa
Da eterna beleza
Dos sonhos de amorLetra de: F. Valério
FLORENCIA cantou no Festival RTP da Canção 1979 " O COMBÓIO DO TUA" uma apologia à linha mais bonita do mundo, ao comboio , aos ferroviários e sobretudo às gentes simples de Trás os Montes muitas vezes obrigadas a emigrar para poderem subsistir mas sempre com o sonho de voltar e melhorar a sua região...
Voltam mas verificam que tudo está pior e até o seu, de todos, comboio, querem destruir em nome de mais energia... para quem?!!
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Florência Martins da Cunha Vieira, nasceu no Porto em 1943.
Aos 12 anos representando a freguesia do Bonfim, triunfa no “Concurso Rainha das Cantadeiras do Norte de Portugal”, tendo logo de seguida ganho em Lisboa, no Coliseu dos Recreios o “Concurso Rainha das Cantadeiras de Portugal”.
A sua carreira é marcada por uma precocidade extraordinária, a ponto de ser considerada a menina prodígio do fado, tendo multidões a aplaudi-la nos maiores palcos nacionais, sendo noticia na comunicação social, conquistando assim o direito a ter carteira profissional.
Na voz de Florência há uma alegria contagiante, uma exuberância natural que arrebatou gerações de admiradores, mas não foi apenas a sua bonita voz que atraiu as atenções de um público atento e admirador, é que, Florência ao cantar, transmitiu sempre uma mistura de sinceridade e pureza interpretativa, cativando as audiências com grande facilidade.
A velha rivalidade Lisboa/Porto rotula Florência como a fadista do Porto, o que decerto modo é injusto, para quem adquiriu verdadeira fama nacional, o que se deveu também a nunca se ter fixado em Lisboa, como tantas outras fadistas oriundas do norte do País.
No auge de uma brilhante carreira, seus pais decidem partir para o Brasil, o que ao contrário do que se podia imaginar, lhe cria uma nova série de oportunidades, pois o seu talento não passa despercebido.
No Brasil, Florência conquista primeiramente a comunidade portuguesa aí residente e, depois, os próprios meios de comunicação de âmbito nacional.
Estreia-se a cantar fado na Casa do Porto do Rio de Janeiro, actua em diversas casas típicas, faz rádio, e na televisão, ganha o troféu “Melhores da Semana” na TV Tupi.
Foi proprietária de um restaurante típico no Rio de Janeiro, a que deu o nome de Balada de Coimbra, que teve uma série de noites de Fado memoráveis.
A cantora não se cinge apenas ao fado, fazendo seu um repertório de influência popular, sempre marcado por uma contagiante alegria em palco que é a sua imagem de marca.
Gravou umas dezenas de discos EP e LP, quer em Portugal, quer no Brasil.
Florência foi uma artista que deu sempre o seu melhor ao público, por isso tem uma carreira artística tão longa e apreciada.
Em 1968 regressa a Portugal para actuar no Casino de Espinho, ficando definitivamente a residir no Porto.
Em 1971 reforça a sua discografia assinando contrato com a Editora Orfeu.
Em 1979 participa no Festival RTP da Canção com um tema que marca toda uma fase da sua carreira, “Comboio do Tua”, de Mário Contumélias e Manuel José Soares.
A sua carreira prossegue muito ligada a digressões por todo o país e no estrangeiro, em especial junto das comunidades portuguesas.
MADRAGOA
Uma saudade o mar tem
Seu Monumento em Lisboa
Velho bairro popular
Sombrio e vulgar
Que é a Madragoa
Reza a história que foi lá
Numa noite de natal
Que veio á luz o primeiro
Herói marinheiro
Que honrou Portugal
Ò triste Madragoa
Tens a esperança e nada mais
Há tanta coisa boa
Noutros bairros teus rivais
Ò pobre Madragoa
Não tens um só painel
Um arco ou um brazão
Só tens ò Madragoa
Nos lábios doce mel
No peito um coração
A noite cai e o luar vem
Dar-lhe cor de opala
E as estrelas a brilhar
Parecem baixar
Do Céu para beijá-la
E a Madragoa a dormir tem
Como prémio ao seu labor
Lidos sonhos de princesa
Da eterna beleza
Dos sonhos de amor
FLORENCIA cantou no Festival RTP da Canção 1979 " O COMBÓIO DO TUA" uma apologia à linha mais bonita do mundo, ao comboio , aos ferroviários e sobretudo às gentes simples de Trás os Montes muitas vezes obrigadas a emigrar para poderem subsistir mas sempre com o sonho de voltar e melhorar a sua região...
Voltam mas verificam que tudo está pior e até o seu, de todos, comboio, querem destruir em nome de mais energia... para quem?!!
O COMBOIO DO TUA
OLHA O COMBOIO QUE SOBE O TUA
TRÁS EMIGRANTES, TRÁS EMIGRANTES
E NO COMBOIO QUE SOBE O TUA
VELHOS SOLDADOS E ESTUDANTES
VÃO DE VIAGEM P’RA TRÁS-OS-MONTES
E O COMBOIO QUE SOBE O TUA
FAZ POUCA TERRA A MUITA TERRA
ATÉ AO FILHO QUE ANDA NA RUA
E HÁ NAMORADOS P'R'ALÉM DO TUA
LENÇOS BORDADOS ROUPAS DE CAMA
BRINCAM CRIANÇAS SOLTAS NA RUA
POR ENTRE AS PEDRAS NO MEIO DA LAMA
E O COMBOIO QUE SOBE O TUA
OS NAMORADOS LEVAM UM BEIJO
ANTIGO SONHO DE MULHER NUA
SOFRIDO EM FRANÇA SEMPRE UM DESEJO
OLHA O COMBOIO QUE SOBE O TUA
TRÁS VIAJANTES, TRÁS VIAJANTES
E O RIO À ESPERA ESPELHO DA LUA
LAVA SAUDADES DOS EMIGRANTES
E EM TRÁS-OS-MONTES, POR TRÁS-OS-MONTES
UMA ENXADA DA CHARRUA
DE SOL A SOL TAL COMO DANTES
ESPERA O COMBOIO QUE SOBE O TUA
EM TRÁS-OS-MONTES, POR TRÁS-OS-MONTES
UMA ENXADA DA CHARRUA
DE SOL A SOL TAL COMO DANTES
ESPERA O COMBOIO QUE SOBE O TUA
OLHA O COMBOIO QUE SOBE O TUA
OLHA O COMBOIO QUE SOBE O TUA
OLHA O COMBOIO QUE SOBE O TUA
OLHA O COMBOIO QUE SOBE O TUA
OLHA O COMBOIO QUE SOBE O TUA
Esta página é uma sincera homenagem às vítimas que já pereceram nesta via.