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"O Patriarca do Fado"
Sexta-feira, 2 de Agosto de 2013

FRANCISCO JOSÉ

A coragem e oportunidade de Francisco José, que ao actuar em directo num programa,  na RTP antes do 25 de Abril, denunciou a falta de apoio  dado aos artistas portugueses quer na Rádio, quer na Televisão. As suas palavras caíram que nem uma "bomba" nos poderes de então, de tal  forma, que a partir da aquele incidente, os programas em directo na RTP,  foram proibidos, e Francisco José  foi considerado "persona non grata" quer na RTP quer na Emissora Nacional.

  

Acompanhei grande parte do «percurso artístico» do Chico Zé que, um dia, teve a coragem de trocar as «engenharias» pelas cantigas que eram, afinal, a sua grande paixão. Testemunhei, inclusivamente, os seus primeiros passos com o Prof. Mota Pereira, no Centro de Preparação de Artistas da Rádio, onde des­pontaram algumas das grandes «estrelas» do microfone que principiaram a bri­lhar por volta dos anos 50.
O Chico Zé impôs-se, rapidamente, como uma das vozes mais bonitas e mais românticas da Rádio que, na época, era o meio de comunicação por excelência, em Portugal. As jovens sonhadoras e apaixonadas desse tempo suspiravam exta­siadas ao ouvirem aquela voz bem timbrada (a que não faltava sequer um ligeiro «toque» alentejano) e acorriam, frenéticas, às salas de espectáculo onde o seu ídolo se apresentava.
O saudoso poeta e homem da Rádio, José Castelo, um dos responsáveis do popular «Comboio das seis e meia» que animava os fins de tarde no Politeama e no Capitólio, começou um dia a chamar-lhe «o coração que canta» e o «slo­gan» ficou. Com a chegada da Televisão a Portugal, o sucesso do Chico Zé ganhou uma nova dimensão e um dia surgiu a hipótese de viajar até ao Brasil. Atraído pelo sabor da aventura, o Chico Zé lá foi e o sucesso foi estrondoso, não sem que, antes, tivesse de travar uma sucessão de duras «batalhas» que sempre conseguiu superar. Creio que para lá do seu estilo romântico, servido por uma voz invulgarmente agradável e bem timbrada, o seu triunfo no Brasil ficou a dever-se a uma perfeita dicção que permitia entender tudo aquilo que ele cantava. Um amigo meu, jornalista do grande país irmão, disse-me uma vez a propósito do sucesso do nosso artista em terras brasileiras: «Você sabe que nós nem sempre entendemos, com facilidade, tudo o que um português está falando mas com o Francisco José a coisa é diferente – não perdemos uma só palavra do que ele canta e isso é muito importante, em especial se os versos são gostosos de se ouvirem...»
Artur Agostinho
 
 
 

Já escrevi aqui sobre este grande artista,  recebi do meu amigo do Porto o Dr. José Manuel Pedrosa Moreira, um Video-Clip, em que Francisco José canta "Olhos Castanhos", volto a relembrá-lo com muito gosto.

 

O panorama hoje está na mesma, ou ainda pior, excepção feita a dois ou três eleitos (do lobbie). Há alguns que sofreram censuras e hoje são censores!!

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Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, assim como registo na Sociedade Portuguesa de Autores, sócio nº 125820, e Alfredo Marceneiro é registado como marca nacional no INIP, n.º 495150.
música: Olhos Castanhos
Viva Lisboa: Grande Português
publicado por Vítor Marceneiro às 22:00
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Quinta-feira, 20 de Setembro de 2007

FRANCISCO JOSÉ

FRANCISCO JOSÉ

Acompanhei grande parte do «percurso artístico» do Chico Zé que, um dia, teve a coragem de trocar as «engenharias» pelas cantigas que eram, afinal, a sua grande paixão. Testemunhei, inclusivamente, os seus primeiros passos com o Prof. Mota Pereira, no Centro de Preparação de Artistas da Rádio, onde des­pontaram algumas das grandes «estrelas» do microfone que principiaram a bri­lhar por volta dos anos 50.

O Chico Zé impôs-se, rapidamente, como uma das vozes mais bonitas e mais românticas da Rádio que, na época, era o meio de comunicação por excelência, em Portugal. As jovens sonhadoras e apaixonadas desse tempo suspiravam exta­siadas ao ouvirem aquela voz bem timbrada (a que não faltava sequer um ligeiro «toque» alentejano) e acorriam, frenéticas, às salas de espectáculo onde o seu ídolo se apresentava.

O saudoso poeta e homem da Rádio, José Castelo, um dos responsáveis do popular «Comboio das seis e meia» que animava os fins de tarde no Politeama e no Capitólio, começou um dia a chamar-lhe «o coração que canta» e o «slo­gan» ficou. Com a chegada da Televisão a Portugal, o sucesso do Chico Zé ganhou uma nova dimensão e um dia surgiu a hipótese de viajar até ao Brasil. Atraído pelo sabor da aventura, o Chico Zé lá foi e o sucesso foi estrondoso, não sem que, antes, tivesse de travar uma sucessão de duras «batalhas» que sempre conseguiu superar. Creio que para lá do seu estilo romântico, servido por uma voz invulgarmente agradável e bem timbrada, o seu triunfo no Brasil ficou a dever-se a uma perfeita dicção que permitia entender tudo aquilo que ele cantava. Um amigo meu, jornalista do grande país irmão, disse-me uma vez a propósito do sucesso do nosso artista em terras brasileiras: «Você sabe que nós nem sempre entendemos, com facilidade, tudo o que um português está falando mas com o Francisco José a coisa é diferente – não perdemos uma só palavra do que ele canta e isso é muito importante, em especial se os versos são gostosos de se ouvirem...»

Artur Agostinho

 

 

 

Nota: A coragem e oportunidade de Francisco José,  ao actuar em directo num programa,  na RTP antes do 25 de Abril, denunciou a falta de apoio  dado aos artistas portugueses quer na Rádio, quer na Televisão. As suas palavras caíram que nem uma "bomba" nos poderes de então, de tal  forma, que a partir daquele incidente, os programas em directo na RTP,  foram proibidos, e Francisco José  foi considerado "persona non grata" quer na RTP quer na Emissora Nacional.

Qaunto a mim o panorama hoje está na mesma, ou ainda pior, excepção feita a dois ou três eleitos (do lobbie).

 

 

Francisco José canta:

 

 

RECADO A LISBOA

 

Letra de:João Villaret

Música de Armando da Câmara Rodrigues

 

Lisboa querida mãezinha

Com o teu xaile traçado

Recebe esta carta minha

Que te leva o meu recado

 

Que Deus te ajude, Lisboa

A cumprir esta mensagem

Dum português que está longe

E que anda sempre em viagem

 

Estribilho

 

Vai dizer adeus à Graça

Que é tão bela, que é tão boa

Vai por mim beijar a Estrela

E abraçar a Madragoa

E mesmo que esteja frio

Que os barcos fiquem no rio

Parados sem navegar

Passa por mim no Rossio

E leva-lhe o meu olhar

 

Se for noite de S. João

Lá pelas ruas de Alfama

Acende o meu coração

No fogo da tua chama

 

Depois leva-o p´la cidade

Num vaso de manjerico

Para matar a saudade

Desta saudade em que fico

 

Estribilho

 

Monte e Igreja da Graça

 

 

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música: Recado a Lisboa
publicado por Vítor Marceneiro às 22:52
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