Clique aqui para se inscrever na
Associação Cultural de Fado

"O Patriarca do Fado"
Sábado, 10 de Agosto de 2013

FRUTUOSO FRANÇA

 

Nasceu em Lisboa no bairro de Alcântara) em 1912, tendo começado a cantar o fado muito jovem, nas sociedades de recreio, onde também fez teatro dra­mático. Participou em cegadas, estreando-se numa da autoria de Carlos Conde intitulada «Carnaval da Vida». Cantou nos antigos retiros Perna de Pau e Ferro de Engomar, na Adega Vitória, no Café dos Anjos, no Retiro da Severa, no Solar da Alegria, no Café Mondego, no Café Ginásio e no Café Luso (da Avenida).

 

Em 1936 iniciou a sua carreira de cantador profissional, no Café Luso (da Avenida) e também quando este foi transferido para a Travessa da Queimada, onde ainda hoje existe.

Participou nas revistas "Iscas Com Elas" e "Dança da Luta" (1938) levadas à cena no Teatro Apolo, conquis­tando o público com o seu estilo castiço e com as letras dos seus fados.

Em 1950 parte para Angola, onde permaneceu durante dez anos a trabalhar na sua profissão de cortador de carnes, mais tarde na Rodésia, África do Sul e Holanda.

Regressa a Portugal em 1976, e reinicia a sua actividade de cantador, actuando em festas, em casas típicas,  na televisão e na rádio.

È dos fadistas que tem todo o seu repertório gravado em discos,  nos quais inclui fados com músicas da sua autoria como Anabela, Amigos São Inimigos, O Mineiro, Doutora Inocente, Diálogo em Sentido Figurado, Coisas da Vida, Salve!, Vê-te ao Espelho e Eterno Amor de Mãe, O Sábio e o Barqueiro, Fado Cadillac, Maria da Paixão, Contraste, Não Com­preendo, etc., para além de outros autores.

Dos cerca de 30 fados cantados por Frutuoso França, um dos que tiveram maior audiência foi “O Médico e a Duquesa”, com música sua e letra de Joaquim M. S. Teixeira.

Nos anos 80, em que eu trabalhava como produtor cinematográfico, com os realizadores de filmes de animação, Mário Neves Sénior e Mário Neves Júnior, decidimos fazer um pequeno filme documentário numa sátira ao poema do “Médico e a Duquesa”, que para não ser muito dispendioso nós próprios éramos os actores e técnicos.

O pequeno filme (tem o mesmo tempo do disco, pois a música de fundo e o cantar é a própria narração),  estreou no Condes antes do filme principal em cartaz.

Foram vários dias de filmagens, só os três no estúdio, em que era mais o tempo que riamos às gargalhadas, do que filmávamos, com as fotos que vos mostro a seguir podem deduzir“o gozo” que nos deu fazer este filme.

Eu fui o mais sacrificado, tive que cortar o bigode, fiz o “travesti” da Duquesa  e andei vários dias enjoado com as pinturas.

Infelizmente não consegui arranjar o tema cantado pelo Frutuoso França, pois julgo que só existe em disco de massa para grafonola, mas transcrevo a letra, que conjuntamente com as fotos vos dará uma ideia do trabalho final.

Entretanto estou a tentar arranjar uma cópia do filme na Cinemateca Nacional, pois perdi o contacto do pai e filho Mário Neves.

Vítor Duarte Marceneiro

 

VIDEO CLIP - O Médico e a Duquesa

 

  

  

  

O MÉDICO E A DUQUESA

 

Autor: Frutuoso França Foto 1

 

Era um médico ilustre e inteligente

Que o povo humilde amava com prazer

E ele a todos queria meigamente

Salvando muita gente de morrer.

 

Mas num dia fatal se apaixonou

p'la mais linda cliente, uma duquesa,

Que dele escarneceu e assim falou:

"Não lhe dou minha mão, sou da Nobreza!"

 

Foto 2

Mais tarde a duquesa adoecia

E os grandes da Ciência são chamados,

Mas pertinaz doença a envolvia

Deixando os cirurgiões desanimados.

 

Foto 3

 

Ela ao ver-se pior, desfalecida,

Do seu médico antigo se lembrou.

E esse jovem doutor salvou-lhe a vida

O que a muitos colegas espantou.

 

 Ela então ofereceu-lhe a sua mão

Para lhe pagar, altiva e sedutora Foto 4

Mas teve uma tremenda decepção

Ouvindo esta resposta esmagadora.

 

"Se vós sois da Nobreza, é por dever

Qu'assim me quereis pagar, mas (se me entende)

Eu sou muito mais nobre, pode crer,

Pois o amor duquesa não se vende

 

Foto 5 Foto 6

 

Curta Metragem cores 35mm (1980)

Realizador: Mario Neves

Efeitos especiais: Mário Jorge

Produção: Vítor Duarte

 

Foto 1 - Duquesa (Vítor Duarte) com Médico (Mário Jorge)

Foto 2 - Duquesa (Vítor Duarte)

Foto 3 - Duquesa (Vítor Duarte) com Mordomo (Mário Neves)

Foto 4 - Duquesa (Vítor Duarte) com Médico (Mário Jorge)

Foto 5 - Duquesa (Vítor Duarte) com Mordomo (Mário Neves)

Foto 6 - Mário Jorge, Mário Neves e Vítor Duarte

Licença Creative Commons
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, assim como registo na Sociedade Portuguesa de Autores, sócio nº 125820, e Alfredo Marceneiro é registado como marca nacional no INIP, n.º 495150.
música: O Médico e a Duquesa
Viva Lisboa: Saudoso, Velhos Tempos
publicado por Vítor Marceneiro às 22:00
link do post | comentar | favorito
Sábado, 25 de Agosto de 2007

FRUTUOSO FRANÇA

Frutuoso França canta: 

Amizades
 

FRUTUOSO FRANÇA

Nasceu em Lisboa no bairro de Alcântara) em 1912, tendo começado a cantar o fado muito jovem, nas sociedades de recreio, onde também fez teatro dra­mático. Participou em cegadas, estreando-se numa da autoria de Carlos Conde intitulada «Carnaval da Vida». Cantou nos antigos retiros Perna de Pau e Ferro de Engomar, na Adega Vitória, no Café dos Anjos, no Retiro da Severa, no Solar da Alegria, no Café Mondego, no Café Ginásio e no Café Luso (da Avenida).

Em 1936 iniciou a sua carreira de cantador profissional, no Café Luso (da Avenida) e também quando este foi transferido para a Travessa da Queimada, onde ainda hoje existe.

Participou nas revistas "Iscas Com Elas" e "Dança da Luta" (1938) levadas à cena no Teatro Apolo, conquis­tando o público com o seu estilo castiço e com as letras dos seus fados.

Em 1950 parte para Angola, onde permaneceu durante dez anos a trabalhar na sua profissão de cortador de carnes, mais tarde na Rodésia, África do Sul e Holanda.

Regressa a Portugal em 1976, e reinicia a sua actividade de cantador, actuando em festas, em casas típicas,  na televisão e na rádio.

È dos fadistas que tem todo o seu repertório gravado em discos,  nos quais inclui fados com músicas da sua autoria como Anabela, Amigos São Inimigos, O Mineiro, Doutora Inocente, Diálogo em Sentido Figurado, Coisas da Vida, Salve!, Vê-te ao Espelho e Eterno Amor de Mãe, O Sábio e o Barqueiro, Fado Cadillac, Maria da Paixão, Contraste, Não Com­preendo, etc., para além de outros autores.

Dos cerca de 30 fados cantados por Frutuoso França, um dos que tiveram maior audiência foi “O Médico e a Duquesa”, com música sua e letra de Joaquim M. S. Teixeira.

 

Nos anos 80, em que eu trabalhava como produtor cinematográfico, com os realizadores de filmes de animação, Mário Neves Sénior e Mário Neves Júnior, decidimos fazer um pequeno filme documentário numa sátira ao poema do “Médico e a Duquesa”, que  para não ser muito dispendioso nós próprios éramos os actores e técnicos.

O pequeno filme (tem o mesmo tempo do disco, pois a música de fundo e o cantar é a própria narração),  estreou no Condes antes do filme principal em cartaz.

Foram vários dias de filmagens, só os três no estúdio, em que era mais o tempo que riamos às gargalhadas, do que filmávamos, com as fotos que vos mostro a seguir podem deduzir  “o gozo” que nos deu fazer este filme.

Eu fui o mais sacrificado, tive que cortar o bigode, fiz o “travesti” da Duquesa  e andei vários dias enjoado com as pinturas.

Infelizmente não consegui arranjar o tema cantado pelo Frutuoso França, pois julgo que só existe em disco de massa para grafonola, mas transcrevo a letra, que conjuntamente com as fotos vos dará uma ideia do trabalho final.

Entretanto estou a tentar arranjar uma cópia do filme na Cinemateca Nacional, pois perdi o contacto do pai e filho Mário Neves.

Vítor Duarte Marceneiro

 

O MÉDICO E A DUQUESA

 

Autor: Frutuoso França                                                        Foto 1

 

Era um médico ilustre e inteligente

Que o povo humilde amava com prazer

E ele a todos queria meigamente

Salvando muita gente de morrer.

 

Mas num dia fatal se apaixonou

p'la mais linda cliente, uma duquesa,

Que dele escarneceu e assim falou:

"Não lhe dou minha mão, sou da Nobreza!"

                                                                                                

                                                                                               Foto 2

Mais tarde a duquesa adoecia

E os grandes da Ciência são chamados,

Mas pertinaz doença a envolvia

Deixando os cirurgiões desanimados.

 

                                                                                                          

                                                                                   Foto 3

Ela ao ver-se pior, desfalecida,

Do seu médico antigo se lembrou.

E esse jovem doutor salvou-lhe a vida

O que a muitos colegas espantou.

                                                                                                        

         

Ela então ofereceu-lhe a sua mão

Para lhe pagar, altiva e sedutora                                                Foto 4

Mas teve uma tremenda decepção

Ouvindo esta resposta esmagadora.

 

"Se vós sois da Nobreza, é por dever

Qu'assim me quereis pagar, mas (se me entende)

Eu sou muito mais nobre, pode crer,                                   

Pois o amor duquesa não se vende   

                                              

      

                Foto 5                                                 Foto 6

Curta Metragem cores 35mm (1980)

Realizador:           Mario Neves

Efeitos especiais: Mário Jorge

Produção:             Vítor Duarte

Foto 1 - Duquesa (Vítor Duarte) com Médico (Mário Jorge)

Foto 2 - Duquesa (Vítor Duarte)

Foto 3 - Duquesa (Vítor Duarte) com Mordomo (Mário Neves)

Foto 4 - Duquesa (Vítor Duarte) com Médico (Mário Jorge)

Foto 5 - Duquesa (Vítor Duarte) com Mordomo (Mário Neves)

Foto 6 - Mário Jorge,  Mário Neves e Vítor Duarte

Licença Creative Commons
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, assim como registo na Sociedade Portuguesa de Autores, sócio nº 125820, e Alfredo Marceneiro é registado como marca nacional no INIP, n.º 495150.
música: Amizades
publicado por Vítor Marceneiro às 08:18
link do post | comentar | ver comentários (16) | favorito
Clique na Foto para ver o meu perfil!

Contador

arquivos

Abril 2024

Março 2024

Agosto 2021

Maio 2021

Fevereiro 2021

Maio 2020

Março 2020

Novembro 2019

Outubro 2019

Setembro 2019

Agosto 2019

Julho 2019

Junho 2019

Maio 2019

Abril 2019

Março 2019

Fevereiro 2019

Novembro 2018

Outubro 2018

Agosto 2018

Dezembro 2017

Outubro 2017

Agosto 2017

Junho 2017

Maio 2017

Abril 2017

Março 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Novembro 2016

Outubro 2016

Setembro 2016

Agosto 2016

Julho 2016

Junho 2016

Maio 2016

Abril 2016

Março 2016

Fevereiro 2016

Janeiro 2016

Dezembro 2015

Novembro 2015

Outubro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Julho 2015

Junho 2015

Maio 2015

Abril 2015

Março 2015

Fevereiro 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Junho 2008

Maio 2008

Abril 2008

Março 2008

Fevereiro 2008

Janeiro 2008

Dezembro 2007

Novembro 2007

Outubro 2007

Setembro 2007

Agosto 2007

Julho 2007

Junho 2007

Maio 2007

Abril 2007

Março 2007

Fevereiro 2007

Janeiro 2007

Aguarelas gentilmente cedidas por MESTRE REAL BORDALO. Proibida a sua reprodução.

tags

10 anos de saudade

2008

50 anos de televisão

a severa

ada de castro

adega machado

adelina ramos

alberto ribeiro

alcindo de carvalho

alcino frazão

aldina duarte

alfredo correeiro

alfredo duarte jr

alfredo duarte jr.

alfredo duarte júnior

alfredo marcemeiro

alfredo marceneiro

alice maria

amália

amália no luso

amália rodrigues

américo pereira

amigos

ana rosmaninho

angra do heroísmo

anita guerreiro

antónio dos santos

antónio melo correia

antónio parreira

argentina santos

armanda ferreira

armandinho

armando boaventura

armando machado

arménio de melo - guitarrista

artur ribeiro

beatriz costa

beatriz da conceição

berta cardoso

carlos conde

carlos escobar

carlos zel

dia da mãe

dia do trabalhador

euclides cavaco

fadista

fadista bailarino

fado

fado bailado

fados da minha vida

fados de lisboa

feira da ladra

fernando farinha

fernando maurício

fernando pinto ribeiro

florência

gabino ferreira

guitarra portuguesa

guitarrista

helena sarmento

hermínia silva

herminia silva

joão braga

josé afonso

júlia florista

linhares barbosa

lisboa

lisboa no guiness

lucília do carmo

magusto

manuel fernandes

marchas populares

maria da fé

maria josé praça

maria teresa de noronha

max

mercado da ribeira

miguel ramos

noites de s. bento

oficios de rua

óleos real bordalo

paquito

patriarca do fado

poeta e escritor

porta de s. vicente ou da mouraria

pregões de lisboa

raul nery

real bordalo

santo antónio de lisboa

santos populares

são martinho

teresa silva carvalho

tereza tarouca

tristão da silva

vasco rafael

vítor duarte marceneiro

vitor duarte marceneiro

vítor marceneiro

vitor marceneiro

zeca afonso

todas as tags