Nasceu em Lisboa no bairro de Alcântara) em 1912, tendo começado a cantar o fado muito jovem, nas sociedades de recreio, onde também fez teatro dramático. Participou em cegadas, estreando-se numa da autoria de Carlos Conde intitulada «Carnaval da Vida». Cantou nos antigos retiros Perna de Pau e Ferro de Engomar, na Adega Vitória, no Café dos Anjos, no Retiro da Severa, no Solar da Alegria, no Café Mondego, no Café Ginásio e no Café Luso (da Avenida).
Em 1936 iniciou a sua carreira de cantador profissional, no Café Luso (da Avenida) e também quando este foi transferido para a Travessa da Queimada, onde ainda hoje existe.
Participou nas revistas "Iscas Com Elas" e "Dança da Luta" (1938) levadas à cena no Teatro Apolo, conquistando o público com o seu estilo castiço e com as letras dos seus fados.
Em 1950 parte para Angola, onde permaneceu durante dez anos a trabalhar na sua profissão de cortador de carnes, mais tarde na Rodésia, África do Sul e Holanda.
Regressa a Portugal em 1976, e reinicia a sua actividade de cantador, actuando em festas, em casas típicas, na televisão e na rádio.
È dos fadistas que tem todo o seu repertório gravado em discos, nos quais inclui fados com músicas da sua autoria como Anabela, Amigos São Inimigos, O Mineiro, Doutora Inocente, Diálogo em Sentido Figurado, Coisas da Vida, Salve!, Vê-te ao Espelho e Eterno Amor de Mãe, O Sábio e o Barqueiro, Fado Cadillac, Maria da Paixão, Contraste, Não Compreendo, etc., para além de outros autores.
Dos cerca de 30 fados cantados por Frutuoso França, um dos que tiveram maior audiência foi “O Médico e a Duquesa”, com música sua e letra de Joaquim M. S. Teixeira.
Nos anos 80, em que eu trabalhava como produtor cinematográfico, com os realizadores de filmes de animação, Mário Neves Sénior e Mário Neves Júnior, decidimos fazer um pequeno filme documentário numa sátira ao poema do “Médico e a Duquesa”, que para não ser muito dispendioso nós próprios éramos os actores e técnicos.
O pequeno filme (tem o mesmo tempo do disco, pois a música de fundo e o cantar é a própria narração), estreou no Condes antes do filme principal em cartaz.
Foram vários dias de filmagens, só os três no estúdio, em que era mais o tempo que riamos às gargalhadas, do que filmávamos, com as fotos que vos mostro a seguir podem deduzir“o gozo” que nos deu fazer este filme.
Eu fui o mais sacrificado, tive que cortar o bigode, fiz o “travesti” da Duquesa e andei vários dias enjoado com as pinturas.
Infelizmente não consegui arranjar o tema cantado pelo Frutuoso França, pois julgo que só existe em disco de massa para grafonola, mas transcrevo a letra, que conjuntamente com as fotos vos dará uma ideia do trabalho final.
Entretanto estou a tentar arranjar uma cópia do filme na Cinemateca Nacional, pois perdi o contacto do pai e filho Mário Neves.
Vítor Duarte Marceneiro
VIDEO CLIP - O Médico e a Duquesa
O MÉDICO E A DUQUESA
Autor: Frutuoso França Foto 1
Era um médico ilustre e inteligente
Que o povo humilde amava com prazer
E ele a todos queria meigamente
Salvando muita gente de morrer.
Mas num dia fatal se apaixonou
p'la mais linda cliente, uma duquesa,
Que dele escarneceu e assim falou:
"Não lhe dou minha mão, sou da Nobreza!"
Foto 2
Mais tarde a duquesa adoecia
E os grandes da Ciência são chamados,
Mas pertinaz doença a envolvia
Deixando os cirurgiões desanimados.
Foto 3
Ela ao ver-se pior, desfalecida,
Do seu médico antigo se lembrou.
E esse jovem doutor salvou-lhe a vida
O que a muitos colegas espantou.
Ela então ofereceu-lhe a sua mão
Para lhe pagar, altiva e sedutora Foto 4
Mas teve uma tremenda decepção
Ouvindo esta resposta esmagadora.
"Se vós sois da Nobreza, é por dever
Qu'assim me quereis pagar, mas (se me entende)
Eu sou muito mais nobre, pode crer,
Pois o amor duquesa não se vende
Foto 5 Foto 6
Curta Metragem cores 35mm (1980)
Realizador: Mario Neves
Efeitos especiais: Mário Jorge
Produção: Vítor Duarte
Foto 1 - Duquesa (Vítor Duarte) com Médico (Mário Jorge)
Foto 2 - Duquesa (Vítor Duarte)
Foto 3 - Duquesa (Vítor Duarte) com Mordomo (Mário Neves)
Foto 4 - Duquesa (Vítor Duarte) com Médico (Mário Jorge)
Foto 5 - Duquesa (Vítor Duarte) com Mordomo (Mário Neves)
Foto 6 - Mário Jorge, Mário Neves e Vítor Duarte
Frutuoso França canta:
FRUTUOSO FRANÇA
Nasceu em Lisboa no bairro de Alcântara) em 1912, tendo começado a cantar o fado muito jovem, nas sociedades de recreio, onde também fez teatro dramático. Participou em cegadas, estreando-se numa da autoria de Carlos Conde intitulada «Carnaval da Vida». Cantou nos antigos retiros Perna de Pau e Ferro de Engomar, na Adega Vitória, no Café dos Anjos, no Retiro da Severa, no Solar da Alegria, no Café Mondego, no Café Ginásio e no Café Luso (da Avenida).
Em 1936 iniciou a sua carreira de cantador profissional, no Café Luso (da Avenida) e também quando este foi transferido para a Travessa da Queimada, onde ainda hoje existe.
Participou nas revistas "Iscas Com Elas" e "Dança da Luta" (1938) levadas à cena no Teatro Apolo, conquistando o público com o seu estilo castiço e com as letras dos seus fados.
Em 1950 parte para Angola, onde permaneceu durante dez anos a trabalhar na sua profissão de cortador de carnes, mais tarde na Rodésia, África do Sul e Holanda.
Regressa a Portugal em 1976, e reinicia a sua actividade de cantador, actuando em festas, em casas típicas, na televisão e na rádio.
È dos fadistas que tem todo o seu repertório gravado em discos, nos quais inclui fados com músicas da sua autoria como Anabela, Amigos São Inimigos, O Mineiro, Doutora Inocente, Diálogo em Sentido Figurado, Coisas da Vida, Salve!, Vê-te ao Espelho e Eterno Amor de Mãe, O Sábio e o Barqueiro, Fado Cadillac, Maria da Paixão, Contraste, Não Compreendo, etc., para além de outros autores.
Dos cerca de 30 fados cantados por Frutuoso França, um dos que tiveram maior audiência foi “O Médico e a Duquesa”, com música sua e letra de Joaquim M. S. Teixeira.
Nos anos 80, em que eu trabalhava como produtor cinematográfico, com os realizadores de filmes de animação, Mário Neves Sénior e Mário Neves Júnior, decidimos fazer um pequeno filme documentário numa sátira ao poema do “Médico e a Duquesa”, que para não ser muito dispendioso nós próprios éramos os actores e técnicos.
O pequeno filme (tem o mesmo tempo do disco, pois a música de fundo e o cantar é a própria narração), estreou no Condes antes do filme principal em cartaz.
Foram vários dias de filmagens, só os três no estúdio, em que era mais o tempo que riamos às gargalhadas, do que filmávamos, com as fotos que vos mostro a seguir podem deduzir “o gozo” que nos deu fazer este filme.
Eu fui o mais sacrificado, tive que cortar o bigode, fiz o “travesti” da Duquesa e andei vários dias enjoado com as pinturas.
Infelizmente não consegui arranjar o tema cantado pelo Frutuoso França, pois julgo que só existe em disco de massa para grafonola, mas transcrevo a letra, que conjuntamente com as fotos vos dará uma ideia do trabalho final.
Entretanto estou a tentar arranjar uma cópia do filme na Cinemateca Nacional, pois perdi o contacto do pai e filho Mário Neves.
Vítor Duarte Marceneiro
O MÉDICO E A DUQUESA
Autor: Frutuoso França Foto 1
Era um médico ilustre e inteligente
Que o povo humilde amava com prazer
E ele a todos queria meigamente
Salvando muita gente de morrer.
Mas num dia fatal se apaixonou
p'la mais linda cliente, uma duquesa,
Que dele escarneceu e assim falou:
"Não lhe dou minha mão, sou da Nobreza!"
E os grandes da Ciência são chamados,
Mas pertinaz doença a envolvia
Deixando os cirurgiões desanimados.
Foto 3
Ela ao ver-se pior, desfalecida,
Do seu médico antigo se lembrou.
E esse jovem doutor salvou-lhe a vida
O que a muitos colegas espantou.
Ela então ofereceu-lhe a sua mão
Para lhe pagar, altiva e sedutora Foto 4
Mas teve uma tremenda decepção
Ouvindo esta resposta esmagadora.
"Se vós sois da Nobreza, é por dever
Qu'assim me quereis pagar, mas (se me entende)
Eu sou muito mais nobre, pode crer,
Pois o amor duquesa não se vende