Em 1909 assentou praça na Marinha de Guerra como aluno, tendo completado o curso de artilheiro. Combatente da Primeira Guerra Mundial como artilheiro, foi condecorado com a medalha da Vitória. A sua alcunha de marujo surge, pois, da sua profissão.
De estatura imponente e grande valentia, participou activamente no apoio a Sidónio Pais,fazendo comícios no Largo da Guia, na Mouraria. Terá mesmo posto ao serviço deste político alguns barcos, o que lhe valeu outra alcunha, a de marujo almirante. Mais tarde entra para a Intendência, onde exerce as funções de fiscal.
Manteve uma longa ligação com a cantadeira Natália dos Anjos, das suas composições contam-se algumas das mais clássicas letras do repertório fadista como é o caso de Igreja de Santo Estêvão, para ser cantado por Joaquim Campos (com o qual frequentemente trabalhou) na famosa composição deste Fado Vitória, e Café das Camareiras, com letra e criação de Alfredo Marceneiro a quem também se deve a música para Senhora do Monte, que após ter sido um sucesso na voz de Marceneiro, o foi igualmente na interpretação de Carlos Ramos. Ainda para música de Marceneiro (a Marcha do Alfredo), escreveu Há Festa na Mouraria, criado por este, e que teve grande êxito também cantado por Amália, gerador de outros temas como «a Rosa do Capelão», «a procissão da Senhora da Saúde», entre outros.
Inspirando-se alegadamente ao gosto do rei D. Carlos pela guitarra e pelo Fado, escreveu a letra do Fado, O Embuçado. Originalmente criado por Natália dos Anjos, a música foi composta pelo guitarrista José Marques Piscalarete, que lhe deu o título de Fado Natália que, como tema musical, entraria igualmente no repertório fadista com outras letras. Os restos mortais de Gabriel de Oliveira repousam na Cripta dos Combatentes da Grande Guerra, em Lisboa.