Com apenas 9 anos de idade começou a trabalhar no Coliseu dos Recreios numa “troupe” de palhaços, aprendendo a tocar violino, bandolim, banjo e cavaquinho. Aos 12 anos seu pai ensinou-o a tocar guitarra e aos 14 anos já entrava em cegadas.
Aos 16 anos já era bem conhecido o seu dedilhar de guitarra, e é por iniciativa do seu amigo, companheiro de bairro e parceiro nas cegadas, Alfredo Marceneiro, que o tratava carinhosamente por "Freitinhas" que o apresenta no Solar da Alegria, onde fica contratado.
Em 1935 acompanhou Maria Teresa de Noronha, nas primeiras emissões de Fado na Emissora Nacional.
Ainda em 1935 desloca-se a França acompanhando Maria Albertina e Tomás Alcaide.
Em 1944 e 1946 actua no Brasil com Amália, país onde permanece para casar com uma brasileira, filha de portugueses, que também cantava Fado, de nome Maria Girão.
Fernando Freitas percorre o Brasil actuando em espectáculos, onde se mantém até 1964.
De regresso a Portugal, acompanha Fernando Farinha durante um longo período, nomeadamente em digressões aos Estados Unidos e Canadá.
Toca todas as noites no “O Faia” de Lucília do Carmo, e mais tarde na Adega Machado.
Nos anos 70, perde a visão na sequência de uma deslocação na retina, sem contudo deixar de tocar. Ainda recordo o carinho que me dedicava e que eu retribuia desde muito miúdo, de tal forma que mal ouvia a minha voz, logo me chamava : Oh. Vitinho vem cá meu querido para te dar um abraço.
Fernando Freiras, acompanhou o meu avô nas gravações do programa de TV de 1969 no Faia.
Fernando Freitas deixou algumas das mais bonitas composições para fado tradicional, como o Fado Noquinhas e Trem Desmantelado, compôs ainda o Fado das Sardinheiras, em exclusivo para Amália Rodrigues a pedido desta, para quem aliás já tinha composto Ronda dos Bairros, que foi o primeiro tema escrito expressamente para a fadista nos seus primeiros tempos do Solar da Alegria.
Deixa um filho, cuja mãe foi Maria Girão, o cantor e compositor Fernando Girão, que não enjeitando o Fado, tem outros horizontes musicais.
Alfredo Marceneiro canta:
O Leilão da Mariquinhas