JÚLIO VIEITAS (1915 – 1990), nasceu nas Caldas da Rainha, cidade onde muito jovem, começou a cantar o fado entusiasmado com as interpretações de fadistas de Lisboa que lá iam participar em espectáculos.
Com 15 anos, decidiu vir trabalhar para a capital, mas a sua ideia era desenvolver as suas qualidades de cantador.
Aos 17 anos cantou no retiro da Bazalisa, em Campolide, onde o velho fadista Júlio Janota, (pessoa de muito mau feitio), despeitado com a sua interpretação castiça e a sua bela voz, lhe disse que pensasse noutro futuro pois a cantar não se «safava» (para tentar desmoralizar o rapaz), mas não conseguiu desanimá-lo, pois continuou a cantar como amador durante alguns anos em sociedades de recreio e verbenas.
Estreia como profissional em 1937 no Café Mondego, tendo cantado, sucessivamente, no Solar da Alegria, Café Vera Cruz e Café Latino. Actuou também nas casas típicas: Café Luso (da Travessa da Queimada), Sala Júlia Mendes, Café Monumental e Cervejaria Artística.
Em 1943, fez uma tournée pelo Centro e Norte do País com Ercília Costa como empresária, actuando durante algum tempo no Cinema Olímpia, do Porto, mais tarde voltaria ao Porto várias vezes ao longo da sua carreira, actuando na Taverna de S. Jorge, no Hotel D. Henrique, na Cozinha Real do Fado, na Casa da Mariquinhas e n'O Rabelo (Vila Nova de Gaia). Em Coimbra cantou no Retiro do Hilário
Em 1954 cantou num programa de fados da Emissora Nacional, e mais tarde, em 1960, tambem participou no Rádio Clube Português e nos Emissores Associados de Lisboa.
Em 1955 gravou discos para a etiqueta “Estoril”, com as composições Bairro Eterno, Campinos, A Cigana, Vem Comigo e Aquela Luz.
Em 1957 foi um dos primeiros artistas do fado a cantar nos programas experimentais da RTP.
Foi contratado no retiro do Caliça, na Parreirinha do Rato, no Ritz Clube, na Adega da Lucília, na Adega Mesquita, n'O Faia, na Nau Catrineta, no Paraíso das Guitarras e na Parreirinha de Alfama.
Em 1970 é o director artístico no Arabita, em Alfama.
Em 1973 para a etiqueta “A Roda”, grava: Juventude, Aguarela Portuguesa, A Varina dos Olhos Verdes e Doce Visão
Em 1977 grava: Embriaguez do Amor, O Regresso do Soldado, O Fado... Apenas Isto e Um Artista.
Em 1979 gravou para a etiqueta “Riso e Ritmo” um LP com o título (Fado da Velha Guarda), com Gabino Ferreira, Júlio Peres, Manuel Calixto, José Coelho e Frutuoso França, em que canta Ser Fadista e Não te Quero Perder
Júlio Vieitas, foi um conceituado intérprete do Fado de Lisboa, distinguiu-se também como poeta popular, autor de conhecidas letras de fados, algumas delas com música sua, das quais destacamos: Princesa do Tejo (fado-canção gravado por Fernanda Maria, Ana Hortense e Francisco Martinho e orquestrado por Shegundo Galarza), A Cigana e Varina dos Olhos Verdes.
Júlio Vieitas foi um dos últimos representantes de uma escola fadista, que persistiu em manter a tradição do fado autêntico, embora cultivando também o fado-canção.
© Vítor Duarte Marceneiro
JÚLIO VIEITAS (1915 – 1990) nasceu nas Caldas da Rainha, cidade onde muito jovem, começou a cantar o fado entusiasmado com as interpretações de fadistas de Lisboa que lá iam participar em espectáculos.
Com 15 anos, decidiu vir trabalhar para a capital, mas a sua ideia era desenvolver as suas qualidades de cantador.
Aos 17 anos cantou no retiro da Bazalisa, em Campolide, onde o velho fadista Júlio Janota, (pessoa de muito mau feitio), despeitado com a sua interpretação castiça e a sua bela voz, lhe disse que pensasse noutro futuro pois a cantar não se «safava» (para tentar desmoralizar o rapaz), mas não conseguiu desanimá-lo, pois continuou a cantar como amador durante alguns anos em sociedades de recreio e verbenas.
Estreia como profissional em 1937 no Café Mondego, tendo cantado, sucessivamente, no Solar da Alegria, Café Vera Cruz e Café Latino. Actuou também nas casas típicas: Café Luso (da Travessa da Queimada), Sala Júlia Mendes, Café Monumental e Cervejaria Artística.
Em 1943, fez uma tournée pelo Centro e Norte do País com Ercília Costa como empresária, actuando durante algum tempo no Cinema Olímpia, do Porto, mais tarde voltaria ao Porto várias vezes ao longo da sua carreira, actuando na Taverna de S. Jorge, no Hotel D. Henrique, na Cozinha Real do Fado, na Casa da Mariquinhas e n'O Rabelo (Vila Nova de Gaia). Em Coimbra cantou no Retiro do Hilário
Em 1954 cantou num programa de fados da Emissora Nacional, e mais tarde, em 1960, tambem participou no Rádio Clube Português e nos Emissores Associados de Lisboa.
Em 1955 gravou discos para a etiqueta “Estoril”, com as composições Bairro Eterno, Campinos, A Cigana, Vem Comigo e Aquela Luz.
Em 1957 foi um dos primeiros artistas do fado a cantar nos programas experimentais da RTP.
Foi contratado no retiro do Caliça, na Parreirinha do Rato, no Ritz Clube, na Adega da Lucília, na Adega Mesquita, n'O Faia, na Nau Catrineta, no Paraíso das Guitarras e na Parreirinha de Alfama.
Em 1970 é o director artístico no Arabita, em Alfama.
Em 1973 para a etiqueta “A Roda”, grava: Juventude, Aguarela Portuguesa, A Varina dos Olhos Verdes e Doce Visão
Em 1977 grava: Embriaguez do Amor, O Regresso do Soldado, O Fado... Apenas Isto e Um Artista.
Em 1979 gravou para a etiqueta “Riso e Ritmo” um LP com o título (Fado da Velha Guarda), com Gabino Ferreira, Júlio Peres, Manuel Calixto, José Coelho e Frutuoso França, em que canta Ser Fadista e Não te Quero Perder
Júlio Vieitas, foi um conceituado intérprete do Fado de Lisboa, distinguiu-se também como poeta popular, autor de conhecidas letras de fados, algumas delas com música sua, das quais destacamos: Princesa do Tejo (fado-canção gravado por Fernanda Maria, Ana Hortense e Francisco Martinho e orquestrado por Shegundo Galarza), A Cigana e Varina dos Olhos Verdes.
Júlio Vieitas foi um dos últimos representantes de uma escola fadista, que persistiu em manter a tradição do fado autêntico, embora cultivando também o fado-canção.
JUVENTUDE
Música: Fado Carlos da Maia)
Quando se tem juventude
Com floridas ilusões
A vida é rumo sem norte.
Brincamos com a saúde
Vibramos com as paixões,
Vive-se à mercê da sorte.
II
Ilusões, quem as não tem?
Por mim passaram também
Aventuras desmedidas.
Quantos caminhos cruzados!...
Bons momentos, maus bocados,
Coisas que não são esquecidas.
III
Dos momentos mais risonhos
Há recordações eleitas...
Lembranças que são saudades,
Pois até nos próprios sonhos
Vemos ilusões desfeitas
Que foram realidades.
IV
Meu Deus, o que o tempo faz!
Dilacera o coração
No peito a chama não arde
Mas quando olhamos para trás
Até pedimos perdão
Com pena de ser tão tarde
Júlio Vieitas Canta:
Não Te Quero Perder