João Baptista-Lopes, nasceu em Ourém no distrito de Santarém em 23 Julho de 1945, mas ainda muito jovem veio morar para Lisboa.
Cedo se sentiu atraído pelo Fado, o que o levou a frequentar, as casas típicas, os retiros fadistas e os encontros de amadores, etc...
Certa noite, nos anos sessenta, no Restaurante Típico da Márcia Condessa que ficava na Praça da Alegria, local que frequentava com frequência, foi incentivado pelos amigos e pela proprietária a cantar, cantou e agradou, tomou-lhe o jeito, e a partir desse dia, nunca mais parou.
Cantou no Galito no Estoril, em Cascais, no Picadeiro no Arreda e no Kopus-Bar, em Lisboa no Senhor Vinho, no Ardinita, Pátio das Cantigas, Tia Ló, Embuçado, etc, assim como no Porto, onde passou pela Candeia e no Mal-Cozinhado,assim como um pouco por todo o país e até no estrangeiro, estas andanças no meio fadista levou-o, a conviver e a cantar ao lado de figuras como Manuel de Almeida, Rodrigo, Carlos Zel, Vasco Rafael, António Melo Correia, Natália dos Anjos, Ada de Castro, Alfredo Marceneiro, etc., aliás, é na sua convivência com meu avô, que começámos a conviver, e logo ficámos amigos até aos dias de hoje, já estive a seu convite a cantar na Suíça na cidade onde reside, Neuchatel.
Estive no seu casamento em Ourém corria o ano de 2004, com a Marylene, onde fiz um filme e fotos de recordação que lhe ofereci como recordação.
Em 1967, estávamos ambos a cumprir o serviço militar anos , éramos jovens e com sangue na guelra, na Rinchoa - numa casa de Fados, o Vira do Minho, numa noite de Fados, em que ia com o meu avô, estavam por lá uns cretinos muito bêbados, em que acabámos por nos envolvermos numa grande cena de "porrada" para proteger o meu avô, cena que nunca mais esqueço, e ele também, um dia irei aqui contar com mais pormenores.
Cumpriu o serviço militar na Guiné, tendo sempre colaborado nos eventos musicais ali organizados para os seu camaradas.
Em 1973, o empresário Carlos Lacerda, locutor no Rádio Clube Português e também produtor na etiqueta Alvorada, convida-o a gravar um EP, no qual cantou cantou poemas dos escritores Mário Cláudio e João Barge.
João Baptista-Lopes, escreve poemas para Fado, alguns deles já gravado por si e por outros fadistas.
Editou um livro com o título "Ourém a preto e branco - Anos 50 em Sextilhas", trata-se de um livro em que relata as suas memórias na terra que o viu nascer,em que o mesmo é escrito em sextilhas, e tudo leva a crer, que não fica por aqui, já está outro livro em projecto.
Radicou-se na Suíça, onde ainda vive há mais de 30 anos, onde sempre que pode canta e enaltece o Fado, organizando também, espectáculos de Fado em que convida fadistas e músicos de Portugal.
Recentemente gravou um CD a que deu o título "40 Anos de Fado", com 14 poemas inéditos de sua autoria para músicas de fados tradicionais.
Simplesmente « VERSÍCULO »
Há frases que nos ficam na memória,
mesmo que cem anos nós vivamos !
Delas fazemos, às vezes, nossa história,
com elas, revivemos, recordamos !
Cada poesia tem sempre o seu segredo,
para que os versos não sejam todos maus…
Como me disse um dia o Ti Alfredo:
- Fazer versos, não é fritar carapaus !
Ele, que dos “reis”, foi Rei, foi Ás,
o “trono” partilhou humildemente,
sem nada nem ninguém, deixar p’ra trás,
ensinou o seu fado a toda à gente !
Recordar o seu discurso, é um regalo !
É prolongar esses serões pela vida além…
- O poeta escreveu : “calou-se o galo”
e a gente, rico filho, cala-se também…
Contigo,Ti Alfredo, eu aprendi,
(Mesmo se por minha culpa pouco sei…)
Mas sei que é meu este “versículo” que escrevi,
P’ro TEU “VERSICULO” qu’em minha alma cantarei !