RECORDAR MALUDA,
é homenagear uma grande artista, gostava de Fado, tinha uma alma bem fadista, também cantava! Sim cantava Lisboa pintando as suas janelas, os seus quiosques e seus telhados.
Era grande amiga de Amália, visita diária de sua casa, quando Maluda faleceu (10 de Fevereiro de 1999), Amália, que a acompanhou sempre na sua doença prolongada, desabafou: - Perdi uma grande amiga. E que coisas há no destino, também ela nos deixou nesse mesmo ano.
Janela de Lisboa e Quiosque por Maluda
Video-Clip produzido por IANUS EDITORA
Canta Carlos Zel, Fado Maluda com letra
de Rosa Lobato Faria
Música: Carlos da Maia
Maria de Lourdes Ribeiro, Maluda, nasce em Goa, antigo Estado Português da Índia, a 15 de Novembro de 1934Aos 14 anos, a família muda-se para Moçambique, e inicia a sua paixão pela pintura.
Cedo começa a ser notada e faz várias exposições em conjunto com outros artistas sua geração.
Em 1963. obtém um bolsa de estudos da Fundação Calouste Gulbenkian. Viaja para Portugal onde trabalha com o mestre Roberto de Araújo em Lisboa.
Em 1964, vai para Paris, como bolseira da Gulbenkian. Estuda na “Académie de la Grande Chaumière” com os mestres Jean Aujame e Michel Rodde. Mantém contactos com os artistas Arpad Szènes, Vieira da Silva, Sotto, Piaubert, Pillet, António Dacosta e Cargaleiro e com os críticos Galy-Carles, Guy Weelen, Jean Louis Ferrier, Ringstrom e José-Augusto França.
Em 1967, Instala-se definitivamente em Lisboa.
Em 1968, Maluda sensibiliza-se com a paisagem de Lisboa, e logo neste ano os primeiros óleos sobre a cidade.
Em 1969, inaugura a sua primeira exposição individual na Galeria do Diário de Notícias, em Lisboa.
Em 1970, instala a sua casa-atelier na Rua das Praças, em Lisboa, onde viveu até à data da sua morte.
A partir dos anos setenta, segue-se uma carreira de grande prestigio.eExposição individual na Fundação Gulbenkian, em Lisboa, inaugurada por Azeredo Perdigão. Pinta um dos seus retratos mais inspirados, o de Ana Zanatti.
Em 1975 Viaja para o no Brasil. O Museu da Manchete adquire cinco obras para a sua colecção.Pinta “Baleizão”, uma das suas obras mais poéticas. Tem novamente uma bolsa de investigação da Fundação Gulbenkian.
Em 1977, Viaja e trabalha em Londres e na Suíça.
É 1978, dá início à famosa série de 39 Janelas, começando com “Janela I” de Évora.
Seguem várias exposições em Lisboa e no Porto
Em 1979, recebe o Prémio de pintura da Academia Nacional de Belas Artes de Lisboa.
Numa exposição na Fundação Gulbenkian em Paris. O M.N.E. adquire um quadro que o Presidente da República oferece à Bulgária.
Em 1981, é editado o livro “Maluda” (Editions du Manoir, Lausanne, Suíça) com prefácio de Vieira da Silva e texto de Simone Frigerio.
Alexandre O’Neill escreve os poemas “Persiana para Janela de Maluda (I e II)”.
Edita a primeira edição de serigrafias, de um total que viria a ser de 62, a partir do óleo “Ilhas”.
Em 1985, os CTT propõem-lhe editar selos dos seus quadros “Quiosques de Lisboa”. e no Porto.
Em 1986, pinta “Portel”, considerada a sua obra mais importante, que José-Augusto França elegeria como um dos seus “100 Quadros Portugueses do Século XX” (Quetzal, 2001), considerando que “este quadro atinge um carácter icónico, matriz última de uma pintura urbana” e que se “impõe como realidade plástica autónoma”.
Encomendas do cartaz do Festival Internacional de Música do Algarve e também de retratos para as Galerias de Reitores de várias universidades.
Em 1987, o selo da sua autoria (”Quiosque Tivoli”) ganha, na World Government Stamp Printers Conference, em Washington, o prémio mundial para o melhor selo. Nova emissão de selos para os CTT (”Faróis da Costa Portuguesa”).
Exposição individual na Fundação Gulbenkian, Paris.
Edição do livro “29 Janelas de Maluda” (Edições António Homem Cardoso), com texto de José-Augusto França. 1988
É editado o terceiro álbum sobre a obra de Maluda (Edições Bial) e feito o seu lançamento no Grémio Literário com apresentação de José-Augusto França.
Execução do selo “Évora Património Mundial” que, no ano seguinte, recebe em Périgaud (França) o prémio mundial para o melhor selo.
Colectiva de pintura “Artejo 88″ no Mosteiro dos Jerónimos e “80 anos de Arte Moderna” na Galeira da São Bento.
Em 1994, recebe o prestigiado prémio de artes plásticas Bordalo Pinheiro, atribuído pela Casa da Imprensa.
No âmbito da “Lisboa Capital da Cultura”, realiza uma grande exposição individual no Centro Cultural de Belém em Lisboa, inaugurada pelo Primeiro-Ministro, Cavaco Silva.
Em 1996, é editado o livro “Um Outro Olhar Sobre Portugal”, com reproduções da sua obra, texto de Agustina Bessa-Luís e fotografias de Pierre Rossolin (Ed. Asa).
Em 1998, é agraciada pelo Presidente da República Jorge Sampaio com a Ordem do Infante D. Henrique.
É Inaugurada a sua derradeira exposição “Os selos de Maluda”, patrocinada pela Administração dos CTT.
Maluda morre em Lisboa aos 64 anos a 10 de3 Fevereiro de 1999.
Excertos de textos in: Internet
PARA UMA PINTORA
( Prosa de Helena Monteiro - no dia em Maluda faleceu)
Na geometria dos teus telhados
Na simetria da tua paisagem
Na luminosidade dos teus quiosques
Na serenidade das tuas janelas
Encontraste a força intelectual
A sabedoria exponencial
A beleza espiritual
De pintar Lisboa
De pintar Portugal.
PARA UMA PINTORA
( Prosa de Helena Monteiro - no dia em Maluda faleceu)
Na geometria dos teus telhados
Na simetria da tua paisagem
Na luminosidade dos teus quiosques
Na serenidade das tuas janelas
Encontraste a força intelectual
A sabedoria exponencial
A beleza espiritual
De pintar Lisboa
De pintar Portugal.
Janela de Lisboa
Nasceu na cidade de Pangim, em Goa, no então Estado Português da Índia. Viveu desde 1948 em Lourenço Marques (actual Maputo), onde começou a pintar e onde formou, com mais quatro pintores, o grupo que se intitulou "Os Independentes", que expôs colectivamente em 1961, 1962 e 1963. Em 1963 obteve uma bolsa de estudos da Fundação Calouste Gulbenkian e viajou para Portugal, onde trabalhou com o mestre Roberto de Araújo em Lisboa. Entre 1964 e 1967 viveu em Paris, bolseira da Gulbenkian. Aí trabalhou na Académie de la Grande Chaumière com os mestres Jean Aujame e Michel Rodde. Foi nessa altura que se interessou pelo retrato e por composições que fazem a síntese da paisagem urbana, com uma paleta de cores muito característica e uma utilização brilhante da luz, que conferem às suas obras uma identidade muito própria e inconfundível.
Em 1969 realizou a sua primeira exposição individual na Galeria do Diário de Notícias, em Lisboa. Em 1973 realizou uma grande exposição individual na Fundação Gulbenkian, que obteve grande sucesso, registando cerca de 15.000 visitantes e lhe deu grande notoriedade a partir de então.
Entre os anos de 1976 e 1978 foi novamente bolseira da Fundação Gulbenkian, estudando em Londres e na Suíça.
A partir de 1978 dedicou-se também à temática das janelas, procurando utilizá-las como metáfora da composição público-privado.
Em 1979 recebeu o Prémio de Pintura da Academia Nacional de Belas Artes de Lisboa. Nesse ano realizou ainda uma exposição na Fundação Gulbenkian em Paris. A partir de 1985, Maluda foi convidada para fazer várias séries de selos para os CTT. Dois selos da sua autoria ganharam, na World Government Stamp Printers Conference, em Washington, em 1987 e em Périgueux (França), em 1989, o prémio mundial para o melhor selo. Em 1994 recebeu o prestigiado prémio Bordalo Pinheiro, atribuído pela Casa da Imprensa. No âmbito da "Lisboa Capital da Cultura", realizou uma exposição individual no Centro Cultural de Belém em Lisboa.
Em 1998 foi agraciada pelo Presidente da República Jorge Sampaio com a Ordem do Infante D. Henrique, ao mesmo tempo que realizou a sua última exposição individual, "Os selos de Maluda", patrocinada pelos CTT.
Maluda morreu em Lisboa em 1999, aos 64 anos. Em testamento, a artista instituiu o "Prémio Maluda" que, durante alguns anos, foi atribuído pela Sociedade Nacional de Belas-Artes.
in: Wikipédia