Manuel Ferreira de Almeida, nasceu em Lisboa no bairro da Bica a 27 de Abril de 1922.
Teve como actividade principal a profissão de fabricante e desenhador de calçado feminino.
Aos 10 anos começa a sentir o gosto pelo Fado, começando a frequentar os retiros fadistas.
Aos 28 anos, decide tornar-se profissional e o seu primeiro contrato é na Tipóia, sob a direcção de Adelina Ramos, onde permaneceu cerca de doze anos. Cantou ainda no Estribo, Retiro do Malhão, Faia, e no Olímpia Clube.
Em 1962 é-lhe feita a Festa de Consagração levada a efeito no Pavilhão dos Desportos.
Em 1963 e 1964 recebe o prémio Imprensa e o Óscar da Imprensa atribuído pela Casa da Imprensa,
Actua na RTP com Natércia da Conceição e Mariana Silva.
Fez parte do espectáculo intenerante de Maria Pereira "Cor é Vida"
Em 1977 actua no Dia de Portugal, 10 de Junho em Joanesburgo
Em 1977 actua no Dia de Portugal, 10 de Junho em Stuttggart
Fernanda Maria convidou-o para a Lisboa à Noite, onde esteve contratado onze anos. Em 1979 Rodrigo inaugurou a sua casa o Forte Dom Rodrigo e convidou Manuel de Almeida, que ali se manteve até que a morte o silenciou.
Em 1986 é o primeiro português a cantar na Coreia do Norte.
Algumas das suas interpretações ainda hoje são lembradas, salientando-se de entre elas Fado Antigo, letra de Martinho de Assunção (pai) e Mãos Cheias de Amor, letra de Clemente Pereira.
Gravou mais de uma dezena de LP e cerca de vinte e cinco singles, Em Barcelona grava o seu primeiro LP em parceria com Mariana Silva, mas o mais significativo da sua carreira foi a edição, em 1987, de “Eu Fadista Me Confesso”, produzido por Rão Kyao, o disco foi considerado pioneiro no enlace entre a tradição e a modernidade.
È autor de vários poemas que interpretou, Não Vale a Pena Meu Bem, Por te Querer Tanto, Tempos que já lá vão, Longe de Ti, É a saudade, etc., tendo no entanto cantado muitos outros autores, João de Freitas, Fernando Farinha, João da Mata, Linhares Barbosa, Nascimento Fernandes, etc.
Em 1993 em França actua na da cidade de Saint-Sever.
Em Fevereiro de 1994 festejou as bodas de ouro e foi homenageado no Teatro São Luiz.
Manuel de Almeida, foi desde sempre um aficionado da festa brava, e também um grande adepto do desporto, chegando a praticar futebol e atletismo, nos últimos anos enquanto pode, era o ciclismo o seu passatempo preferido.
Manuel de Almeida faleceu em Cascais a 3 de Dezembro 1995, desde então os muitos amigos que deixou reúnem para o homenagear todos os anos no dia do seu aniversário 27 de Abril.
Em 1996 a Casa da Imprensa concede-lhe a título póstumo o Troféu-Prémio Carreira
Cascais dá o seu nome a duas ruas da cidade.
Manuel de Almeida - Poema de: Carlos Conde
Moldando a graça dos tons
Às rimas de uma cantiga,
É dos poucos e dos bons
Fadistas à moda antiga!
Não canta para iludir
Nem ilude p'ra agradar.
Tem coração p'ra sentir
Alma e voz para cantar!
Só p'la fibra com que expande
Todo o sabor do passado.
Manuel de Almeida é grande
Entre os grandes que há no fado!
Poema de: Carlos Conde
Esta foto é deveras histórica, pois foi tirada no Faia em 1953, altura em que Linhares Barbosa escreve para o repertório de Berta Cardoso o "Fado Fracasso," uma letra em versículo. Berta que parcece estar a ouvir atentamente Linhares Barbosa assim como Marceneiro, lendo o poema, que Berta vai óbviamente cantar na música do Fado Menor, com complemento de Versículo de Alfredo Marceneiro.
BERTA CARDOSO
canta FRACASSO
Letra de Linhares Barbosa
Música de Alfredo Marceneiro
Aliás esta parceria de poeta e compositor, já vinha dos anos 30 com o grande êxito que foi o Fado Pierrot (Letra) que levou Marceneiro a fazer a música a que deu o título de Fado Versículo, desde então para cá muitos poemas tem sido cantado com esta música, por muitos e conceituados interpretes.
Mais um exemplo também com poema de Linhares Barbosa, para o saudoso Manuel de Almeida (que também foi autor e compositor).
MANUEL DE ALMEIDA
canta SE O MUNDO DÁ TANTA VOLTA
Letra de Linhares Barbosa
Música de Alfredo Marceneiro