As Marchas Populares, serão talvez designadas no futuro, com outro título....pois neste momento, o que interessa é a "Passagem na Avenida" para as Televisões, que impõem regras. E os preços para se ver ao vivo na avenida! não têm nada de "populares". E as madrinhas e os padrinhos?, será que a maioria deles tem alguma coisa a ver com as tradições do bairro? Serão escolhidos pelos bairros, ou há outros valores por detrás?
Veremos o futuro, pois a prestação popular mesmo que explorada, será sempre a base das marchas....
...Lisboa és Linda e Bela...Lisboa és eterna...
A tradição vencerá.
OS SANTOS POPULARES
Santo António de Lisboa
MARCHAS POPULARES - ORIGENS
Por meados do século XVIII, os franceses durante o período napoleónico, iniciaram a moda de dançar as marchas militares, realizavam em Junho para celebrar a tomada da Bastilha a que chamavam “marche aux falambeaux ” em que o povo desfilava com uns archotes acesos na mão. Este costume foi adoptado pelos portugueses que lhes passaram a chamar “Marcha ao flambó" (portanto adaptação do termo francês), só que nós os portugueses substituímos os «archotes revolucionários dos franceses» por "balões de papel" e "fogo de artificio", que tinham sido costumes trazidos da China no século XVII, e que já eram usados nos arraiais e feiras por todo o País, e assim as antigas danças e cantares de "Maio à Virgem Maria" que entretanto tinham sido proibidas foram transpostas para o mês de Junho, passando a celebrar-se as festas dos «Santos Populares», “Santo António, São João e São Pedro “. Lisboa veste-se de cravos rubros que são esplendor em Junho festivo, de vasos com manjericos nas janelas, sendo costume colocar na copa do manjerico, um cravo encarnado com uma bandeirinha hasteada com uma quadra popular escrita.
Se eu fosse o cravo vermelho Que trazes sobre o teu peito Por muito que fosse velho Não te guardava respeito
Cravo manjerico e vaso E uma quadrinha singela Tudo lhe dei... Não fez caso!... Pronto! Não caso com ela
Ateia-se uma fogueira para assar as sardinhas, mas os rapazes e raparigas saltam e bailam á sua volta até ao raiar do dia.
A alcachofra brava, também tem o seu simbolismo nestas festividades, quem queria saber se era correspondida/o no amor pelo namorado, devia chamuscar na fogueira, a alcachofra em flor, e se esta, passados alguns dias voltasse a florir, era sinal que o amor era sincero e daria em casamento.
Sobre o saltar à fogueira, houve também muita inspiração para versos mais “malandrecos”
Ou ela não usa calças Ou as tem na lavadeira
Dei por isso ontem à noite
Quando saltava na fogueira
GRANDE MARCHA DE LISBOA DE 1950 (Noite de Stº António)