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Associação Cultural de Fado

"O Patriarca do Fado"
Quinta-feira, 9 de Junho de 2016

Marchas Populares

As Marchas Populares, serão talvez designadas no futuro, com outro título....pois neste momento, o que interessa é a "Passagem na Avenida" para as Televisões, que impõem regras. E os preços para se ver ao vivo na avenida!  não têm nada de "populares". E as madrinhas e os padrinhos?, será que a maioria deles tem alguma coisa a ver com as tradições do bairro? Serão escolhidos pelos bairros, ou há outros valores por detrás?

Veremos o futuro, pois a prestação popular mesmo que explorada, será sempre a base das marchas....

     ...Lisboa és Linda e Bela...Lisboa és eterna...

A tradição vencerá.

 
 
OS SANTOS POPULARES

Santo António de Lisboa
 
 
MARCHAS POPULARES - ORIGENS
 Por meados do século XVIII,  os franceses durante o período napoleónico, iniciaram  a moda de dançar as marchas militares,  realizavam em Junho para celebrar a tomada da Bastilha a que chamavam “marche aux falambeaux ” em que o povo desfilava com uns archotes acesos na mão.
Este costume foi adoptado pelos portugueses que lhes passaram a chamar “Marcha ao flambó" (portanto adaptação do termo francês), só que nós os portugueses substituímos os «archotes revolucionários dos franceses» por "balões de papel" e "fogo de artificio", que  tinham sido costumes trazidos da China no século XVII, e que já eram usados nos arraiais e feiras por todo o País, e assim  as antigas danças e cantares de "Maio à Virgem Maria"  que  entretanto tinham sido proibidas foram transpostas para o mês de Junho, passando a celebrar-se as festas dos «Santos Populares»,  “Santo António, São João e São  Pedro “.
Lisboa veste-se de cravos rubros que são esplendor em Junho festivo, de vasos com manjericos nas janelas, sendo costume colocar na copa do manjerico, um cravo encarnado com uma bandeirinha hasteada com uma quadra popular escrita. 
 
Se eu fosse o cravo vermelho
Que trazes sobre o teu peito
Por muito que fosse velho
Não te guardava respeito
 
                                          Cravo manjerico e vaso
                                          E uma quadrinha singela
                                          Tudo lhe dei... Não fez caso!...
                                           Pronto! Não caso com ela
 
Ateia-se uma fogueira  para assar as sardinhas,  mas os rapazes e raparigas saltam e bailam á sua volta até ao raiar do dia.
A alcachofra brava, também tem o seu simbolismo nestas festividades, quem queria saber se era correspondida/o no amor pelo namorado, devia chamuscar na fogueira, a alcachofra em flor, e se esta,  passados alguns dias voltasse a florir, era sinal que o amor era sincero e daria em casamento.
Sobre o saltar à fogueira, houve também muita inspiração para versos mais “malandrecos”
 
Ou ela não usa calças
Ou as tem na lavadeira
Dei por isso ontem à noite
Quando saltava na fogueira
 

 

 

GRANDE MARCHA DE LISBOA DE 1950 (Noite de Stº António)
 
Letra de: Norberto de Araújo
Música de: Raul ferrão
 
1ª COPLA
 
Cá vai a marcha
mais o meu par,
se o não o trouxesse
quem o havia de aturar.
Não digas sim,
não me digas não,
negócios de amor
são sempre o que são.
 
Já não há praça
dos; bailaricos,
tronos de luz,
um altar de manjericos. .
 
Mas sem a Praça
que foi da Figueira,
a gente cá vai
quer queira ou não queira.
 
                                                  Estribilho
 
                                                 Ó noite de Santo António
                                                 Ó Lisboa de encantar!
                                                 De alcachofras a florir,
                                                 de foguetes a .estoirar.
 
                                                  Enquanto os bairros cantarem,
                                                  enquanto houver arraiais,
                                                  enquanto houver Santo António
                                                  Lisboa não morre mais.
 
2ª COPLA
 
Lisboa é sempre
namoradeira, tontos derriços
que até fazem já fileira.
Não digas sim,
não me digas não;
amar é destino,
cantar é condão.
 
Uma cantiga,
uma aguarela,
um cravo aberto
debruçado da janela.
Lisboa linda,
do meu bairro antigo,
dá-me o teu bracinho,
vem bailar comigo.
 
                                                          Estribilho
 
3ª COPLA
 
Meu bairro passa
a cintilar,
tanta estrelinha
que parece o céu a andar.
Não digas sim,
não me digas não,
porque Santo António
também traz balão.
 
Velha Lisboa,
és sempre nova,
cravinho ao peito,
e na boca a tua trova.
 
És tão bonita,
de avental taful,
de corpete fino,
de saiote azul.
 

Amália canta

Marcha do Centenário

Lisboa Nasceu

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