São Pedro como Santo Popular, tem a sua origem nas festividades religiosas em honra sua, que foram promovidas pela confraria dos pescadores de Aldeia Galega, fundada há Século XVI.
Durante os festejos assistia-se à procissão bênção, de um rio e dos barcos ali acostados, comia-se o tradicional bodo de sardinha assada, que era oferecido aos visitantes.
O ponto alto era a queima de um batel, na realidade trata-se de um ritual pagão muito antigo, mas era um espectáculo muito interessante, que atraía as multidões.
Em muitas festas populares, que têm São Pedro por padroeiro, são organizadas largadas de touros, touradas, festivais de folclore e concursos de jogos florais.
É de notar que são as comunidades ligadas à faina piscatória que mais venera São Pedro, pois também ele foi pescador.
A comunidade de Roma foi fundada pelos apóstolos Pedro e Paulo e é considerada a única comunidade cristã do mundo fundada por mais de um apóstolo e a única do Ocidente instituída por um deles. Por esta razão desde a antiguidade a comunidade de Roma (chamada actualmente de Santa Sé pelos católicos) teve o primado sobre todas as outras comunidades locais (dioceses); nessa visão o ministério de Pedro continua sendo exercido até hoje pelo Bispo de Roma (segundo o catolicismo romano), assim como o ministério dos outros apóstolos é cumprido pelos outros Bispos unidos a ele, que é a cabeça do colégio apostólico, do colégio episcopal. A sucessão papal (de Pedro) começou com São Lino.
È comum a imagem de São Pedro, tendo na mão as chaves do céu.
As Marchas Populares, serão talvez designadas no futuro, com outro título....pois neste momento, o que interessa é a "Passagem na Avenida" para as Televisões, que impõem regras. E os preços para se ver ao vivo na avenida! não têm nada de "populares". E as madrinhas e os padrinhos?, será que a maioria deles tem alguma coisa a ver com as tradições do bairro? Serão escolhidos pelos bairros, ou há outros valores por detrás?
Veremos o futuro, pois a prestação popular mesmo que explorada, será sempre a base das marchas....
...Lisboa és Linda e Bela...Lisboa és eterna...
A tradição vencerá.
OS SANTOS POPULARES
Santo António de Lisboa
MARCHAS POPULARES - ORIGENS
Por meados do século XVIII, os franceses durante o período napoleónico, iniciaram a moda de dançar as marchas militares, realizavam em Junho para celebrar a tomada da Bastilha a que chamavam “marche aux falambeaux ” em que o povo desfilava com uns archotes acesos na mão. Este costume foi adoptado pelos portugueses que lhes passaram a chamar “Marcha ao flambó" (portanto adaptação do termo francês), só que nós os portugueses substituímos os «archotes revolucionários dos franceses» por "balões de papel" e "fogo de artificio", que tinham sido costumes trazidos da China no século XVII, e que já eram usados nos arraiais e feiras por todo o País, e assim as antigas danças e cantares de "Maio à Virgem Maria" que entretanto tinham sido proibidas foram transpostas para o mês de Junho, passando a celebrar-se as festas dos «Santos Populares», “Santo António, São João e São Pedro “. Lisboa veste-se de cravos rubros que são esplendor em Junho festivo, de vasos com manjericos nas janelas, sendo costume colocar na copa do manjerico, um cravo encarnado com uma bandeirinha hasteada com uma quadra popular escrita.
Se eu fosse o cravo vermelho Que trazes sobre o teu peito Por muito que fosse velho Não te guardava respeito
Cravo manjerico e vaso E uma quadrinha singela Tudo lhe dei... Não fez caso!... Pronto! Não caso com ela
Ateia-se uma fogueira para assar as sardinhas, mas os rapazes e raparigas saltam e bailam á sua volta até ao raiar do dia.
A alcachofra brava, também tem o seu simbolismo nestas festividades, quem queria saber se era correspondida/o no amor pelo namorado, devia chamuscar na fogueira, a alcachofra em flor, e se esta, passados alguns dias voltasse a florir, era sinal que o amor era sincero e daria em casamento.
Sobre o saltar à fogueira, houve também muita inspiração para versos mais “malandrecos”
Ou ela não usa calças Ou as tem na lavadeira
Dei por isso ontem à noite
Quando saltava na fogueira
GRANDE MARCHA DE LISBOA DE 1950 (Noite de Stº António)
As “Maias”, originaram as festas dos três Santos Populares, Santo António, S. João e S. Pedro.
Eram as “Maias” cantos litúrgicos dedicados no mês de Maio, à Virgem Maria, Porém, tendo-se adulterado o seu carácter religioso, com povo a fazer bailados nas ruas das cidades, forma consideradas pagãs e assim, foram proibidas no século XIV, por ordem de El-Rei Dom João I. O povo que sempre gostou de cantar e bailar, passou todavia, a celebrar outra festa, oriunda da bênção dos primeiros frutos, em Quinta-Feira de Ascensão de Jesus Cristo: o “Dia da Espiga”, o povo vai aos campos para recolher, raminho de oliveira, rosmaninho, malmequer, papoila e trigo. Ainda hoje na «Quinta-Feira da Espiga», há esta tradição chegando a haver vendedores de rua a vender o “Raminho da Espiga” e que segundo a tradição é guardado em casa até ao ano seguinte.
Por meados do século XVIII, os franceses durante o período napoleónico, iniciaram a moda de dançar as marchas militares, realizavam em Junho para celebrar a tomada da Bastilha a que chamavam “marche aux falambeaux ” em que o povo desfilava com uns archotes acesos na mão.
Este costume foi adoptado pelos portugueses que lhes passaram a chamar “Marcha ao flambó" (portanto adaptação do termo francês), só que nós os portugueses substituímos os «archotes revolucionários dos franceses» por "balões de papel" e "fogo de artificio", que tinham sido costumes trazidos da China no século XVII, e que jà eram usados nos arraiais e feiras por todo o País, e assim as antigas danças e cantares de "Maio à Virgem Maria" que entretanto tinham sido proibidas foram transpostas para o mês de Junho, passando a celebrar-se as festas dos «Santos Populares», “Santo António, São João e São Pedro “.
Lisboa veste-se decravos rubrosque são esplendor em Junho festivo, de vasos com manjericos nas janelas, sendo costume colocar na copa do manjerico, um cravo encarnado com uma bandeirinha hasteada com uma quadra popular escrita.
Se eu fosse o cravo vermelho
Que trazes sobre o teu peito
Por muito que fosse velho
Não te guardava respeito
Cravo manjerico e vaso
E uma quadrinha singela
Tudo lhe dei... Não fez caso!...
Pronto! Não caso com ela
Ateia-se uma fogueira para assar as sardinhas, e os rapazes e raparigas saltam e bailam á sua volta até ao raiar do dia.
A alcachofra brava, também tem o seu simbolismo nestas festividades, quem queria saber se era correspondida/o no amor pelo namorado, devia chamuscar na fogueira, a alcachofra em flor, e se a mesma passados alguns dias voltasse a florir, era sinal que o amor era sincero e daria em casamento.
Sobre o saltar à fogueira, houve também muita inspiração para versos mais “malandrecos”
Ou ela não usa calças
Ou as tem na lavadeira
Dei por isso ontem à noite
Quando saltava à fogueira
As Marchas têm um ritmo diferente do Fado: mais cadenciado, mais vivo e de métrica poética menos uniforme, sempre enriquecida pelo «estribilho» , o refrão no Fado, mas arcos, balões, cravos manjericos, alcachofras, fogueiras e danças não deixam de ser motivos de inspiração para os letristas de Fado.
Consulta: Fado- Mascarenhas Barreto
Amostra dos trajes dos Padrinhos das Marchas
Letra de: Silva Tavares
OS SANTOS POPULARES
O mês de Junho é o coração do ano
que ora canta, ora sofre, ora perdoa.
Um coração que desde há muito irmano
ao coração do povo de Lisboa.
Que espanta, pois, que os dois se queiram bem?
O idílio nada tem de singular
e, assim que Junho lá vem,
lá vai Lisboa a cantar!
Canta nos mastros e festões que à toa
documentam a ingénua fantasia
da gente boa da Madragoa,
de Alfama, do Bairro Alto e Mouraria.
Canta no tom dolente e pedinchão
dos garotos do bairro - e quantos há,
Santo Deus! - que nos barram o caminho
de bandeja na mão:
— « meu senhor, dê cá um tostãozinho
p'ró Santo António! Meu Senhor... dê cá!»
Canta nas alcachofras que se queimam
e, depois de ficarem qual tição,
vão espetar-se na terra — a ver se teimam
em reflorir ou não!...
Canta em ingénuas tradições caseiras;
em mil superstições e mil caprichos: ´
— No verde manjerico, nas fogueiras,
nas cornetas de barro, nos cochichos!
Nas bichas de rabiar, entre o clamor
estouvanado da histérica donzela;
nas bombas que rebentam com fragor;
na luz viva do fósforo de cor
que se acende à janela!
No balão de papel, cheio de fumo,
que, verdadeira imagem da ilusão,
domina o espaço e sobe e vai, sem rumo,
até extinguir-se a chama — o coração!
Canta nos bailaricos do mercado,
e nas sinas compostas a granel,
e nos trilos do grilo encarcerado,
e nas quadras dos cravos de papel!...
Quando virdes passar festivos arcos
de que pendam balões, simbolizando
velhas fachadas, monumentos, barcos
— é Lisboa que passa e vai cantando!
Canta p'lo Santo António, p'1o São João
e p 'lo São Pedro, enfim, num testemunho
fervente do seu culto à tradição
e num último adeus ao mês de Junho!
Tão velho afecto será sempre novo,
enquanto aos dois restar sombra de alento:
— Se Junho é cem por cento o mês do povo,
Lisboa, em Junho, é, povo cem por cento!
Evocação da Marchas Populares de 1955
Grande Marcha de Lisboa 1955
LETRA DE; Silva Tavares Música de: João Andrade Santos