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Associação Cultural de Fado

"O Patriarca do Fado"
Domingo, 4 de Março de 2007

FERNANDA MARIA

                                                                                                                                                                                                 

 

    Fernanda Maria canta     

Saudade, vai-te embora

de Júlio de Sousa

 

Fernanda Maria, voz nostálgica, impregnada de sentimento, de saudade de tragédia e nostalgia, voz que chega aos nossos corações, pois é também uma voz bem timbrada que nos atrai e seduz, é uma mulher com garra e convicções, é bem uma “Castiça Cantadeira de Fados” qualidades que infelizmente vem sendo difícil de encontrar, porque a Alma de Cantadeira de Fados, não é um exercício nem uma aprendizagem, é um dom que Deus dá,  a alguns.

 

 

    

Fernanda Maria por Cralos Conde

 

Quando a Fernanda Maria

Canta o que sabe cantar,

Pôe na voz toda a magia

Que o fado tem p´ra nos dar!

 

E ao coar pela garganta

Essa toada dolente,

Sabe sentir o que canta

Porque só canta o que sente!

 

P´la voz que a todos seduz

Tem o nome consagrado,

De uma estrela que reluz

No firmamento do Fado!

   

Fernanda Maria

 

Falar de “coisas” simples, é difícil.

Falar de “sentimento” é complicado, e mesmo arriscado.

Diz a singular sabedoria “não é fadista quem quer / mas sim quem nasceu fadista”.

O que é isto de se “nascer” fadista? “Fadista” diz-se do intérprete de Fado que canta com “alma”, independentemente da sua origem territorial, sexo ou idade, quer seja profissional ou amador.

Sabemos quão peculiar é esta forma de canto e quanta “raça” se exige a um/uma intérprete até se lhe poder chamar, com orgulho bairrista - “Fadista de Raça”.

Sempre existiram grandes fadistas para todo o Fado. Creio mesmo que estariam sempre em consonância com as épocas e ambientes em que viveram. Desde Maria Cesária e Severa (primeira metade do século XIX) até aos nossos dias, muitos foram os nomes femininos e masculinos, nobres e plebeus, de vozes urbanas ou rústicas, vindos das grandes cidades do litoral ou do interior, das aldeias ou das ilhas, que arrebataram com os seus poemas eruditos ou populares, numa mensagem transcendente, a nossa alma Lusa e nómada.

Num popular Bairro de Lisboa, Mouraria – ali mesmo onde a tradição diz ter nascido o Fado – nasceu ela. Ela,  Fernanda Maria !

Tudo o que se espera do Fado; tudo o que o Fado nos pode transmitir; tudo o que podemos definir como Fado, nasceu por destino na expressão involuntária e no arrebatamento emocional desta senhora-intérprete.

O “estilo” valoriza e define um/uma Fadista.

Cada intérprete “cria” (ou deveria criar, não imitar!) a sua forma de dizer e, aliando-a à palavra no contorno melódico da sua íntima expressão de sentir, ela dá-nos a justa medida da sua entrega. É neste momento que a “transfusão” se processa. É justamente por isso que quem escuta o Fado, mesmo sem saber o que dizem as palavras, sabe o que dizem os corações. O Fado é um Canto primordial ao Sentimento.

Acredito que o mesmo “sentir” que acompanhou a gesta portuguesa desde o alvor da nossa nacionalidade, com mais ou menos influências nos ritmos e nos cantos da nossa diáspora, continua presente.

Ninguém no mundo saberá melhor sentir ou descrever Saudade como num Fado um Português !. E ninguém ficará indiferente ao timbre, ao gesto, à emoção, à entrega, à luminosidade, à intenção, à musicalidade, à dicção e à presença de Fernanda Maria. 

 

Maria de Lourdes De Carvalho 

 

  

O FADO
Repertório de Fernanda Maria 
Letra de: Dr. Guilherme Pereira da Rosa
Música de:Frederico Valério

 
 
Fado nascido em Lisboa
É voz que pena que soa
Mágoa que do peito vem
O Fado
É bairro velho que chora
Alfama que se enamora
E conta o amor que tem
O Fado
É canto de feiticeiro
È Alfredo Marceneiro
É um dom uma expressão
E é fado
Guitarra que nos murmura
Tudo aquilo que perdura
 Bem dentro do coração
Ao Fado
Lisboa diz o que sente
Vai nele a alma da gente
Pois é esse o seu condão
 

 

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Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, assim como registo na Sociedade Portuguesa de Autores, sócio nº 125820, e Alfredo Marceneiro é registado como marca nacional no INIP, n.º 495150.
música: Saudade Vai-te Embora
publicado por Vítor Marceneiro às 19:43
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