Maria do Carmo da Silva Justiniano, mais no meio fadista como “Micá”, é alfacinha da gema, nasceu no típico bairro da Madragoa a 20 Fevereiro 1937.
Em 1954 com 17 anos foi contratada para cantar no Retiro Pampilho, que ficava na Calçada de Carriche em 1954, cujo proprietário era Alfredo de Almeida o marido de Lucília do Carmo.
Casou e foi mãe, mas continuou sempre a cantar, e simultaneamente começou também a ser modelo em desfiles de moda.
Em 1958, Esteve em África - Lourenço Marques como modelo de moda, e enquanto lá esteve, cantava o Fado em retiros fadistas que havia lá haviam na época.
Há cerca de 20 anos sentiu um impulso e a necessidade psíquica de começar a escrever os seus próprios poemas, hoje tem registados na S.P.A. cerca de 30 originais, que têm sido cantados e gravados, por ela própria e também por outros fadistas.
Eis uma quadra e uma sextilha de dois dos seu Fado primeiros poemas “Provérbio Sagrado” e “Rejeito Falsidade”
Fé esperança e caridade
São palavras divinas
Que cabem, bem à vontade
Nas mentes mais pequeninas. (Fado Solene)
Lembrei-me de viver (Fado Laranjeira)
Lembrei-me que nasci
Deixei aquele tempo louco e desordenado
Ficou ao abandono o tudo que não vi
P´ra não cantar saudade
Na voz deste meu fado
Micá canta num estilo de fado antigo, o que leva a que haja quem afirme que, a sua forma de cantar faz lembrar Marceneiro, no feminino evidentemente.
A sua carreira tem sido feita passando pelas mais consagradas casas de fado e restaurantes típicos de Lisboa, actuou também no teatro, na rádio e em digressões ao estrangeiro.
Sou amigo da Micá há muitos anos, conheci-a no Galito no Estoril, fiquei seu “fan” desde que a ouvi cantar a primeira vez, há já alguns anos que não nos víamos, numa das minhas idas a Alfama, vimo-nos, abraçámo-nos e recordámos velhos tempo, logo ali lhe prometi, que lhe iria fazer um vídeo-clip e apresentá-la neste blogue, decerto, que concordarão comigo que é uma grande fadista.
Micá canta: Lágrima
Poema de: Adriano dos Reis
Música de Alfredo Marceneiro (Fado Laranjeira)
Micá canta: Bailado das Folhas
Poema de: Henrique Rêgo
Música de Alfredo Marceneiro "Fado Bailado"