Cantadeira, nasceu na Fuzeta, no Algarve, e morreu em Leça do Bailio, na década dos anos 1950.Ainda criança foi viver para Setúbal, onde trabalhou como operária conserveira.
Estreou-se em récitas de teatro amador naquela cidade com apenas 14 anos e aos 19 começou a cantar o Fado numa revista de amadores levada à cena no Salão Recreio do Povo de Setúbal. Numa outra revista interpretou a personagem do marítimo António Gouga, numa imitação em que era obrigada a cantar sete vezes seguidas.
Interessada em seguir uma carreira artística e sentindo que em Setúbal tal seria difícil, instalou-se em Lisboa onde Raul Gil a levou ao Pátio do Carrasco, onde cantou pela primeira vez na capital. Pouco tempo depois tornou-se uma cantadeira muito requisitada.
Actuou em todos os retiros dos arredores de Lisboa, em esperas de toiros, no Campo Pequeno, em festas de caridade e em teatros e cinemas de todo o país. Cantou no Retiro da Severa, Solar da Alegria e nos cafés Luso e Mondego.
Fez uma digressão pelo Brasil e pela Argentina organizada por Maria do Carmo Alta e em que também participaram Joaquim Pimentel, Filipe Pinto, Armandinho e Martinho d' Assunção.
Colaborou na homenagem a Ângela Pinto, no Retiro da Severa em 1938, e integrou o elenco da festa de homenagem ao poeta João da Mata, realizada em 1931, no Salão Jansen.
Interpretou peças e operetas como Adeus, Artur!, Coração de Alfama, A Severa e O Chico do Intendente.
O seu poeta preferido era Adriano dos Reis, autor de quase todo o seu repertório.
© Vítor Duarte Marceneiro