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Associação Cultural de Fado

"O Patriarca do Fado"
Domingo, 27 de Março de 2016

DIA MUNDIAL DO TEATRO - 27 de Março de 2016 - LEMBRAR....O Maria Vitória, o que se passa

Isto publiquei em Julho de 2011... houve algum seguimento? Amigo Helder Freire, algo vai mal também do vosso lado? Tudo me leva a crer que é mais importante o protagonismos de algumas pessoas (sempre os mesmos) do que avançar com a recuperação..!!??
 
Fórum Cidadania defende Maria Vitória como "templo da revista"
Lisboa, 25 Jan (Lusa) - O Fórum Cidadania Lisboa apresentou ao concurso de ideias para o Parque Mayer um projecto que prevê a manutenção do Maria Vitória como teatro para revista e a transformação do Palacete Ribeiro da Cunha num hotel de charme.
    O prazo para entrega de candidaturas para o concurso de ideias do Parque Mayer e zona envolvente promovido pela Câmara de Lisboa termina hoje, e a partir dos melhores projectos será elaborado o plano de pormenor para a zona.
    A proposta da associação de cidadãos Fórum Cidadania Lisboa prevê a demolição do teatro ABC , a totalidade dos restaurantes, os acrescentos ao teatro Capitólio, o anexo que tapa a fachada sul do Teatro Maria Vitória e o antigo guarda-roupa Paiva.
   
O Fórum Cidadania Lisboa defende a reabilitação do Capitólio, segundo o projecto original do arquitecto Cristino da Silva, preparado para projecção de Cinema, avançando com a possibilidade de instalação de um núcleo do Museu de Cinema (Cinemateca).
    O Teatro Variedades é visto como uma boa “sala polivalente, preparada para teatro, concertos de jazz, ensaios da Companhia de Bailado de Lisboa, locais de ensaios de coros”.
    O Teatro Maria Vitória deve, segundo o Fórum Cidadania Lisboa, manter-se como “templo da revista”, “100 por cento afecto ao teatro de revista”. 
 
   A associação propõe que seja instalada no Parque Mayer uma “loja âncora multimédia/livraria” para o local do teatro ABC .
    Na zona ocupada pelo guarda-roupa Paiva, é proposta a instalação de galerias de arte.
    Para o Palacete Ribeiro da Cunha, na zona envolvente ao Parque Mayer, a associação defende a “abertura de um hotel verdadeiramente de ‘charme’, sem esventramento dos jardins”.
    Este palacete está em processo de classificação no IGESPAR (Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico), e já está abrangido pela Zona Especial de Protecção da Mãe de Água e do Jardim Botânico.
    O Fórum Cidadania defende a “construção de um parque de estacionamento subterrâneo no actual parque à superfície da Rua do Salitre, com capacidade para 300 viaturas, e estacionamento à superfície, com plantação de árvores em caldeira”.
    A associação é contra a construção de um parque de estacionamento da Avenida da Liberdade, à entrada do Parque Mayer, como é defendido no PUALZE ( Plano de Urbanização da Avenida da Liberdade e Zona Envolvente), nem no próprio recinto.
    Segundo o Fórum Cidadania há “três perigos potenciais” de fazer um estacionamento subterrâneo no Parque Mayer: “o cruzamento do túnel ferroviário do Rossio, a existência de lençóis freáticos e impacto nas espécies do Jardim Botânico”
Lusa - ACL .
 
Provavelmente, alguém falou também em criar um espaço para dar "Fado", mas como o espaço que restava era minúsculo , ficava junto aos urinóis , acharam por bem nem  sequer o referir. Outros terão levado em consideração que, o Fado poderia trazer ao novo espaço mais sofisticado, "a ralé" que "bate o Fado", isto em relação ao Fado na sua vertente original, ou ainda àqueles que com eu,  se lembram das farturas, das barracas dos tirinhos e dos carrosséis , etc. 
Em relação ao Fado dos "concertos" encaixa-se perfeitamente ao lado do Jazz, nos Bailados, no Flamenco e nos Fados do "investigador!!!" de Fado,  Carlos Saura, e do cantor Carlos do Carmo (veja-se a sua obra prima no filme Fados)

Nota: Este texto é pura ficção , qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência e, é da minha inteira responsabilidade — Vítor Duarte Marceneiro — obviamente que estou solidário com a recuperação do Parque Mayer, mas não haver uma referência ao Fado, na utilização dos espaços, dá-me vontade de.... não digo mais nada

 

           

           

 

 

Recordamos mais uma vez quem foi Maria Vitória

 

MARIA VITÓRIA, foi outra artista do teatro idolatrada pelo público e que tam ­bém se acompanhava à guitarra. Nasceu em Málaga em 3-3-1888, mas veio em criança com a mãe para Lisboa, cidade onde foi educada num convento de freiras.

Com uma bonita figura, morena, olhos e cabelos negros, estava, porém, talhada para uma vida turbulenta e efémera, tal como Júlia Mendes, devido ao seu temperamento em que sentimentalismo e sensualidade se misturavam, prevalecendo sobre os princípios em que se iniciara. Optando pelo caminho da boémia, do desregramento, vivendo dema­siadamente depressa, sacrificou a sua juventude generosa imolando-se aos 27 anos quando se encontrava no apogeu de uma prometedora carreira de actriz e de fadista.

Andou pelas feiras em pândegas e noitadas até que surgiu a cantar o fado na taber­na Flor da Boémia, da Travessa da Espera, n.o 11, de que era proprietário um tal Joaquim Rato, que foi um dos seus vários amantes. E logo aí deu origem a um drama, porquanto um filho do Rato, apaixonando-se por ela e não sendo correspondido, viria a morrer tuberculoso.

Criando à sua volta uma roda de admiradores, Maria Vitória estrear-se-ia como actriz em 1908 no Casino de Santos, donde transitou para o Salão Fantástico e daí para o Teatro da Rua dos Condes, à porta do qual foi protagonista de uma célebre cena de ciúmes em que a rival, outra actriz então em voga, lhe sofreu os desabrimentos de mu­lher temperamental e impulsiva.

Contratada pelo empresário Luís Galhardo, actuou, em 1913, na revista "O 31", levada à cena no Teatro Avenida, onde desempenhou os papéis de Estúrdia, de Alzira Fadista (3) e de Guines do dueto Arco de Santo André. O seu grande sucesso foi, então, o Fado do 31, cuja popularidade transpôs as fronteiras e se estendeu até à Espanha.

Minada pela tuberculose, depois de uma breve passagem pelo Caramulo donde fugiu para voltar para o teatro, Maria Vitória, cuja carreira teatral não foi além de sete anos, viria a falecer na sua residência da Rua de Nova da Piedade, n.o 1-r/c, em 30-4-1915, sendo inumada no cemitério de Benfica.

Desaparecida do palco da vida, com o decorrer do tempo ela havia de se transfor­mar numa figura lendária, celebrada como actriz (que deu o nome a um teatro do Parque Mayer, inaugurado em 1922) e como fadista afamada (a quem o cantador Francisco Viana dera em 1908 lições de canto), intérprete de fados que tiveram enorme audiência.

Entronizada como cantadeira que deu brado teve, naturalmente, o seu Fado Maria Vitória, com letra de Pereira Coelho e música de Alves Coelho, os mesmos autores do Fado do 31.

Na reabertura em Fevereiro de 1990 , o teatro foi acossado por um violento incêndio, que o  destruiu. Na inauguração a figura de Maria Vitória foi recriada por Marina Mota.

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publicado por Vítor Marceneiro às 15:00
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