Historiador, Etnógrafo e Escritor
O Dr. Manuel António Pereira, que tive o prazer de conhecer, através das palavras enaltecidas do saudoso poeta e comum amigo Fernando Pinto Ribeiro, lendo as suas crónicas e poemas no jornal de Chaves, e por fim pessoalmente.
Deu-me a honra de me dar a conhecer o seu projecto de editar um livro sobre Lisboa, Fado e muito mais, e logo de seguida convida-me a prefaciar o mesmo, fiquei sensibilizado com tal honra, para qual não me sinto à altura nem mérito, mas, me fez sentir orgulhoso por tal distinção.
Acabei de receber um exemplar, e para além da honra que já me tinha distinguido, o Dr. Manuel António Pereira, não só me inclui nas suas referências de agradecimentos, como me dedica um bonito poema sobre Lisboa.
Mosaicos da Minha Saudade
Lisboa, o Fado & Esparsos
Tomo a liberdade de trancrever partes que o autor escreveu no proémio, que demonstram bem a sua honestidade e integridade intelectual.
...A História, "mestra da vida", é segundo alguns, mais interrogação do que afirmação. Concordo, mas tão-somente naquelas situações em que à problematização não conrresponde nenhuma documentação credível, quando não se vislumbra o mais ténuo sustentáculo na multiplicidade de fontes a que o estudioso teve acesso, que confira autenticidade à resposta solicitada pela indagação. Todavia, o papel da História não deve, a meu ver, circunscrever-se a um arrazoado nunca-mais-acabar de interrogações, adiando, "sine-die", pronunciar-se.
...Jamais! Exige-lhe-se que, valorizando o estatuto de "mestre da vida", aponte pistas, mas recriminando erros do passado e do presente, para que não se repitam no amanhã.
É pois com muito prazer que aqui divulgo o seu livro, relembrando o que escevi no prefacio, que é bem modesto, para a grandiosidade deste excepcional trabalho.
Lisboa… é cantada, Lisboa…é pintada. É estudada, comentada vivida e sentida por todos eruditos ou não letrados, que, afinal, todos se unem numa só causa, adorá-la escutá-la e vê-la cintilar por todo o Mundo. Neste livro “Mosaicos da Minha Saudade”, de Manuel As cantigas que se fazem a Lisboa são declarações apaixonadas de amor. Os poetas personificam, na Capital, a sua Dama, e rasgam-lhe um sem-número de galanteios e piropos: vêem sempre na sua cidade amada a mais cantada e colorida do Mundo. E é nesta cor local que jogam as suas rimas e seus estribilhos... Lisboa Princesa, Lisboa coroada Rainha, Lisboa “menina e moça”, Lisboa mãe, avó Lisboa, madrinha Lisboa, Lisboa amada, Lisboa dos meus amores, Lisboa do meu coração, Lisboa vai!, etc., etc. As cantigas de Lisboa têm todo o encanto nas declarações de amor que recebe dos poetas seus enamorados, Lisboa fica vaidosa porque sabe que é bonita, não pela opulência, mas sim, pela sua alegria e graça natural.
É sim esta Lisboa a mais cantada e a mais amada Cidade do Mundo.