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Associação Cultural de Fado

"O Patriarca do Fado"
Segunda-feira, 12 de Maio de 2014

Marquês de Pombal - Orgulho de Ser Português...

 

RESPOSTA À LETRA ( de um português com "eles no sítio"

 

Portugal estava fragilizado com o rescaldo das invasões francesas e altamente endividado com os ingleses.

Os espanhóis, aproveitando-se dessa fraqueza, faziam pressões e exigências desmesuradas e inconcebíveis, o Marquês de Pombal opunha-se  com firmeza às concessões exigidas imperiosamente pelo governo castelhano.

 

Dizendo firmemente, não, não e não,  ao embaixador de Espanha.

 

— Muito bem — atalhou o embaixador. — Um exército de sessenta mil homens entrará em Portugal e fará...

 

— O quê? — perguntou o marquês sorrindo-se, com a tremenda luneta assestada e no tom mais indiferente.

 

 Retorquio o embaixador.

 

— Fará entender a razão e a justiça das exigências de el-Rei, meu amo, a Sua Majestade e a vossa excelência! - redarguiu meia oitava acima o espanhol, supondo o ministro fulminado com tal impetuosidade -.

 

Sebastião José de Carvalho franziu as sobrancelhas, carregou a viseira e, cravando a vista e a luneta no diplomata, retorquiu-lhe friamente:

 

— Sessenta mil homens muita gente é para casa tão pequena,  mas, querendo Deus, el-Rei, meu amo e meu senhor, sempre há-de achar onde possa hospedá-la. Mais pequena era Aljubarrota e lá couberam os que D. João de Castela trouxe. Vossa excelência pode responder isto ao seu governo e a el-Rei seu senhor.

 

E, levantando-se para despedir o embaixador, acrescentou:

 

— Bem sabe vossa excelência que pode tanto cada um em sua casa, que, mesmo depois de morto, são precisos quatro homens para o tirarem!

 

Vem também a propósito parte de um poema de Carlos Conde, cantado por Vítor Duarte Marceneiro:

 

 

                                    POR BEM PODES ENTRAR

 

Se é de longe que tu vens

De um país onde se abraça

O amor, a fé a nobreza

Podes entar porque tens

Um abrigo em cada casa

Um lugar em cada mesa

 

                             Mas se trazes a divisa

                             De te impor de interceder

                             Por favor deixa-nos sós

                             O meu país não precisa

                             Que outros venha resolver

                             As discuções que entre nós

 

Diz ao mundo, grita aos sóis

Enches os céus da nossa glória

Num clarão vasto e fecundo

Que só com sangue de heróis

Portugal, ergueu história

Nas cinco partes do mundo

 

Licença Creative Commons
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, assim como registo na Sociedade Portuguesa de Autores, sócio nº 125820, e Alfredo Marceneiro é registado como marca nacional no INIP, n.º 495150.
Viva Lisboa: Com "ELES" no sitio...
música: Sangue de Heróis
publicado por Vítor Marceneiro às 00:00
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