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Associação Cultural de Fado

"O Patriarca do Fado"
Domingo, 24 de Fevereiro de 2019

Alfredo Marceneiro 1891 - 1982

Pintura de Bastiann.jpg

Alfredo Marceneiro nasceu a 29 de Fevereiro de 1888
Foi registado a 25 de Fevereiro de 1891

Faleceu a 26 de Junho de 1982

UM FADO "A MARCENEIRO"

 

À solta e desvairada a morte certo dia

Entrou no velho pátio e ali quase em segredo,

Num golpe traiçoeiro de raiva e cobardia,

Maldosa nos levou p'ra sempre o Ti Alfredo

 

Ao chorar das guitarras como se fosse um hino

Juntou-se a voz do povo de Portugal inteiro

Tinha morrido o rei fadista genuíno

O mais de todos nós o grande Marceneiro

 

Sua garganta rouca tinha o condão cubano

De nos dar fado a sério sem ais, sem fantasias

Se o fado para ser fado algum segredo tem

Então esse segredo só ele o conhecia

 

Sempre que a noite chega eu julgo ainda vê-lo

Fazendo a sua ronda p'los retiros de fado

De boné ou mostrando o seu farto cabelo

E o seu lenço varino ao pescoço ajustado

 

Recordo as suas birras e em grande cavaqueira

Seus ditos graciosos se bem disposto estava

E oiço até o seu riso no Cacau da Ribeira

Onde já madrugada sua ronda findava

 

De Alfredo Marceneiro eu guardo um disco antigo

E um retrato dos dois sobre um fundo bairrista

Um fado ao desafio que ele cantou comigo

E uma eterna saudade desse enorme Fadista

 

 


Poema de: Fernando Farinha

 

Nota: Para além desta,  não mereceu mais nenhuma notícia a efeméride, nem uma palavra  daqueles que passam a vida a contar histórias e que dizem terem tantas lembranças dele, e os inspirados e seguidores?, mas uma coisa é certa "MARCENEIRO É PARTE INTEGRANTE DA GRANDE HISTÓRIA DO FADO, È TAL O SEU LEGADO QUE A SUA LEMBRANÇA NÃO SERÁ TEMPORAL, MAS PARA TODO O SEMPRE, ENQUANTO HOUVER FADO EM PORTUGAL".

Enquanto este neto tiver um sopro de vida não deixará de relembrá-lo  para que as gerações actuais saibam quem ele foi, para as gerações futuras  também já   dei o  meu testemunho escrevendo dois  livros biográficos.

Dirão alguns, como já aconteceu quando escrevi o 1º Livro da sua biografia, "Recordar Alfredo Marceneiro", que não faço nada de mais, é neto, tem a papinha feita, pois para espanto desses e de outros mais,  é que felizmente não sou analfabeto, e tenho muito orgulho nas minhas origens

Obrigado Avô, Pai e Avó Maria por tudo o que me deram, para bem ou mal puder escrever sobre vós e sobre o Fado.

 

 “ANTES QUE QUEIRA NÃO POSSO”

 

Letra de: Henrique Rêgo

 

Antes que queira não posso

Deixar o fado é morrer

É ele o meu Padre-Nosso

Que eu vou rezando a sofrer

 

                                          Se a minha sina é cantar

                                          O fado que é meu e vosso

                                          Como é que o posso deixar

                                          Antes que queira não posso

 

Sou fadista à moda antiga

Quero cantar e viver

Aprendi numa cantiga

Antes quebrar que torcer

 

                                          Se o fado tem amargor

                                          É a cantar que o adoço

                                          Num misto de Graça e dor

                                          É ele o meu Padre-Nosso

É Acto de Contrição

É Credo que faz Querer

É a mais bela canção

Que eu vou rezando a sofrer

 


 

" — Alfredo Duarte — Este sentimental fadista é um dos mais completos da actualidade. Desde o fado em que os poetas compõem o verso francês — Alexandrino — até ao correntio, mas saudoso, fado corrido, a sua voz é sempre cariciosa e de uma ternura inigualável; tem-nos sensibilizado até ás lágrimas; é o cantador chocante das plateias.
Os versos de Henrique Rêgo, que actualmente canta, têm a expressão que o autor lhes imprime. Feliz do poeta que tem tal executor dos seus trabalhos.
Para traçar o perfil fadista do Alfredo Marceneiro, a pena não excita; corre ligeira e firme, como se estivéssemos fazendo o elogio dum grande artista.
Os fados e os versos cantados pela garganta deste sentimental trovador, tornam-se conhecidos do povo.
É que ele, com a sua plangência, deixa nas bocas dos que o escutam, o sabor doce da Canção Lusitana.
É um verdadeiro fadista!..."
 
João Linhares Barbosa

 


 

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Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, assim como registo na Sociedade Portuguesa de Autores, sócio nº 125820, e Alfredo Marceneiro é registado como marca nacional no INIP, n.º 495150.
publicado por Vítor Marceneiro às 22:00
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Segunda-feira, 1 de Abril de 2013

Vítor Marceneiro fala da Homenagem a Marceneiro no Cadaval

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Viva Lisboa: Que Alegria
publicado por Vítor Marceneiro às 18:13
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Sexta-feira, 25 de Fevereiro de 2011

ALFREDO MARCENEIRO - Patriarca do Fado

Alfredo Marceneiro na Fnac

 

Comemora-se este ano os 120 anos do nascimento de Alfredo Marceneiro - 1891 - 1982

 

Como já explicitei quer em livros quer nos blogues, Alfredo Rodrigo Duarte, vulgo Alfredo Marceneiro, na realidade nasceu em 1888, a 29 de Fevereiro, mas só foi registado em 1891, este facto deveu-se a dificuldades financeiras de seus pais ( facto muito comum na época), e quando tiveram a oportunidade de o  baptizar, corria o ano de 1891, como  não era um ano bissexto,  portanto não havia 29 dias, optaram pelo dia 25 de Fevereiro.

 

A Editora  Ovação e a FNAC, decidiram lancar um produto alusivo à efeméride, e convidaram-me a incluir no mesmo um pequeno livro sobre o meu avô, em conjunto com o  DVD - Alfredo Maceneiró - Três Gerações de Fado,  e o CD - Marceneiro...É só Fado.

 

Propus dar ao "produto" o título ALFREDO MARCENEIO "O Patriarca do Fado", o que foi aceite, achei que teria de explicar o porquê do epíteto no inicio do livro e que passo a trancrever:

  

ALFREDO MARCENEIRO

“PATRIARCA DO FADO”

  

 

 

Raro será o português que se não tenha interrogado acerca do fascínio que o Fado exerce sobre si. Verifica-se que o mesmo acontece com os muitos estrangeiros de diversas partes do mundo, com culturas, etnias e credos diferentes dos nossos, que ao assistirem a essa entrega sublime do cantador que nos transmite para além da sonoridade da voz, da expressão facial, do gesticular do corpo, uma melopeia acompanhada por uma parelha de músicos “guitarras e violas”, que nos provoca nostalgia, amor, ódio, ciúme, alegria, que provoca o ritmo acelerado do coração, enquanto na alma desabrocham sentimentos, que extravasam as barreiras linguísticas, e as almas irmanam-se.

O Fado está cheio de símbolos. Os símbolos são gerados pelo povo, sejam políticos ou militares, sejam sábios ou médicos, sejam músicos ou cantores. É o povo o grande juiz: eleva os ídolos quando lhe agradam, os venera quando tal merecem; Mas também é o mesmo povo que os ignora quando são falsos.

No universo da expressão musical, o Fado é um mundo dentro de outro mundo, é um universo de cantigas onde cabem, a dor, a saudade, o entusiasmo, a fé, a esperança... O Fado é uma “seita” com os seus ritos, os seus segredos…

Será talvez uma afirmação sacrílega esta de vos dar como título a este livro:

Alfredo Marceneiro – Patriarca do Fado.

Na “Catedral do Fado” há um sentir que nos leva muitas vezes à lágrima, tal qual “água benta”, como a que tocamos, na saudação de respeito, que nos motiva ao cruzar os umbrais de uma outra qualquer "Catedral"; também no Fado, há um ritual, um estado de alma... que veneramos e respeitamos.

Se alguém entendeu todo este ritual foi decerto Alfredo Duarte, o Marceneiro, por ofício.

Se os prosélitos do Fado entenderem perpetuar a sua bandeira - O Fado genuíno - , que seja relembrando a sua obra, a sua dádiva ao Fado.  Alfredo Marceneiro nunca seapelidou, nem deixou que o apelidassem, Rei do Fado, mas foi, sem sombra de dúvidas,  o seu mais louvado príncipe, tão igual ao Povo que com ele se confundiu amavelmente.

Alfredo tu foste/és o “ Patriarca do Fado

 

Amália com esta frase lapidar, demonstrou a sua veneração por ele:

Alfredo... tu és o Fado

  

 

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Viva Lisboa: Orgulhoso
publicado por Vítor Marceneiro às 00:05
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