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Associação Cultural de Fado

"O Patriarca do Fado"
Quarta-feira, 20 de Fevereiro de 2019

FERNANDO PINTO RIBEIRO - O Poeta

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O Fado ficou de  luto, quando o meu querido amigo,  o poeta Fernando   Pinto Ribeiro, nos deixou em  20 de Fevereiro de 2009, sinto uma mágoa imensa, pois desde o dia em  que tive a honra de o conhecer, nasceu ente nós uma amizade   e carinho, que nunca esquecerei.

Ainda pouco tempo antes da sua morte,  em conversa telefónica me informou que ía re-escrever um dos seus poemas, que enviou por carta,  com uma dedicatória manuscrita, apelidando-me  de "SEU PADRINHO NO FADO".

Tínhamos sido apresentados há pouco mais de um ano, que pena tive de e  ter tido conhecido há mais tempo, fez questão de me conhecer para me elogiar pelo trabalho neste blogue,  meu afilhado do Fado!,  como me afirmava,  com um misto de orgulho que eu sempre te disse , não merecer. Fazia ainda questão de me apelidar de Vítor Duarte  "Marceneiro  Terceiro"  ( o III, por extenso). 

 

   

 

A Vítor Duarte, “Marceneiro Terceiro” — Meu padrinho no Fado

Fernando Pinto Ribeiro

 

 NAS RUAS DA NOITE

No crepitar de estilhaços(*)

de estrelas sobre os espaços

da Lisboa  rua em rua —

crucificámos abraços

encruzilhados nos passos

que à noite a lua insinua

 

                                Nas nossas bocas unidas

                                sangrámos fados em feridas

                                dos beijos amordaçados —

                                salvámos vias vencidas

                                que andam pla treva perdidas

                                como num mar afogados

 

Cegos de sombras e lama

E da sede que se inflama

numa inquisição divina —

bebemos o vinho em chama

que sanguínea  luz derrama

no candeeiro da esquina

 

                                Embriagados de lume

                                sem dissipar o negrume

                                do fumo que nos oprime —

                                rezamos todo o queixume

                                do cio deste ciúme

                                num amor que se faz crime

 

Crucificamos abraços

encruzilhados nos passos

que a noite nua desnua —

crepitantes de estilhaços

de estrelas quando em pedaços

vêm morrer sobre a rua

 

O Poeta e escritor Fernando Pinto Ribeiro, que faz questão de me chamar  "Seu Padrinho no Fado" quando eu nasci já ele escrevia para o Fado  isto,  porque acha que eu fui  a pessoa do Fado, que escreveu acerca dele  e da sua obra, , de uma forma que ele considera a mais objectiva, em todos estes  anos que tem de Fado. ("O percurso da História é muitas vezes estrangeiro ao percurso do artista. Nem sempre este se integra de forma tão sincronizada e congruente com aquele".

hoje somos somos duas almas gémeas do "Fado" que se encontraram, como que para reatar uma amizade que há muito estava estagnada.

É uma ternura para mim este seu sentir, como honrado fico com os versos que me dedica, e que gostariamos que eu um dia cantasse com música de meu avô. 

(*) Este tema já foi cantado e gravado, por decisão própria de quem o cantou, o poeta autorizou através da SPA, por delegação, mas é a primeira vez que ele o dedica pessoalmente,  com algumas, mas importantes reformulações, em última e definitiva versão, orientadas segundo ele,  para a  minha peculiar forma de me exprimir e venerar o Fado.

  

Fernando Pinto Ribeiro, é natural da Guarda. Nasceu a 10 de Janeiro 1928. Ao 17 anos vem para Lisboa após completar o Curso Liceal, inscrevendo-se na Faculdade de Direito, cujo curso não chegou a completar. Já em jovem começa a rimar as palavras, nunca deixando de escrever quadras soltas, tendo aos catorze anos escrito, o seu primeiro soneto a que dá o título de “Soneto dos 15 Anos”.

Colaborou nas Revistas Flama , Panorama, Páginas Literárias, em Jornais, como Diário de Notícia, Diário Ilustrado e em vários jornais regionais, tendo também sido publicados  no Brasil alguns poemas de sua autoria.

Foi Director da Revista de Letras e Artes “CONTRAVENTO” (1968), da qual só se conseguiram editar quatro  números, dado que o seu cariz intelectual e democrático, não podia de deixar de ser amordaçado pela censura.

Pertence aos corpos sociais da Sociedade da Língua Portuguesa, Sócio da Associação Portuguesa de Escritores, Cooperador da Sociedade Portuguesa de Autores, Sócio da Colectividade Grupo Dramático e Escolar “Os Combatentes”. (Colectividade Popular Centenária)

Frequenta algumas noites de Fado e fica fascinado com o ambiente da noite fadista, começando sem que se aperceba, a identificar-se com  a “expressão fadista” o que apela  à sua alma de poeta, começando a escrever alguns fados que desde logo foram bastante elogiados. Compositores de Fado colaboraram,  e a qualidade dos seus poemas é tal, que logo houve nomes do panorama musical do Fado que os quiseram interpretar, fadistas como: Ada de Castro, Alexandra Cruz, Anita Guerreiro, António Mourão, António Laborinho António Passão , António Severino, Arlindo de Carvalho, Artur Garcia, Beatriz da Conceição, Branco de Oliveira, Carlota Fortes, Chico Pessoa, Estela Alves, tia e sobrinha, Fernando Forte, Francisco Martinho, Humberto de Castro, Julieta Reis e sua filha Sara Reis, Lenita Gentil, Lídia Ribeiro, Maria Jô-Jô Pedro Lisboa, Lurdes Andrade, Natércia Maria, Simone de Oliveira Toni de Almeida,, Tonicha , Tristão da Silva, Xico Madureira, e outros. No início Fernando Pinto Ribeiro usava ainda o pseudónimo "SÉRGIO VALENTINO".

Alguns das suas letras para fado mais conhecidos, são: Às Meninas dos Meus Olhos, A Cantiga dos Pardais, Era um Marinheiro, Fado Alegre, Hino à Vida, Nas Ruas da Noite, Bom Fim de Semana, Noites Perdidas, Pensando em Ti, Lisboa vai,  Pensando em Ti, , etc.

 © Vítor Duarte Marceneiro

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Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, assim como registo na Sociedade Portuguesa de Autores, sócio nº 125820, e Alfredo Marceneiro é registado como marca nacional no INIP, n.º 495150.
Viva Lisboa: Que Saudades Amigo
publicado por Vítor Marceneiro às 00:00
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Quarta-feira, 20 de Janeiro de 2010

PAULO CONDE... poeta e escritor

 

  

Lisboa, tão linda és!
Os bairros de Lisboa cantados por
Carlos Conde
(Evocação de Lisboa do meio do século XX)
Ilustrações de Walter Bensaúde
 Finalmente a paixão de Carlos Conde em livro!
Uma obra dedicada a todos os que amam Lisboa e a perpetuam com carinho.
"Lisboa, tão linda és" é uma obra única no panorama olisiponense e uma pérola na cultura portuguesa!"
(Paulo Conde)

  

Paulo Conde, natural de Lisboa, inicia colaboração escrita, através de artigos de opinião, com prestigiados órgãos de comunicação social. Em 1997 é fundador e redactor da publicação periódica regional ;A Voz do Guia;. Em 1998 integra a colectânea de poesia popular do concelho de Benavente ;Poetas nossos;, com alguns poemas da sua já vasta obra. Em 1999 inicia trabalho de investigação ao espólio do poeta Carlos Conde e a toda a componente do fado (investigação que mantém actualmente) e colabora na elaboração do livro ;Memórias de um tempo de rádio;, a publicar brevemente. Em 2000 recebe menção honrosa da Câmara Municipal de Alenquer, por ocasião dos I Jogos Florais deste município. Em 2001 edita a obra biográfica ;Fado, vida e obra do poeta Carlos Conde;, coordenando toda a sua divulgação, realizando diversas iniciativas no âmbito do primeiro centenário do nascimento do poeta.

Agência Lusa

 

Para já disponível na livraria bubok em:

 

http://www.bubok.pt/libro/detalles/751/Lisboa-tao-linda-es

aguardando o interesse de uma editora nacional.

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Viva Lisboa: grande conde...BISNETO
publicado por Vítor Marceneiro às 12:01
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Sexta-feira, 14 de Setembro de 2007

DANIEL GOUVEIA- Fadista, compositor, letrista e escritor

 Daniel Gouveia, nasceu em Lisboa, na freguesia de Arroios, em 1943.

Frequentou a Faculdade de Letras de Lisboa, até ao 3º ano do curso de Românicas.

Embora não tenha acabado o curso, tem uma tendência natural para a escrita, e nunca deixa de nos surpreender com a sua capacidade de comunicação dos seus excelentes textos.

Profissionalmente, é consultor de empresas em Gestão Comercial, consultor literário de duas editoras livreiras e editor.

Tem colaborado em variados jornais e revistas.

A sua ida para o serviço militar e posterior mobilização para África levou-o a escrever o livro “Aracanjos e Bons Demónios”, que é uma narrativa da sua experiência na Guerra do Ultramar.

É ainda autor de diversos contos publicados e de um estudo universitário sobre «Alcunhas – Génese e importância da caricatura verbal».

Membro honorário da Estudantina Universitária de Lisboa.

É durante o serviço militar, já com 25 anos de idade, que Daniel Gouveia começa a dar mais atenção ao Fado. Tomou-lhe o gosto e não mais parou.

Membro da Academia da Guitarra Portuguesa e do Fado, de 1996 a 2001 (galardoado com o título de Sócio do Ano em 1997).

Sócio da Associação Portuguesa dos Amigos do Fado.

Sócio Honorário da Associação Benaventense dos Amigos do Fado.

Membro fundador da confraria fadista “Confraria do Velho Graal”.

Membro do Conselho Consultivo o Museu do Fado.

Autor dos textos de apoio de várias  edições discográficas da editora Valentim de Carvalho.

Numa iniciativa da APAF, fez parte do elenco da opereta fadista “O Julgamento do Chico do Cachené”, de Linhares Barbosa, no papel de Juiz e como autor e intérprete da letra do fado de abertura das representações.

É autor de letras e músicas de fados de Lisboa, cantados por Julieta Estrela, Teresa Tapadas, Linda Leonardo, Ana Margarida, Nuno de Aguiar, Carlos Zel, Rodrigo Costa Félix, Abel Coutinho, Paulo Penim, André Ramos.

A sua letra “Versículo da Mariquinhas” foi publicada na colectânea Um Século de Fado (Ediclube, 1999) e a do “Fado da Internet” foi gravada por Carlos Zel no CD «Com Tradição» (Movieplay, 2000).

Em 2002 voltou a apresentar-se no “Espaço das 7 às 9”, no Centro Cultural de Belém. Em 2002 gravou, como intérprete, 3 faixas do CD Lisboa em Vários Tons, do qual foi compositor de 6 músicas, tendo uma delas (“Cuidado, Louca Gaivota”) sido considerada Fado Tradicional, incluído na catalogação organizada por José Manuel Osório, que lhe deu o nome de "Fado Daniel".

Em Novembro 2003 integrou a homenagem póstuma a Carlos Zel feita na Grande Noite do Fado desse ano, no Teatro Municipal de S. Luís, cantando o «Fado da Internet».

Como investigador e conferencista, apresenta regularmente as palestras «Os Sons e as Palavras do Fado de Lisboa», «Aspectos da Poética de Carlos Conde», «Recordar Alfredo Marceneiro», «Recordar Maria Teresa de Noronha», «Arquivos do Fado – Caracterizações» e, ocasionalmente, sessões de divulgação de Fado, em instituições, escolas e universidades, com exemplos cantados ao vivo, pelo próprio e por convidados.

Em parceria com Teresa Machado, co-apresenta e canta os espectáculos «O Fado Explicado e Cantado», em inglês, francês, castelhano e italiano, para audiências estrangeiras, e «Nós é que pomos a mesa – Fado, poesia e humor».

Em parceria com Vítor Duarte Marceneiro, co-apresenta e canta em espectáculos com diaporamas biográficos e evocações do repertório de Alfredo Marceneiro, Hermínia Silva, Vicente da Câmara e Paulo de Carvalho.

Biografia fornecida pelo próprio

 

 Daniel Gouveia canta:  

 

HÁ CHORO NA MOURARIA

 

Letra : Carlos Baleia 

Música : Marcha de Manuel Maria 

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Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, assim como registo na Sociedade Portuguesa de Autores, sócio nº 125820, e Alfredo Marceneiro é registado como marca nacional no INIP, n.º 495150.
música: Estas Meninas do Tejo
publicado por Vítor Marceneiro às 20:45
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