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Associação Cultural de Fado

"O Patriarca do Fado"
Sábado, 28 de Abril de 2007

O Poeta Popular JOSÉ REGO, vulgo "Zé Brasileiro"

              

 

                        

                                 José Rego                                        Livro de poemas "Janela do Mundo

As Poesias de José Rego, conhecido por Zé Brasileiro, é uma compilação de composições escritas ao longo de anos.

Homem bem popular de Lisboa, (de rasto identificado em vários pontos da Cidade), nascido na Freguesia N." Sra. do Socorro (Mouraria), vive no Bairro da Boavista desde os dois anos, poeta há muito para a roda larga de amigos e convivas que o conhecem como veia repentista, ora mordaz, ora lírico de cadên ­cia certa e de palavra ajustada.

A quadra, tão própria dos poetas desta Lisboa popular, que animaram no pas­sado retiros - e muitos e famosos existiram em Benfica - das tascas e tabernas, destas terras de antigo termo, eram horas de convívio à volta duma "rodada" que saía da palmatória de zinco, onde os copos transbordavam do vinho do barril.

       O fado estaria presente como está nas compilações de José Rego: "o fado é

a vida da gente" pois quando "ouço uma guitarra" - "alegra-se o coração".

       Homem do povo, compreende a "alma" deste nas "festas rijas" "com vinho

e sardinha assada", com bailaricos e fado".

Nas suas quadras pressente-se o pulsar de quem viveu na cidade, sobretudo. Muitas das suas composições vão direitas às experiências e contrariedades dessas mesmas vivências. Há, porém, um moralismo vertido nos versos quer de aconselhamento, quer de crítica social ou de pacifismo como era (é) comum nos criadores destes modos literários.

Revela-se contra a guerra, rejubila com a bondade, encontra-se como homem - na nossa língua, na nossa literatura e na liberdade que Abril nos deu: "como o pão da liberdade e belo Abril". Assiste e participa como estivesse numa janela, numa grande e ampla janela rasgada em todas as direcções.

Exorta a natureza, a fiel companheira, defendendo como objectivo de vida a "entrega ao fado" pois "Eu levo a vida a cantar! Dou ao fado a minha voz! Cantar o fado é sondar! A alma dentro de nós".

Como poeta popular o seu "pensamento" revela-se nas experiências e nas opiniões que transmite como generosa dádiva.

É de louvar a Junta de Freguesia de Benfica, que na oportunidade dos 60 anos da Boavista, apoie José Rego, com a publicação deste trabalho, que tam­bém é uma homenagem à população daquele emblemático bairro de Lisboa, hoje renovado, mas de vivência humana, social e de cultura popular dignas de registo.

 

Dr. Carlos Consiglieri

                                           De Cacilhas P'ra Lisboa

 

                                       Letra de: José Rego “Zé Brasileiro”

 

                                               Da janela do meu quarto

                                               Vejo Lisboa mais bela

                                               Tão bela que não me farto

                                               De a ver da minha janela

 

                                               Vejo até o cacilheiro

                                               E a poesia que tem

                                               p' ra lá, p' ra cá, dia inteiro

                                               Num constante vai e vem

 

                                               De Cacilhas p' ra Lisboa

                                               De um para o outro lado

                                               Bate-lhe o vento na proa

                                               Nunca se mostra cansado

 

                                               Só quando chega a noitinha

                                               O cacilheiro descansa

                                               Mas volta de manhãzinha

                                               À faina cheio de esperança

 


 

Quadro de Mestre Real Bordalo "Tejo ao entardecer "

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