Clique aqui para se inscrever na
Associação Cultural de Fado

"O Patriarca do Fado"
Sábado, 11 de Maio de 2019

Florbela Espanca - 1894-1930

 Florbela de Alma da Conceição, nasceu em Vila Viçosa a 8 de Dezembro de 1894, e faleceu em Matosinhos a 7 de Dezembro de 1930.
Aos sete anos, faz seu primeiro poema, A Vida e a Morte.  Foi uma das primeiras mulheres a ingressar no curso secundário no Liceu de Évora, facto não muito bem aceito por professores e a sociedade da época.  
Em 1916, Florbela reúne uma colectânea de 88 poemas de sua autoria e três contos, com o título “Trocando Olhares. Em 1917, completa o 11º ano do Curso Complementar de Letras e logo ingressa na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.  
Em 1927 Florbela perde seu irmão Apeles num trágico acidente, facto que muito a abalou psicologicamente, publicando o livro de contos “Às Máscaras do Destino” em sua memória. 
Em dois de Dezembro de 1930, Florbela encerra seu Diário do Último Ano com a seguinte frase: “… e não haver gestos novos nem palavras novas.” Às duas horas do dia 8 de Dezembro, dia do seu aniversário, Florbela Espanca suicida-se, em Matosinhos.   

Algumas décadas maia tarde como era seu desejo, os seus restos mortais são transportados para a sua terra natal, Vila Viçosa.

 

Poema AMAR

Canta e é autora da música 

Teresa Silva Carvalho

 

 

 

 

 

 

 Carta de Florbela Espanca a uma amiga

 

 

 

                                              Vila Viçosa, Setembro 1916

    

JÚLIA

 

Agora, quero contar-te uma coisa que me enterneceu deveras, uma noite destas.  

O luar caía límpido e claro como água, jorrando duma fonte perdida no infinito ...  

Eram 24 horas ... eu sonhava! ... Nisto, uma voz ergueu-se, uma voz acariciadora, pungente na toada pun­gentíssima do fado tão querido à alma portuguesa, sabes o quê, minha Júlia? Essas minhas despretensiosas quadras que o Suplemento publicou, tão" pobres, tão ingénuas, tão sentidas, que o povo humilde as acolheu e as canta! como diz o nosso suave Augusto Gil. Até hoje nem um único elo­gio me comoveu assim.

Tenho-os ouvido vibrantes e enternecidos, lisonjeiros sempre, mas quase sempre amigos, e nunca, nunca como este tiveram o dom de me arrasar os olhos de águas.

Ficaram, desde esta noite profunda de luar) as   minhas pobres quadras) sagradas para mim. Cantou-as a boca do povo, beijou-as a boca do povo, e é como se toda a alma rústica e humilde do meu Portugal beijasse com infinito amor a minha, nesses humildes versos, tão pobres… tão in­génuos ... tão sentidos!

 

Beija-te a tua

 

Florbela Espanca.

  

 

O FADO de Florbela Espanca

 

Corre a noite de manso, num murmúrio,

Abre a rosa bendita do luar,

Soluçam ais estranhos de guitarra,  

Um gemido de amor anda no ar.

  

Há um repouso imenso em toda a terra,  

Parece a própria noite a escutar  

E o canto continua mais profundo

Que página sentida de Mozart!

 

E' o fado. A canção das violetas

Que foram almas tristes de poetas

P'ra quem a vida foi uma desgraça!

   

Minha doce canção dos deserdados,  

Meu fado que alivias desgraçados

Bendita sejas tu, cheia de graça.

 

Licença Creative Commons
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, assim como registo na Sociedade Portuguesa de Autores, sócio nº 125820, e Alfredo Marceneiro é registado como marca nacional no INIP, n.º 495150.
publicado por Vítor Marceneiro às 00:00
link do post | comentar | favorito
Segunda-feira, 24 de Agosto de 2015

FLORBELA ESPANCA - Poetisa

 Florbela de Alma da Conceição, nasceu em Vila Viçosa a 8 de Dezembro de 1894, e faleceu em Matosinhos a 7 de Dezembro de 1930.

Aos sete anos, faz seu primeiro poema, A Vida e a Morte.  

Foi uma das primeiras mulheres a ingressar no curso secundário no Liceu de Évora, facto não muito bem aceito por professores e a sociedade da época.  

Em 1916, Florbela reúne uma colectânea de 88 poemas de sua autoria e três contos, com o título “Trocando Olhares. 

Em 1917, completa o 11º ano do Curso Complementar de Letras e logo ingressa na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.  

Em 1927 Florbela perde seu irmão Apeles num trágico acidente, facto que muito a abalou psicologicamente, publicando o livro de contos “Às Máscaras do Destino” em sua memória. 

Em dois de Dezembro de 1930, Florbela encerra seu Diário do Último Ano com a seguinte frase: “… e não haver gestos novos nem palavras novas.” Às duas horas do dia 8 de Dezembro, dia do seu aniversário, Florbela Espanca suicida-se, em Matosinhos.   

Algumas décadas maia tarde como era seu desejo, os seus restos mortais são transportados para a sua terra natal, Vila Viçosa.

 

Poema AMAR

Canta e é autora da música 

Teresa Silva Carvalho

 

 

 

 

 

 

 

 Carta de Florbela Espanca a uma amiga

 

 

 

                                              Vila Viçosa, Setembro 1916

    

JÚLIA

 

Agora, quero contar-te uma coisa que me enterneceu deveras, uma noite destas.  

O luar caía límpido e claro como água, jorrando duma fonte perdida no infinito ...  

Eram 24 horas ... eu sonhava! ... Nisto, uma voz ergueu-se, uma voz acariciadora, pungente na toada pun­gentíssima do fado tão querido à alma portuguesa, sabes o quê, minha Júlia? Essas minhas despretensiosas quadras que o Suplemento publicou, tão" pobres, tão ingénuas, tão sentidas, que o povo humilde as acolheu e as canta! como diz o nosso suave Augusto Gil. Até hoje nem um único elo­gio me comoveu assim.

Tenho-os ouvido vibrantes e enternecidos, lisonjeiros sempre, mas quase sempre amigos, e nunca, nunca como este tiveram o dom de me arrasar os olhos de águas.

Ficaram, desde esta noite profunda de luar) as   minhas pobres quadras) sagradas para mim. Cantou-as a boca do povo, beijou-as a boca do povo, e é como se toda a alma rústica e humilde do meu Portugal beijasse com infinito amor a minha, nesses humildes versos, tão pobres… tão in­génuos ... tão sentidos!

 

Beija-te a tua

 

Florbela Espanca.

  

 

O FADO de Florbela Espanca

 

Corre a noite de manso, num murmúrio,

Abre a rosa bendita do luar,

Soluçam ais estranhos de guitarra,  

Um gemido de amor anda no ar.

  

Há um repouso imenso em toda a terra,  

Parece a própria noite a escutar  

E o canto continua mais profundo

Que página sentida de Mozart!

 

E' o fado. A canção das violetas

Que foram almas tristes de poetas

P'ra quem a vida foi uma desgraça!

   

Minha doce canção dos deserdados,  

Meu fado que alivias desgraçados

Bendita sejas tu, cheia de graça.

 

Licença Creative Commons
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, assim como registo na Sociedade Portuguesa de Autores, sócio nº 125820, e Alfredo Marceneiro é registado como marca nacional no INIP, n.º 495150.
música: Amar
Viva Lisboa: Grande Poetisa, Grande Fadista
publicado por Vítor Marceneiro às 00:00
link do post | comentar | favorito
Segunda-feira, 30 de Março de 2015

TERESA SILVA CARVALHO

Aos 18 anos já tocava acordeão e cantava o Fado Hilário e o Fado do Ciúme, nas festas da aldeia, por vezes também acompanhada à guitarra e à viola pelo pedreiro e o sapateiro da aldeia.

Participa, por duas vezes, no programa Nova Onda, de Maria Leonor, onde entre outros canta “ O Velho Fado do Castanheiro”.

Em 1965 desloca-se ao Brasil, onde é convidada pela primeira vez para actuar na televisão.

Actua com frequência em restaurantes típicos portugueses, é ainda no Brasil, que recebe o primeiro convite para gravar.

De regresso a Portugal, é convidada por João Fereira da Rosa a actuar na Taverna do Embuçado, onde se manteve uma série de anos como primeira figura.

Em 1970 recebe o Prémio de Imprensa, destinado à Revelação de 1969.

O seu repertório tem como base os poemas de alguns dos maiores nomes da literatura portuguesa.

Teresa Silva Carvalho canta e grava o tema “Ó Rama, Que Linda Rama” da autoria de Vitorino, que foi decerto o maior êxito da sua carreira, teve ainda entre muitos os êxitos “Canção Grata”, “Barca Bela” e “Amar”, etc.

O entusiasmo que Teresa Silva Carvalho entregou, durante a sua vida, ao canto, com uma voz invulgarmente talentosa e uma escolha de raro critério de autores e compositores, deixou uma obra do maior nível no panorama da música popular portuguesa.

A par da actividade artística, Teresa Silva Carvalho abraçou vocações paralelas, que preenchiam as suas ambições. É assim que se inscreve no “Curso da Escola de Hotelaria” que acaba com distinção, dando-lhe oportunidade de ter desempenhado funções em várias empresas do ramo de hotelaria e turismo.

Escolheu, voluntariamente, a sua retirada da vida artística.

Actualmente, vive entre a sua casa de Lisboa e Cernache de Bonjardim, onde tem casa que fora de seu bisavô, dedica-se à leitura, à contemplação e ao cultivo de flores, passeia e fotografa constantemente.

Guardo uma bela recordação de Teresa Silva Carvalho, pela sua simpatia pessoal, educação esmerada e uma sensibilidade fora do comum.

 

Licença Creative Commons
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, assim como registo na Sociedade Portuguesa de Autores, sócio nº 125820, e Alfredo Marceneiro é registado como marca nacional no INIP, n.º 495150.
música: Oh. Meu Amor
Viva Lisboa: Grande Artista
publicado por Vítor Marceneiro às 00:00
link do post | comentar | favorito
Quinta-feira, 5 de Julho de 2007

TERESA SILVA CARVALHO

"Amar" 

Florbela Espanca e Teresa Silva Carvalho

 
 
 TERESA SILVA CARVALHO
Aos 18 anos já tocava acordeão e cantava o Fado Hilário e o Fado do Ciúme, nas festas da aldeia, por vezes também acompanhada à guitarra e à viola pelo pedreiro e o sapateiro da aldeia.
Participa, por duas vezes, no programa Nova Onda, de Maria Leonor, onde entre outros canta “ O Velho Fado do Castanheiro”.
Em 1965 desloca-se ao Brasil, onde é convidada pela primeira vez para actuar na televisão.
Actua com frequência em restaurantes típicos portugueses, é ainda no Brasil, que recebe o primeiro convite para gravar.
De regresso a Portugal, é convidada por João Fereira da Rosa a actuar na Taverna do Embuçado, onde se manteve uma série de anos como primeira figura.
Em 1970   recebe o Prémio de Imprensa, destinado à Revelação de 1969.
O seu repertório tem como base os poemas de alguns dos maiores nomes da literatura portuguesa.
Teresa Silva Carvalho canta e grava o tema “Ó Rama, Que Linda Rama” da autoria de Vitorino, que foi decerto o maior êxito da sua carreira, teve ainda entre muitos os êxitos “Canção Grata”, “Barca Bela” e “Amar”, etc.
O  entusiasmo que Teresa Silva Carvalho entregou, durante a sua vida, ao canto, com uma voz invulgarmente talentosa e uma escolha de raro critério de autores e compositores, deixou uma obra do maior nível no panorama da música popular portuguesa.
 A par da actividade artística, Teresa Silva Carvalho abraçou vocações paralelas, que preenchiam as suas ambições. É assim que se inscreve no “Curso da Escola de Hotelaria” que acaba com distinção, dando-lhe oportunidade de ter desempenhado funções em várias empresas do ramo de hotelaria e turismo.
Escolheu, voluntariamente, a sua retirada da vida artística.
Actualmente, vive entre a sua casa de Lisboa e  Cernache de Bonjardim, onde tem casa que fora de seu bisavô, dedica-se à leitura, à contemplação e ao cultivo de flores, passeia e fotografa constantemente.
Guardo uma bela recordação de Teresa Silva Carvalho, pela sua simpatia pessoal, educação esmerada e uma sensibilidade fora do comum.
Fui produtor e realizador de dois Tele –Discos para a sua editora “Orfeu” e que passaram na televisão no programa “Festa da Música”
Licença Creative Commons
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, assim como registo na Sociedade Portuguesa de Autores, sócio nº 125820, e Alfredo Marceneiro é registado como marca nacional no INIP, n.º 495150.
música: Amar
publicado por Vítor Marceneiro às 22:03
link do post | comentar | ver comentários (4) | favorito
Clique na Foto para ver o meu perfil!

Contador

arquivos

Abril 2024

Março 2024

Agosto 2021

Maio 2021

Fevereiro 2021

Maio 2020

Março 2020

Novembro 2019

Outubro 2019

Setembro 2019

Agosto 2019

Julho 2019

Junho 2019

Maio 2019

Abril 2019

Março 2019

Fevereiro 2019

Novembro 2018

Outubro 2018

Agosto 2018

Dezembro 2017

Outubro 2017

Agosto 2017

Junho 2017

Maio 2017

Abril 2017

Março 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Novembro 2016

Outubro 2016

Setembro 2016

Agosto 2016

Julho 2016

Junho 2016

Maio 2016

Abril 2016

Março 2016

Fevereiro 2016

Janeiro 2016

Dezembro 2015

Novembro 2015

Outubro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Julho 2015

Junho 2015

Maio 2015

Abril 2015

Março 2015

Fevereiro 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Junho 2008

Maio 2008

Abril 2008

Março 2008

Fevereiro 2008

Janeiro 2008

Dezembro 2007

Novembro 2007

Outubro 2007

Setembro 2007

Agosto 2007

Julho 2007

Junho 2007

Maio 2007

Abril 2007

Março 2007

Fevereiro 2007

Janeiro 2007

Aguarelas gentilmente cedidas por MESTRE REAL BORDALO. Proibida a sua reprodução.

tags

10 anos de saudade

2008

50 anos de televisão

a severa

ada de castro

adega machado

adelina ramos

alberto ribeiro

alcindo de carvalho

alcino frazão

aldina duarte

alfredo correeiro

alfredo duarte jr

alfredo duarte jr.

alfredo duarte júnior

alfredo marcemeiro

alfredo marceneiro

alice maria

amália

amália no luso

amália rodrigues

américo pereira

amigos

ana rosmaninho

angra do heroísmo

anita guerreiro

antónio dos santos

antónio melo correia

antónio parreira

argentina santos

armanda ferreira

armandinho

armando boaventura

armando machado

arménio de melo - guitarrista

artur ribeiro

beatriz costa

beatriz da conceição

berta cardoso

carlos conde

carlos escobar

carlos zel

dia da mãe

dia do trabalhador

euclides cavaco

fadista

fadista bailarino

fado

fado bailado

fados da minha vida

fados de lisboa

feira da ladra

fernando farinha

fernando maurício

fernando pinto ribeiro

florência

gabino ferreira

guitarra portuguesa

guitarrista

helena sarmento

hermínia silva

herminia silva

joão braga

josé afonso

júlia florista

linhares barbosa

lisboa

lisboa no guiness

lucília do carmo

magusto

manuel fernandes

marchas populares

maria da fé

maria josé praça

maria teresa de noronha

max

mercado da ribeira

miguel ramos

noites de s. bento

oficios de rua

óleos real bordalo

paquito

patriarca do fado

poeta e escritor

porta de s. vicente ou da mouraria

pregões de lisboa

raul nery

real bordalo

santo antónio de lisboa

santos populares

são martinho

teresa silva carvalho

tereza tarouca

tristão da silva

vasco rafael

vítor duarte marceneiro

vitor duarte marceneiro

vítor marceneiro

vitor marceneiro

zeca afonso

todas as tags