VÍTOR DUARTE MARCENEIRO (a tradição impôs o apelido Marceneiro), entrecruza-se com o Fado, através da sua descendência. Filho de Alfredo Duarte Júnior, o fadista bailarino, e neto de uma das figuras nucleares do Fado, Alfredo Marceneiro, Vítor Duarte cedo se habitua aos percursos e convívios fadistas.
Fica órfão de mãe dos 5 para os 6 anos e passa a viver com os avós paternos. Aos sábados com 10 anos, já acompanhava o avô ou o pai aos espaços fadistas, e as "passeatas" por Alfama ou Bairro Alto. Faz o Curso Industrial e seguidamente o Curso de Engº. Técnico de Máquinas, que exerceu no ramo automóvel. Porém, afirma, nunca se sentiu pressionado para seguir qualquer carreira no Fado. Só aos 21 anos, este filho do bairro de Alcântara, cantou pela primeira vez em público. Teve ainda uma curta experiência no Restaurante Típico Luso ao lado de Tristão da Silva, Augusta Ermida e Plínio Sérgio, e gravou com o avô e o pai para duas discográficas. Seguirá aliás uma outra carreira profissional que abandonará, após o serviço militar, para se dedicar ao cinema e à televisão. Será produtor executivo na Cinegra até Abril de 1974. Como independente, foi produtor e realizador do jornal cinematográfico "Bric à Brac" e de vários documentários e filmes de publicidade. Em 1975 integra os quadros do Instituto Português de Cinema como Chefe de Produção, mais tarde exerce em simultâneo as funções de operador de som, e posteriormente assume a direcção de som, aliás como bolseiro licenciou-se em engenharia de som. Foi ainda realizador de documentários e de filmes de publicidade.
Correspondente das televisões CBS e ARD, em 1979 foi produtor e director de som do programa da RTP 1, "Marceneiro - Três Gerações de Fado", o último registo em filme de Alfredo Marceneiro. Descobre assim o interesse por uma outra faceta a cantar, em vários espectáculos e programas de televisão, até em 1995 editar o seu primeiro livro: "Recordar Alfredo Marceneiro", a que se seguiu em 2001, "Marceneiro - Os Fados que ele cantou" e, em 2004, "Recordar Hermínia Silva", em 2011 “O Patriarca do Fado – Alfredo Marceneiro”.
Foi produtor de várias gravações fonográficas quer do avô quer do pai.
Realiza várias conferências sobre temas e figuras fadistas, nomeadamente o seu avô, mas também Hermínia Silva, Berta Cardoso, Manuel de Almeida, entre outros.
Está empenhado desde há alguns anos para em colocar Lisboa no Guinness Book como "A cidade mais cantada no mundo". No âmbito deste seu intento mantém activo desde 2007 o blogue: http://lisboanoguiness.blogs.sapo.pt onde divulga as suas investigações, nomeadamente fixando biografias de vários fadistas, poetas e músicos de fado, para além de referenciar as diferentes temáticas fadistas.
Faz palestras sobre Fado destacando-se Universidade de Toronto, Universidade dos Açores, Escolas Secundárias, colectividades, Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia, no Museu do Fado, etc.
Canta com alguma frequência em espectáculos e em televisão.
Em 2008 foi galardoado pela Fundação Amália Rodrigues com o prémio ENSAIO/DIVULGAÇÃO. quer pelos seus livros quer pelo seu blogue, que é indiscutivelmente o mais consultado em todo o mundo, sendo considerado unanimemente de "fonte segura"
È membro da:
Associação dos Amigos do Fado de Benavente
Sociedade Portuguesa de Autores
GDA – Direitos dos Artistas
É membro do Conselho Consultivo da Administração da Fundação Amália Rodrigues.
E Director executivo e sócio fundador da Associação Cultural de Fado "Patriarca do Fado", que homenageia Alfredo Marceneiro.