Valentim Carvalho Matias , nasceu a 25 de Outubro de 1942 em Vila Nova de S. Pedro, concelho de Azambuja.
Desde muito jovem que sentiu apetência pela música e pela poesia, começou a escrever versos que ele próprio cantava "á capela" nas festas dos amigos e vizinhos, mas esta sua apetência para escrever e cantar já tinha raízes de Fado.Em 1961, com 18 anos de idade foi morar para o Cadaval, onde iniciou a sua vida profissional como empregado de comércio, trabalhava de dia e estudava de noite o que lhe permitiu mais tarde ir trabalhar para um banco, onde se manteve até á reforma.
Ainda em 1961, Ingressou nos Bombeiros Voluntários do Cadaval e chegou a Comandante da Corporação em 1972 até 1996.
Cumpriu o serviço militar na Guiné de 1963 a 1965.
Nos anos oitenta, começou a cantar acompanhado de guitarra e viola, passado pouco tempo, iniciou um grupo musical, chamado "Os Amantes do Fado" de que faziam parte também, Maria de Lurdes (Milú), Francisco Duarte e Manuel Carriche e os músicos José de Oliveira Pedro e Eduardo Lemos, grupo este, que era muito solicitado especialmente aos fins de semana na zona Oeste e no Ribatejo.
Em 1989 aceita o convite para se candidatar ás eleições autárquicas sendo eleito Presidente da Câmara Municipal do Cadaval, actividade esta, que levou a que actuasse só em casos muito pontuais, em 2001 reformou-se.
Valentim Matias nunca deixou de escrever poemas essencialmente para músicas que Eduardo Lemos foi compondo, temas estes, que gravou em três CD´s, é de salientar que alguns dos seus poemas foram também cantados e gravados por Rodrigo, António Pinto Basto, Guilherme Frazão, Luís Maia e Irene Oliveira, etc. Escreveu ainda vários temas musicais para teatro de revista amador.Quando se reformou voltou às lides fadistas, tem actuado por todo o País incluindo as regiões autónomas e em programas de televisão. No estrangeiro, esteve nos EUA, França, Suíça.Brevemente pensa gravar um novo CD com alguns temas novos de sua autoria .Tenho por Valentim Matias, grande estima e gratidão, pois sempre realçou a figura de meu avô, que como se sabe teve as suas origens no Cadaval, é membro da Associação Cultural de Fado "O Patriarca do Fado", sendo o autor do poema "Alfredo Marceneiro o Patriarca do Fado", que cantou no Teatro de Revista Amador (Grupo Gente Gira) e que passou a ser o hino da associação.
Vítor Marceneiro
O PATRIARCA DO FADO
Alfredo, foi o seu nome
Marceneiro, a profissão
Foi fadista de renome
Da nossa bela canção
Cantou Lisboa e o fado
De maneira bem singela
Por ele foi inventado
Cantar fado à luz de velas
Refrão
O Patriarca do fado,
Foi Alfredo Marceneiro
Hoje e sempre recordado
Dentre todos o primeiro
Cantou , estilou a seu jeito
Fados lindo que venero
Há festa na Mouraria
E o Natal do Moleiro
P`rà Lucinda Camareira
Amor é Água que Corre
E o Leilão da Mariquinhas, não morre
A Menina do Mirante
Que é dos Bairros de Lisboa
Mocita dos Caracóis , o povo entoa.
No seu jeito bem castiço
Gostava de usar boné
E envolvia o pescoço
Com o lenço de cachené
Os poemas que cantava
Dizia -os como ninguém
Eu por mim também gostava
De os dizer assim tão bem
Busto de Alfredo Marceneiro
Autor: Dr. Francisco Faria Pais
Homenagem a Ti Alfredo
Versos de: Valentim Matias
26 de Naio de 2008
Eu lembro-me de ti / Alfredo Marceneiro
O cantador de fado / O mestre de dizer
Maior entre os maiores/ Primeiro entre os primeiros
Serás sempre lembrado / Jamais te irei esquecer
Eu lembro-me de ti / Fadista de eleição
Que viveste Lisboa / E a fizeste viver
Nos versos que escreveste / E na composição
Marcaste-o para sempre / Fizeste o fado Ser
Eu lembro-me de ti/ Dos fados que cantaste
Como o fado Viela / E também o Bailado
O Natal do Moleiro / Que bem interpretaste
Não é facil dizer / Qual o teu melhor fado
Eu lembro-me di ti / E do amor que tinhas
Pelos Colchetes de Oiro / E p`lo Amor de Mãe
Lucinda Camareira / Leilão da Mariquinhas
Alfredo foste / Sem imitar ninguém