Poeta e actor, nasceu no Porto em 1923 e morreu em Lisboa em 1980.
A 27 de Março de 1947 estreou-se no palco pela mão de Alves da Cunha, e apresentou-se, em quase todos os teatros do país.
Em 1951 foi convidado para integrar a companhia de Amélia Rey Colaço- Robles Monteiro, no elenco de La Nina Boba, de Lope de Vega.
Em 1952 regressa ao Porto para ingressar no Teatro Experimental do Porto, onde se manteve durante oito anos.
Representou mais de quarenta peças de grandes autores, entre elas: Morte de Um Caixeiro-viajante, de Arthur Miller, As Guerras de Alecrim e Manjerona, de António José da Silva, Ratos e Homens, de John Steinbeck e O Rinoceronte, de Ionesco, Todos eram Meus Filhos, de Arthur Miller, etc.
Em 1967, no Teatro Estúdio de Lisboa, fez Bocage, Alma Sem Mundo, de Luzia Maria Martins, A Nossa Cidade, de Thornton Wilde, A Louca de Chaillot, de Giraudoux, A Noite de Verão e Anatomia de Uma História de Amor, de Luzia Maria Martins.
Foi para José Manuel Osório que escreveu uma das suas primeiras letras para Fado: Meu Amor Sem Direcção.
Em 1960 em Lisboa desempenha a figura de D. Afonso IV na peça Castro, de António Ferreira. Fez algumas digressões à África do Sul, Angola e Moçambique.
Escreveu poemas para serem cantados por, Amália, Carlos do Carmo, Max, Lenita Gentil, Vasco Rafael e outros.
Alguns dos seus poemas: Andorinha; Meu Nome Sabe-me a Areia (músicas de Alfredo Marceneiro); Disse-te Adeus e Morri (música de José António Sabrosa); Que Povo é Este, que Povo? (música do Fado das Horas); Fado da Madrugada (música do Fado Tamanquinhas); Preciso de Espaço (música de Verónica)
Após o 25 de Abril trabalhou na Cornucópia, que abandonou pouco tempo depois para fixar residência em Paris, onde esteve alguns meses. Volta a Lisboa para actuar no Encoberto, de Natália Correia e mais tarde no Maria Matos.
Foi autor dos seguintes livros: Arrebol (1943), Romance (1947), Recado Invisível (1950), Os Olhos e o Silêncio (1952), O Silêncio Quebrado (1959), Bom Dia Meu Amor... (1975).
NOTA:
Dados fornecidos por um nosso leitor Vasco Martins, que considero fidedignos, o que agradeco:
Vasco Luís de Lima Ferreira Couto nasceu no número 121 da Rua de Sá da Bandeira, freguesia de Santo Ildefonso, na cidade do Porto, a 26 de novembro de 1924, e faleceu na sua casa da Rua General Leman, número 81 - 1º, em Lisboa, a 10 de março de 1980, aos 55 anos, na sequência de um ataque cardíaco. Era meu tio materno (irmão mais novo da minha mãe, essa sim nascida em 23 de outubro de 1923) e foi meu padrinho de batismo. Todos os sítios online que referem o seu nascimento em 1923 estão completamente errados, já que a progenitora nunca poderia ter duas gestações diferentes com um mês de intervalo. O erro com a data surgiu com a publicação do livro "Um Canto de Vida e Morte", que compila alguns poemas inéditos de Vasco de Lima Couto, da autoria do escritor Rui de Brito e do jornalista João Aguiar, para assinalar a inauguração, em março de 1981, da Casa-Museu com o nome do poeta na vila ribatejana de Constância, e que dá como certo o ano de nascimento 1923. |
PRECISO DE ESPAÇO
Letra: Vasco Lima Couto
Música: Verónica
Preciso de espaço
Para ser feliz
Preciso de espaço
Para ser raiz
Ter a rede pronta
Para o mar de sempre
Ter aves e sonho
Quando a terra escuta
E falar de amor
Aos tambores da luta
Refrão
Ter palavras certas
No Sol do caminho
E beber a rir
O doirado vinho
Misturar a vida
Misturar o vento
E nas madrugadas
Quando o povo abraço
Para estar contigo
Preciso de espaço
Preciso de espaço
Para ser feliz
Preciso de espaço
Para ser raiz
Caminhar sem ódio
Falar sem mentiras
Ter meus olhos longe
Na luz de uma estrela
E ser como um rio
Que se agita ao vê-la
Refrão