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Associação Cultural de Fado

"O Patriarca do Fado"
Domingo, 25 de Janeiro de 2015

VASCO DE LIMA COUTO

Poeta e actor, nasceu no Porto em 1923 e mor­reu em Lisboa em 1980.

A 27 de Março de 1947 estreou-se no palco pe­la mão de Alves da Cunha, e apresentou-se, em quase todos os teatros do país.

Em 1951 foi convidado para integrar a companhia de Amélia Rey Colaço- Robles Monteiro, no elenco de La Nina Boba, de Lope de Vega.

Em 1952 regressa ao Porto para ingressar no Teatro Experimen­tal do Porto, onde se manteve durante oito anos.

Representou mais de quarenta peças de grandes autores, entre elas: Morte de Um Caixeiro-viajante, de Arthur Miller, As Guerras de Alecrim e Manjerona, de António José da Silva, Ratos e Homens, de John Steinbeck e O Rino­ceronte, de Ionesco, Todos eram Meus Filhos, de Arthur Miller, etc.

Em 1967, no Teatro Estúdio de Lisboa, fez Bocage, Alma Sem Mundo, de Luzia Maria Martins, A Nossa Cidade, de Thornton Wilde, A Louca de Chaillot, de Giraudoux, A Noite de Verão e Anato­mia de Uma História de Amor, de Luzia Maria Mar­tins.

Foi para José Manuel Osório que escreveu uma das suas primeiras letras para Fado: Meu Amor Sem Direcção.

Em 1960 em Lisboa  desempenha a figura de D. Afonso IV na peça Castro, de António Ferreira. Fez algumas digressões à África do Sul, An­gola e Moçambique.

Escreveu poemas para serem cantados por, Amália, Carlos do Carmo, Max, Lenita Gentil, Vasco Rafael e outros.

Alguns dos seus poemas: Andorinha; Meu Nome Sabe-me a Areia (músicas de Alfredo Marceneiro); Disse-te Adeus e Morri (música de José António Sabrosa); Que Povo é Este, que Povo? (mú­sica do Fado das Horas); Fado da Madrugada (músi­ca do Fado Tamanquinhas); Preciso de Espaço (música de Verónica)

Após o 25 de Abril trabalhou na Cornucópia, que abandonou pouco tempo depois para fixar re­sidência em Paris, onde esteve alguns meses. Volta a  Lisboa para actuar no Encoberto, de Natália Cor­reia e  mais tarde no Maria Matos.

Foi autor dos seguintes livros: Arrebol (1943), Ro­mance (1947), Recado Invisível (1950), Os Olhos e o Silêncio (1952), O Silêncio Quebrado (1959), Bom Dia Meu Amor... (1975).

 

NOTA:

Dados fornecidos por um nosso leitor Vasco Martins, que considero  fidedignos,  o  que agradeco:

 

 

Vasco Luís de Lima Ferreira Couto nasceu no número 121 da Rua de Sá da Bandeira, freguesia de Santo Ildefonso, na cidade do Porto, a 26 de novembro de 1924, e faleceu na sua casa da Rua General Leman, número 81 - 1º, em Lisboa, a 10 de março de 1980, aos 55 anos, na sequência de um ataque cardíaco. Era meu tio materno (irmão mais novo da minha mãe, essa sim nascida em 23 de outubro de 1923) e foi meu padrinho de batismo. Todos os sítios online que referem o seu nascimento em 1923 estão completamente errados, já que a progenitora nunca poderia ter duas gestações diferentes com um mês de intervalo. O erro com a data surgiu com a publicação do livro "Um Canto de Vida e Morte", que compila alguns poemas inéditos de Vasco de Lima Couto, da autoria do escritor Rui de Brito e do jornalista João Aguiar, para assinalar a inauguração, em março de 1981, da Casa-Museu com o nome do poeta na vila ribatejana de Constância, e que dá como certo o ano de nascimento 1923.

 

 

PRECISO DE ESPAÇO

 

Letra: Vasco Lima Couto

Música: Verónica

 

                                                    Preciso de espaço

                                                    Para ser feliz       

                                                    Preciso de espaço

                                                    Para ser raiz

                                                    Ter a rede pronta

                                                    Para o mar de sempre

                                                    Ter aves e sonho

                                                    Quando a terra escuta

                                                    E falar de amor

                                                    Aos tambores da luta

 

Refrão

 

Ter palavras certas

No Sol do caminho

E beber a rir

O doirado vinho

Misturar a vida

Misturar o vento

E nas madrugadas

Quando o povo abraço

Para estar contigo

Preciso de espaço

 

                                                  Preciso de espaço

                                                  Para ser feliz       

                                                  Preciso de espaço

                                                  Para ser raiz

                                                  Caminhar sem ódio

                                                  Falar sem mentiras

                                                  Ter meus olhos longe

                                                  Na luz de uma estrela

                                                  E ser como um rio

                                                  Que se agita ao vê-la

 

Refrão

 

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Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, assim como registo na Sociedade Portuguesa de Autores, sócio nº 125820, e Alfredo Marceneiro é registado como marca nacional no INIP, n.º 495150.
música: Preciso de Espaço
Viva Lisboa: Grande Poeta
publicado por Vítor Marceneiro às 21:00
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