O fadista José Freire, faleceu no dia 25 de Fevereiro de 2011, por coincidêncai no dia em que se comemorava os 120 anos do nascimento oficial de meu avô, Alfredo Marceneiro.
Conhecia o Zé desde os nossos 20 anos, pois éramos da mesma idade, estivemos em muitas “fadistices”, era para além de um bom fadista, um bom comunicador e tinha um sentido de humor que nos deliciava.
A última vez que estivemos juntos, foi no Barreiro numa festa de homenagem à Hermínia Silva, em que combinámos que nos iríamos encontrar para ele “desfolhar o seu álbum de saudades” para eu inserir neste blogue, infelizmente não se concretizou.
O Zé, começou a cantar no meio dos anos sessenta, e o primeiro contacto que tive com ele foi quando trabalhava na “Casa Valentim de Carvalho” ao Chiado.
No inicio dos anos setenta, começa a fazer rádio, tendo passado pelo Rádio Graça, Rádio Clube Português , etc.
Gravou vários cd´s, e foi criador de alguns Fados muito apreciados não só pelos temas, como pela sua forma característica de os cantar. O mais “badalado” foi decerto o Fado das Isca, mas gravou muitos outros temas, eu pessoalmente gostava imenso do o ouvir no tema “Saudades do Futuro”.
Fez programas para a RTP, nos últimos anos organizou vários espectáculos de Fado na zona do Ribatejo, muitos deles de solidariedade e beneficência, o que lhe mereceu a justa homenagem do Concelho de Alcochete, que o agraciou com a medalha de ouro da autarquia.~
Até um dia Zé… acredito que partiste para “um além” e que te irás juntar aos grandes fadistas que também já lá estão… lá nos encontraremos um dia…. Até lá.
Vítor Marceneiro ( 28 de Fev.º 2011)
José Freire canta: Vou Enfeitar a Saudade
Recordo aqui também este lindo Fado que ele cantou, como ninguém.
SAUDADES DO FUTURO
Repertório de: José Freire
Letra de: José Correia Tavares
Música de: Amadeu Ramin
Daqui desta Lisboa que é tão minha
Como de ti que a amas como eu
Mando-te um beijo naquela andorinha
Que em Março me entregou um beijo teu
Aqui neste jardim à tua espera
Como se não tivesses embarcado
Digo ao Outono que ainda é Primavera
E encho de buganvílias este fado
Num tempo que de amor é tão vazio
Há coisas que não sei mas adivinho
Um rio ali à beira de outro rio
Só um depois da curva do caminho
Tenho tantas saudades do futuro
De um tempo que contigo hei-de viver
Não há mar não há fronteira não há muro
Que possam meu amor o amor deter