Vasco Rafael Simões de Sá Nogueira, nasceu em Angola na província de Moçamedes, em 1949.
Começou com cançonetista, tendo um início de carreira difícil, até que é convidado de um espectáculo publicitário que se realizava num dos cinemas de Luanda, “Chá das Seis” onde começa a ser notado e vem a atingir um assinalável êxito.
Vem para Portugal e sente as dificuldades de um novo inicio de carreira. Beatriz da Conceição apresenta-o a uns empresários no Porto e lá fica a actuar durante cerca de um ano, é no Porto que grava o seu primeiro disco.
Vem para Lisboa contratado para o elenco do “Painel do Fado”, seguidamente é convidado por Sérgio de Azevedo para actuar no “Frou Frou” , agradou ao empresário que logo o convida para a revista “Ó da Guarda”, onde obtém o seu maior êxito de sempre com o Fado “ROSEIRA BOTÃO DE GENTE” com letra de José Carlos Ary dos Santos e música de Paulo de Carvalho, gravado em 1981 para Rádio Triunfo
Faz ainda parte do elenco da revista “A Aldeia da Roupa Suja”, mas deixa as revistas porque acha que o prendem muito tempo no mesmo local.
Tem algumas deslocações ao estrangeiro.
Já com poetas de relevo a escreverem para ele, realçando Ary do Santos, Vasco de Lima Couto, etc. grava mais uma série de EP e LP.
É contratado para as Arcadas do Faia, onde se mantém até à sua morte prematura.
Vasco Rafael faleceu em Lisboa em 1998.
Estejas onde estiveres Vasco Rafael, recebe esta pequena homenagem da “Linhagem Marceneiro”
ROSA, BOTÃO DE GENTE
Letra de: José Carlos Ary dos Santos
Música de: Paulo de Carvalho
A Força
Que eu tive no momento
Tecendo o teu corpo
A primeira vez
Está agora no teu ventre
Em movimento
No filho que a gente fez
Ficando maior
Por dentro de ti
E o teu corpo me segreda
Quando toco
Que o meu filho está ali
Eu fui a semente
Tu és o canteiro
Dum cravo de carne
Que tem o meu cheiro
Eu fui o arado
Tu és a seara
Seara de trigo sem fim
Seara lavrada por mim
Quando a companheira
Dá flor no presente
Para a vida inteira
É como se o sangue
Fosse uma roseira
Roseira botão de gente
Rosa da minha roseira
A vida que tece outra vida
É vida parida
É vida maior
Tens agora a palpitar
No teu ventre meu amor
Depois vamos os dois
P´rá vida nova´
Será uma flor
Flor de carne
A despontar da primavera
Do teu ventre meu amor